Descrição
Recomendamos com gratidão, alegria e esperança no Senhor, a leitura atenciosa desta obra composta de excelentes compilações pelo irmão Brandon Adams, acerca da teologia pactual em Agostinho, e como ela se harmoniza com o Federalismo de 1689.
O Capítulo 7 de nossa Confissão de Fé trata da Aliança de Deus, e expressa o que cremos ser um reflexo do ensino das Escrituras, sobre como aprouve a Deus relacionar-se por meio de alianças.
Vos deixamos com uma linda, solene e encorajadora palavra de James Renihan, sobre o Federalismo Batista na perspectiva da Confissão de Fé Batista de 1689; a seguir uma nota introdutória a esta obra, por Brandon Adams; e por fim, alguns links importantes para o leitor que deseja conhecer mais sobre o Federalismo de 1689. Que Deus abençoe vossas leituras e meditações, por Sua graça, por amor do Senhor Jesus Cristo. Amém!
***
Nós vivemos no fim de um período de 100 anos em que os Batistas perderam drasticamente a sua identidade teológica. Nós tentamos recuperar essa identidade. Não é nada novo. Ao contrário, é algo antigo que temos descoberto e aprendido a respeito. Eu acredito que um dos desafios que nós enfrentamos no século XX e agora no começo do século XXI foi se desprender do dispensacionalismo. Sem o acesso a muitos livros batistas históricos sobre o Federalismo, nós herdamos e de cera forma desenvolvemos uma forma de Federalismo que na verdade é pedobatista e que nós tentávamos ajustar de alguma forma e transformar em algo batista sem nos dar conta de que ele não se encaixava muito bem, quando a antiga visão sustenta tudo o que nós cremos sobre a Cristologia, Soteriologia, doutrina da Igreja e Credobatismo.
NOSSA ESPERANÇA
Nós vivemos em um mundo em que o consenso Cristão foi esmigalhado. Os Cristãos podem olhar para isso e se desesperar. “O que vai acontecer? O Islã vai superar o Cristianismo, o secularismo vai superar o Cristianismo, e o Cristianismo vai morrer”. A resposta é: “NÃO! Deus é soberano. Deus está em Seu trono. Deus vai salvar o Seu Povo em todas as gerações, de todas as tribos, línguas e nações, como Ele intenciona fazer. E Ele fará tudo isso por meio de Aliança”. É por isso que o Federalismo é tão importante. É lindo. Eu amo pensar sobre isso e na forma como tudo isso se junta. Nos move, e nos leva a adorar a Deus ver como Ele, em Sua graça e misericórdia salva os pecadores. Isso é uma coisa maravilhosa. (James Renihan, Sobre o Federalismo Batista na perspectiva da Confissão de Fé Batista de 1689 – Federalismo Batista – Introdução (Parte 1)”.
***
Nota por Brandon Adams
Agostinho cria no Pacto de Obras Adâmico: Adão era um representante federal e natural de todos os homens. Ele era impulsionado pela recompensa da imutabilidade. Todos os seus descendentes quebraram o pacto quando ele pecou, o que imputou o pecado original a todos eles. Neste sentido, Agostinho estava de acordo tanto com o Federalismo de 1689 quanto com o Federalismo de Westminster.
No entanto, o restante de sua teologia pactual concordava com o Federalismo de 1689, em contraste com o Federalismo de Westminster.
Ele cria em um Pacto Abraâmico Dicotômico, no qual às duas sementes distintas foram dadas duas promessas distintas. “Duas coisas são prometidas a Abraão, uma, que a sua descendência possuiria a terra de Canaã… mas outra muito mais excelente, e não à semente carnal, mas à espiritual, pelo que ele é o pai, não de uma nação israelita, mas de todas as nações que seguem as pisadas de sua fé”.
A primeira promessa foi cumprida durante o reinado de Salomão. A Antiga Aliança regia esta promessa terrena. A semente carnal de Abraão ainda habitaria nessa terra hoje se eles tivessem obedecido à lei. Agostinho ensinou uma republicação tanto material quanto formal do pacto de obras no Monte Sinai. A letra condenou os homens pela lei eterna e era também um pacto de obras para a vida na terra de Canaã. Esta era uma cidade terrena (Cidade do Homem) que figurava outra cidade, a celestial (Cidade de Deus), que era a Jerusalém de cima. Em Gálatas 4:22-31 Agostinho identificou Agar, a escrava, com a própria Antiga Aliança, propriamente, e não, como Calvino, que a identificava com um abuso ou perversão da Antiga Aliança. Ele foi tão longe a ponto de dizer que parear a Antiga Aliança com a Nova Aliança em termos de suas promessas seria abolir “a distinção que foi delineada pela autoridade Apostólica e universal”. E que “tanto dano é feito ao Novo Testamento [Pacto] quando é colocado no mesmo nível com o Antigo Testamento [Pacto], quanto é infligido ao próprio Antigo quando os homens negam que ele seja a obra do supremo Deus de bondade [A referência aqui era a Marcião]”.
A Nova Aliança, por outro lado, era a Jerusalém de cima, a mulher livre, a celestial cidade de Deus. Ela era o cumprimento da segunda promessa feita a Abraão, na morte de Cristo, seu Mediador. No entanto, seu efeito voltou no tempo até a Queda. Foi somente pela Nova Aliança que todos os homens da história foram salvos. “A partir do que podemos facilmente ver quem são os que pertencem ao reino terreno, e os que pertencem ao reino celestial. Mas, então, as pessoas bem-aventuradas, que mesmo na era inicial foram, pela graça de Deus ensinadas a entender a distinção agora estabelecida, eram, assim, feitas os filhos da promessa, e eram considerados no propósito secreto de Deus como os herdeiros do Novo Testamento [Pacto]; embora continuassem com a aptidão perfeita para ministrar o Antigo Testamento [Pacto] ao antigo povo de Deus, porque isso era Divinamente apropriado para aquelas pessoas, na distribuição Divina dos tempos e estações”. “Os homens de Deus que naquela época compreenderam isto de acordo com a ordem dos tempos, eram de fato os ministros e portadores do Antigo Testamento [pacto], mas são mostrados serem os herdeiros do Novo. Negaremos que pertence ao Novo Testamento [Pacto] aquele que diz: ‘Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto’ (Salmos 51:10)?”. Em concordância com os Batistas, Agostinho interpretou Jeremias 31 como referindo-se à bênção da regeneração e insistiu que somente os eleitos eram “herdeiros” ou membros da Nova Aliança. “Agora, todos estes predestinados, chamados, justificados e os glorificados, devem conhecer a Deus pela graça do Novo Testamento [Pacto], desde o menor até o maior deles”.
Agostinho concordou com o Federalismo de 1689, em contraste com o Federalismo de Westminster, nas seguintes passagens-chave:
• Jeremias 31:33-34; Hebreus 8:6-13 (A Nova Aliança é composta totalmente de regenerados).
• Gálatas 4:22-31 (Os dois filhos referem-se às duas promessas do pacto com Abraão, e a escrava é a Antiga Aliança, propriamente).
• Romanos 9:6-8 (“Porque nem todos… são israelitas” = Novo Pacto; “os que são de Israel” = Antigo Pacto).
• 2 Coríntios 3:1-11 (Letra = Antigo Pacto, e não a lei abstraída do pacto).
O “pacto de graça em duas administrações” não é encontrado em nenhum lugar. Em vez disso, Agostinho iguala a Nova Aliança com o que chamamos de o Pacto da Graça e descreve todos os homens salvos por meio dele como assim operando (o que chamaríamos) retroativamente.
Observe como Agostinho usa a palavra “testamento”. Por isso ele quer dizer “pacto”, a menos que ele especificamente observe que ele está se referindo à coleção de Escrituras. “Portanto, por um costume da linguagem já em vigor, de forma que a lei e todos os profetas que profetizaram até João são chamados de ‘Antigo Testamento’, embora este é mais definitivamente chamado de ‘Antigo Instrumento’ ao invés de ‘Antigo Testamento’;… “O fato é que o termo Antigo Testamento é constantemente empregado de duas maneiras diferentes… estamos acostumados, em nosso uso comum das palavras, a designar todas aquelas Escrituras da lei e os profetas que foram dadas antes da encarnação do Senhor, e são abraçadas juntamente pela autoridade canônica, sob o nome e o título de Antigo Testamento…”.
Compare tudo isso com o Pacto nos Pais da Igreja, Andrew Woolsey.
***
Links importantes: Federalismo1689.com (Rupert Teixeira) & Batista1689.com (Daniel Pompermayer).