Adoção, por John Gill

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Descrição

O presente volume é um precioso excerto do Comentário sobre a Epístola aos Gálatas, referente ao Capítulo 4, que trata da bênção, dom e privilégios, a partir da graça de Deus somente, de recebermos a adoção de filhos por meio de Deus ter enviado o Seu Filho para nos salvar! O Sr. Gill foi especialmente agraciado por Deus para expor este tema de toda-graça, toda-doçura e toda-consolação:

“Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo” (Gálatas 4:4-7).

Eis um trecho:

A adoção é um privilégio e bênção da graça na qual todas as três Pessoas estão envolvidas.

O Pai predestinou para a adoção, e no Pacto a concedeu e confirmou, Ele designou o Seu Filho como o padrão a que esses filhos devem ser conformados, e propôs a glória de Sua própria graça, como a finalidade. Em virtude deste ato de graça eles foram considerados como filhos de Deus, tão logo quanto o dom deles para Cristo; e assim por Ele quando Ele participou de sua carne e sangue, e morreu para reunir aqueles que estavam dispersos (veja Hebreus 2:13).

O Filho de Deus tem também uma participação nesta questão; pois através de Seu desposar o Seu povo, eles se tornam os filhos e filhas do Senhor Deus Todo-Poderoso; e através de haver assumido a natureza deles, eles se tornam Seus irmãos, e assim estão na relação de filhos para com Deus; através de Sua redenção, eles recebem a adoção de filhos, e em suas mãos o privilégio, o próprio poder, para tornarem-se tais.

O Espírito de Deus não somente regenera-os, o que é uma evidência de sua filiação, mas como um espírito de adoção, a manifesta a eles, opera a fé neles para que a recebam, e frequentemente testemunha da verdade da adoção.

Tudo isso mostra como qualquer pessoa vem a ser e é conhecida por ser filho de Deus. Este é um privilégio que supera todos os outros. Ser um filho de Deus é mais do que ser um santo. Os anjos são santos, mas não filhos, eles são servos. Ser um filho de Deus é mais do que ser remido, perdoado e justificado; é grande graça redimir da escravidão, perdoar criminosos e justificar o ímpio; mas é um ainda mais elevado ato da graça fazê-los filhos; e isso torna-os infinitamente mais honrados do que serem os filhos e filhas do maior potentado sobre a terra; sim, dá-lhes uma honra que Adão não tinha na inocência, nem os anjos no Céu, os quais, embora filhos por criação, ainda assim, não o são por adoção. A consequência, e assim a evidencia disso, é que:

Deus enviou aos vossos corações o Espírito de Seu Filho, que clama: Aba, Pai. […]

A palavra Aba é Hebraica, ou melhor, uma palavra Siríaca ou Caldéia, significando “pai”; e que é adicionada com o fim de uma explicação causal; e sua repetição pode denotar a veemência do afeto filial, a força da fé e confiança quanto ao interesse na relação; e o fato de ser expressa tanto em Hebraico quanto em Grego, pode mostrar que Deus é o Pai tanto de judeus quanto de gentios, e que não há senão um só Pai de todos; e se não for uma observação muito curiosa, pode-se observar que a palavra “Aba”, lida de frente para trás ou de trás para frente, é a mesma pronúncia, e pode nos ensinar que Deus é o Pai de Seu povo na adversidade, bem como na prosperidade. O ato de “clamar”, embora seja aqui atribuído ao Espírito, ainda assim não é propriamente Seu, mas dos crentes; e é atribuído a Ele, porque Ele estimula, incentiva e os auxilia como um espírito de adoção a chamarem Deus de Pai; e isso pode ser entendido tanto com relação ao clamor interno e secreto da alma, ou do exercício da fé em Deus como seu Pai, e do clamor exterior aberto dEle como tal, com muita confiança, liberdade e ousadia. […]

Aquele que é uma vez um filho, para sempre o é, e não mais um servo. A predestinação para a filiação é imutável; é ato de Deus para colocar qualquer um entre os filhos, e ninguém pode expulsá-lo; o Pacto da Graça, no qual esta bênção é garantida, é inalterável; a união com Cristo, o Filho de Deus, no que se baseia, é indissolúvel; o espírito de adoção, onde quer que ele testemunha, permanece como tal. Aqueles que são os filhos de Deus podem ser corrigidos e punidos, já que muitas vezes o são, de uma maneira paternal; mas estas correções são provas da sua filiação, e não o contrário; eles podem de fato julgarem-se como indignos de ser chamados filhos de Deus, e podem estar em tais circunstâncias de alma como a concluir, ou pelos menos temer, que eles não são filhos; mas ainda assim, a relação permanece, e para sempre permanecerá. Eles nunca mais serão servos, mas para sempre filhos. […]

e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo; o que é um outro benefício decorrente da adoção. Tal como são os filhos de Deus, eles são herdeiros do próprio Deus. Ele é a sua porção e grandiosíssimo galardão; Suas perfeições estão do lado deles, e engajadas para o bem deles; todos os Seus propósitos são executados da mesma forma, e todas as Suas promessas pertencem a eles; eles são herdeiros de todas as bênçãos da graça e da glória, da justiça, da vida, da salvação e um reino e glória; e herdarão todas as coisas, e tudo “por meio de Cristo”. Ele é o grande herdeiro de todas as coisas; eles são coerdeiros com Ele; sua filiação é por meio dEle, e assim é a sua condição de herdeiros; a sua herança está em Seu poder, ela é guardada seguramente nEle; e por meio dEle, e com Ele eles a fruirão.
 

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