Cristo em Vós, a Esperança da Glória, por R. M. M’Cheyne

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Descrição

Neste sermão o Sr. M’Cheyne nos fala da nossa esperança de glória: “Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória.” (Colossenses 1:27)

Segundo o autor: “O evangelho é aqui descrito como “Cristo em vós, esperança da glória”. Existem dois sentidos distintos que podem ser inferidos a partir destas palavras, e eu não posso determinar positivamente qual é o verdadeiro. É possível que tanto um como outro sejam pretentidos. Vou falar de ambos.”

Este é um esboço deste sermão:

I. Cristo em vós, significa Cristo abraçado pela fé como a nossa justiça e força; e este é o fundamento seguro sobre o qual esperamos a “glória”. Este sentido é empregado em Efésios 3:17: “Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações”. Quando o coração de um pecador é aberto pelo Espírito Santo, quando a beleza e a excelência do Salvador são mostradas a ele, o coração abraça interiormente a Cristo, unindo-se a Ele. Cada novo vislumbre de Cristo, esta alma renova o seu ato interno de apegar-se ao Senhor Jesus. Cada reprovação, cada tentação, cada queda no pecado, todo o luto, faz com que a alma mais seriamente, com firmeza, abrace plenamente o Senhor Jesus: e assim, pela fé contínua, Cristo pode ser dito como habitando no coração; como em Efésios 3:17: “Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações”. Cristo, assim, abraçado é a esperança da glória.

II. Cristo formado na alma pelo Espírito. Veja Gálatas 4:19. Cristo formado na alma também é a esperança da glória; e isso eu considero ser o pleno significado desse versículo. Então, João 15:4 “Estai em mim, e eu em vós”; João 17:23: “Eu neles, e tu em mim”; João 17:26: “e eu neles esteja”.

1. A mente de Cristo é formada na alma, 1 Coríntios 2:16: “Nós temos a mente de Cristo”. 

Ele vê o pecado como Cristo vê. Cristo vê o pecado como mau e amargo. Ele vê este como sendo imundo e abominável; seus prazeres como totalmente ilusórios. Ele o vê como muito perigoso. Ele vê a ligação inseparável entre o pecado e o sofrimento. O mesmo acontece com um crente.

Ele vê o Evangelho como Cristo o vê. Cristo vê a maravilhosa glória no Evangelho. O caminho da salvação que ele mesmo trouxe à luz. Vê a mais completa e livre salvação para ele, aquilo que mais glorifica a Deus e traz felicidade para o homem. Assim faz o crente.

Ele vê o mundo como Cristo o vê. Cristo sabe o que há no homem. Ele olhou para este mundo como sendo uma vaidade em comparação com o sorriso de seu pai. O que há no mundo suas riquezas, suas honras, seus prazeres foram como nada para Ele. Ele via estas coisas como passageiras. O mesmo acontece com o crente.

Ele vê o tempo Cristo o viu. “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” [João 9:4] “Eis que venho sem demora” [Apocalipse 3:11]. É assim que um crente olha para o tempo.

Ele vê a eternidade como Cristo faz. Cristo olhou para tudo à luz da eternidade. “Na casa de meu Pai há muitas moradas”. Tudo é precioso aos olhos de Cristo, apenas, uma vez que leva em eternidade. Assim, com os crentes.

2. O coração de Cristo. Por “coração” quero dizer as afeições, esta parte de nós que ama ou odeia, confia ou teme. Temos o coração de Cristo formado em nós: “E porei dentro de vós o meu Espírito” [Ezequiel 36:27], “e eu neles esteja” [João 17:26], “as minhas palavras estiverem em vós” [João 15:7].

(1) O mesmo amor a Deus. O deleite intenso que Jesus tinha em Seu Pai. “Pai justo, o mundo não te conheceu; mas eu te conheci” [João 17:25], “Não estou só, porque o Pai está comigo” [João 16:32], “Graças te dou, ó Pai”, “Aba Pai”. “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” [Lucas 23:46]. Assim é com cada crente.

(2) A mesma aversão ao abandono de Deus. Salmo 22:1: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Versículo 15: “me puseste no pó da morte”. Salmo 88:7, “Sobre mim pesa o teu furor”; Salmo 102:10: “tu me levantaste e me arremessaste”. Assim, é com os filhos de Deus. Salmo 42:9: “Direi a Deus, minha rocha: Por que te esqueceste de mim?”.

(3) O mesmo amor aos santos. Salmo 16:3: “Mas aos santos que estão na terra, e aos ilustres em quem está todo o meu prazer”.

(4) Compaixão para com os pecadores. Esta foi a principal característica da personalidade de Cristo. Isso foi o que o trouxe do céu para morrer. 

(5) Ternura para com os desperta. “Não esmagará a cana quebrada” [Isaías 42:3; Mateus 12:20]. 

3. A vida de Cristo. Eles vivem a maior parte de suas vidas no mundo como Cristo viveu. 

Mas como é que Cristo formado em nós é a esperança da glória? (I) Não legalmente. Cristo na alma não é o nosso título de glória. Nós temos que ter uma justiça completa para este ser nosso título; mas Cristo na alma não está completo. A maioria é tristemente deficientes em muitas das principais características de Cristo. É Cristo está em nós pela fé, que é o nosso título de glória. Cristo é nossa veste nupcial, o Senhor Justiça Nossa; isso, e isso somente, pode dar-nos confiança no dia do julgamento. (II), Contudo realmente é assim. (1) Esta é prova de que temos também crido em Cristo. Um homem pode saber que ele creu em Cristo, sem quaisquer evidências exteriores a si. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho” [1 João 5:10]. Mas se um homem creu os efeitos de sua fé logo serão vistos. Cristo será formado por ela, e então ele vai ter provas duplas de que Cristo é seu. “Pois aquele em quem não há estas coisas é cego” [2 Pedro 1:9]. (2) Este é o cumprimento da glória. Um crente santo como se o céu já houvesse começado: “eis que o reino de Deus está entre vós” [Lucas 17:21]. Ele pode dizer: Agora eu sei que estarei em breve no céu, pois ele já está se iniciou em mim. Cristo vive em mim. Em breve estarei para sempre com o Senhor.

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Confirma-nos nesta esperança, Senhor, Sê Tu, e Tu somente a nossa única Esperança no presente e Glória no futuro.

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“Seja a tua misericórdia, Senhor, sobre nós, como em ti esperamos.” (Salmos 33:22)

“Senhor, tem misericórdia de nós, por ti temos esperado; sê tu o nosso braço cada manhã, como também a nossa salvação no tempo da tribulação.” (Isaías 33:2)
 

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