Como o Deus Justo Pode Justificar o Homem Injusto, Meditações Sobre a Justificação, por Paul Washer

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[Excerto do Sermão O Verdadeiro Evangelho do Senhor Jesus Cristo • Paul David Washer]

A “Acrópole da Fé Cristã”

Vamos ao Livro de Romanos, capítulo 3, versículos 23-27:

23 Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; 24 Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. 25 Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; 26 Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus. 27 Onde está logo a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não; mas pela lei da fé.

Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones e outros, chamam esse texto de “Acrópole da Fé Cristã”. A “Cidade Fortificada”, a “Cidade Edificada na Montanha”. Muitos teólogos têm dito que se perdessem toda a Bíblia e pudessem manter apenas um texto, seria esse, porque esse texto é uma porção, um fragmento, uma semente do Evangelho. Agora, apesar de existir aqui teologia suficiente para nos manter estudando por toda a eternidade, por que eu digo que é uma semente ou fragmento do Evangelho?

Deixe-me compartilhar uma coisa muito, muito importante, antes de iniciar o sermão. Muito do que é falado hoje sobre a segunda vinda [de Jesus]; todo mundo quer saber sobre a segunda vinda, mas você vai entender tudo sobre a segunda vinda no dia em que ela acontecer; “quando vai acontecer isso” e “quando Ele vai fazer isso”, e “quais serão exatamente os sinais que mostrarão Ele fazendo as coisas que Ele vai fazer na segunda vinda”. Mas, você levará uma eternidade de eternidades no Céu e ainda não começará a compreender o Evangelho de Jesus Cristo. Não é uma mensagem entre muitas, é a mensagem das Escrituras e a mensagem do Cristianismo. Mas, o triste é que não está sendo mais a mensagem da igreja na América e, eu posso provar a você. Vá até todas essas suas livrarias. Se pensarmos em duzentos ou 300 anos atrás, nós veríamos que, quando eles falavam de Cristianismo, era sobre o Evangelho. Os livros que foram escritos por Spurgeon, pelos Puritanos, por Jonathan Edwards, eram sobre “O que é o Evangelho”, “Como podemos compreender o Evangelho?”, “Como devemos pregar o Evangelho?”, “O que é a verdadeira conversão?”, “Como realmente podemos saber quando alguém verdadeiramente nasceu de novo?”. Vá a alguma de suas livrarias evangélicas de hoje e tente achar algum desses temas valiosos. Você não encontrará nada. Só há coisas como “Como fazer isso” e “10 passos para aquilo”.

Hoje, muito tem sido feito sobre discipulado, e eu acredito que devemos fazer discipulado, mas eu sempre escuto as pessoas dizendo: “Nós temos tantas pessoas entrando pela porta da frente da igreja, mas no momento que elas entram, elas saem pela porta de trás. E a razão pela qual elas não estão ficando é porque não estamos discipulando-as”. Isso não é verdade! A razão pela qual elas não ficam é porque nunca nasceram de novo. Nós as fazemos tomar uma decisão. Nós as fazemos levantar as mãos, mas suas vidas nunca mudam. Nós precisamos fazer discipulado pessoal? Claro que sim. Mas, se Deus salva um homem, Aquele que começou a boa obra nele, há de completá-la.

Por que há tão pouco poder hoje? Porque não conhecemos o Evangelho, porque não nos preocupamos com a verdadeira conversão, porque não nos importamos com as coisas importantes, mas nós as substituímos, com o próprio uso da mídia no culto, com certo tipo de canções para deixar todo mundo “no clima”, com pregações superficiais, que nos falam tudo o que queremos ouvir para que tenhamos a nossa “melhor vida agora”, porque na verdade é isso o que queremos, mais do que Deus. Não há poder porque o Evangelho está esquecido, traga o Evangelho de volta e você verá o poder de Deus se movendo sobre a vida de homens, mulheres e crianças. O Evangelho simples.

Agora, vamos ver o texto: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Nós não entendemos completamente o que isso significa, porque se você compreendesse, você estaria tremendo em terror, porque você sabe que não está condizente com você, ou você estaria se regozijando quase fora de controle, por entender do que Deus te salvou.

Todos pecaram! Por que isso não nos move? Porque não entendemos a repulsiva natureza do pecado. E, por que nós não entendemos a natureza repulsiva do pecado? Porque nós não sabemos quem Deus é. Nós não conhecemos a Deus.

Eu estou espantado, eu viajo por esse país e pelo mundo e falo com líderes em seminários e em institutos bíblicos, e fazem a pergunta: “Quantos semestres seus estudantes estudam a própria teologia, simplesmente a doutrina de Deus?”. “Bem, nós estudamos isso em um mês”. Quantos sermões hoje são sobre a doutrina de Deus? Se pudesse fazer um exame aqui nesta noite e desse a cada um de vocês um pedaço de papel e dissesse para vocês “Escreva para mim as doutrinas de Deus, clássicas, históricas e teológicas: Faça para mim uma lista das características e atributos de Deus e me dê uma explanação bíblica sobre Deus”. O povo de Deus padece por falta de conhecimento. Em todos esses ajuntamentos que têm sido feitos, em todo esse conhecimento, em todos esses livros, em todas essas livrarias, em todos esses vídeos, em todas essas conferências, há alguém falando simplesmente sobre Deus?!? Sobre quem Ele é?

Esta é a razão pela qual a manhã de domingo, na América, é o maior momento de idolatria de toda a semana. Por quê? Porque a maioria das pessoas que ao menos adoram a deus, adoram um deus que não conhecem. Adoram a um deus que se parece mais com Papai Noel do que o Deus das Escrituras. Eles adoram um deus que é uma invenção de suas próprias imaginações. Eles criaram um deus ao seu próprio gosto e adoram esse deus criado por eles mesmos. Por que isso? Novamente voltamos ao púlpito. No púlpito, não estamos fazendo o que deveríamos estar fazendo. E o que devíamos estar fazendo? Ensinando os homens sobre Deus, para que eles conheçam, sob a luz da Sua revelação, onde eles se firmam e do que eles precisam. Todos pecaram!

Westminster nos diz que pecado significa falta de conformidade à Lei de Deus. Um desvio da vontade de Deus. Um desvio das características manifestas de Deus. Imagine isso por um momento. Deus está lá de pé, na criação do universo, e Ele diz: “Estrelas, coloquem-se nos lugares que eu determinei para vocês”. E todas as estrelas da criação se curvam e dizem: “Amém”. “Planetas, se alinhem nos círculos que eu desenhei para vocês e permaneçam lá até que eu diga outra palavra. Movam-se exatamente como Eu lhes ordeno”. E eles se curvam e adoram. Ele disse às montanhas que se levantassem. Ele disse aos vales que se lançassem abaixo. E eles tremem diante dEle. Ele disse aos mares: “Venham até este ponto, mas daqui não passem”. E os mares O obedecem. Mas, Ele olha para o homem. Ele olha para você e diz: “Venha”. E você diz: “Não!”.

Em qualquer debate, em qualquer palestra em universidades, o problema com o inferno, na mente da maioria dos homens, é sobre a duração eterna: “Como pode haver punição para sempre?”, “Como pode ser uma punição eterna tão desprezível colocada sobre o homem?”. Porque eles têm pecado contra o Deus infinitamente digno! O crime é punido com tamanha severidade, porque é um crime severo, é um crime severo devido ao fato de contra quem eles têm se rebelado. Contra o Deus da glória! E se os homens não entendem a infinita excelência desse Deus, eles não conseguem entender a repulsiva natureza de seus pecados.

Ainda hoje ouvi um pastor dizer: “Nós não falamos sobre pecado em nossa igreja”. Então, eu posso dizer a ele que o Espírito Santo de Deus não está atuando nessa igreja, nem em seus ministérios. Por quê? Porque um dos principais ministérios do Espírito Santo é convencer o mundo do pecado, então se você não fala muito sobre o pecado, pode contar que o Espírito Santo não está “muito” no seu ministério.

Mas, o que significa dizer pecado? Não significa nada. Nós vivemos em um país que bebe iniquidade como se fosse água. Os peixes não sabem que estão molhados. Os homens também não sabem o que é pecar contra Deus, e por esta mesma razão — preste atenção, vocês que serão pregadores algum dia — nós não devemos ter o espírito mesquinho, buscando caprichosamente machucar as pessoas ou quebrantá-las, mas saiba isto: se você vai explicar corretamente a Palavra, você deve enfatizar o pecado. Você deve expor o pecado. Você deve definir o pecado, deve explicá-lo especificamente, para que a Palavra de Deus penetre no coração do homem. Eu posso provar meu ponto de vista sobre isso: nós não temos uma teologia sistemática nas Escrituras, mas o que chega mais perto disto é o livro de Romanos. E, se você for perceber nesse grande tratado do apóstolo Paulo, ele gasta os três primeiros capítulos trabalhando com toda sua mente para fazer uma coisa: condenar o mundo inteiro. Este é o trabalho dele.

Vamos ver Romanos 3:19: “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus”. Os homens precisam ouvir uma pregação que fale sobre a realidade de seus problemas, em termos que eles possam entender e dos quais eles não possam escapar. Sempre uso esta ilustração: se eu balançar algumas chaves na frente do microfone nesta noite, provavelmente não deixará você feliz. Provavelmente não encherá seu coração de alegria e por que isso? Porque você não está preso em um calabouço, para ser executado. Mas, se você estivesse trancado em um calabouço, sabendo que a sentença de morte está sobre sua cabeça, então o som das chaves traria alegria ao seu coração…
 

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