Um Comentário da Confissão de Fé Batista de 1689, por Gary Marble – Capítulo 6, A Queda do Homem, o Pecado e o Castigo Desse

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Descrição

Somos gratos ao nosso Deus por nos conceder a graça de, em parceria com o amado irmão Gary Marble, podermos publicar em Português um comentário muito solene do importantíssimo Capítulo 6 da Confissão de Fé Batista de 1689, Sobre a Queda do Homem, o Pecado e o Castigo Desse. Eis alguns trechos:

“Este Capítulo tratará da desobediência de Adão e Eva, e a drástica mudança que esta trouxe a eles e à sua posteridade”.

Dado o devastador julgamento de Deus sobre Adão e Eva e toda a sua posteridade, é importante para nós olharmos para a preponderância de provas contra Adão. Moisés apresenta as evidências em Gênesis, de tal forma que não há dúvida de que Adão foi totalmente culpado por sua desobediência. O Novo Testamento confirma a obstinada transgressão de Adão. O peso de evidência contra Adão apenas torna insensata a sua tentativa para remover a falha. Primeiro, ele tentou culpar Eva (i.e., “ela me deu da árvore, e comi”), e em segundo lugar, culpar a Deus (i.e., “A mulher que me” [Gênesis 3:12]”). Deus deu uma ordem clara que foi totalmente compreendida. A desobediência de Adão não foi uma mera questão do engano de Satanás. Foi uma transgressão voluntária, e, como tal Deus, que é justo em todos os Seus juízos (Apocalipse 19:2), enviou o Seu juízo sobre os nossos primeiros pais, e neles, sobre toda a sua posteridade. […]

No meio do drama, somos propensos a pensar que tudo se deu por causa da Queda. Esta é, de fato, uma situação devastadora; no entanto, a Confissão nos lembra que, mesmo na Queda: Deus foi servido permitir este pecado deles, de acordo com Seu conselho sábio e santo, havendo determinado ordená-lo para a Sua própria glória. A História épica de Deus tem propósito; Deus tem um plano nesta tragédia — um que envolve um bem maior. Deus manifestará a Sua gloriosa justiça e misericórdia, trazendo glória à Santíssima Trindade por redimir os eleitos de Deus em meio a essa devastação para o louvor da glória de Sua graça.

Nossos primeiros pais, por este pecado, decaíram. Eles estavam em uma elevada posição de perfeição, sendo santos, justos, com conhecimento e comunhão com Deus. A perda de tudo isso somente reforça a tragédia da Queda. Dificilmente podemos superestimar a perda que adveio como resultado de seu pecado. A extensão dessa perda é o tema do restante deste Capítulo, e à medida que prosseguirmos, vamos aprender que o seu estado caído foi imputado e transmitido à toda a sua posteridade. Como resultado disto, temos um grande interesse em compreender a Queda e suas consequências, não apenas como um fato histórico sobre Adão e Eva, mas como uma realidade presente para toda a humanidade. Se entendermos o grau em que a raça de Adão caiu, então vamos entender a necessidade radical da redenção. Muitos Cristãos hoje não compreendem a magnitude da corrupção da humanidade — tratando-a como se fosse uma mera ferida superficial. E embora todos os verdadeiros Cristãos venham a entender que o pecado é o problema, muitos não compreendem a extensão e a profundidade do mesmo. Entretanto, por não compreenderem o alcance da Queda, involuntariamente são levados a discorrer sobre a profundidade e a amplitude do Evangelho, como se ele fosse apenas a porta de entrada para o Cristianismo, em vez da substância deste. […]

Além tanto da morte física quanto da eventual morte espiritual, todos estão totalmente corrompidos em todas as faculdades e partes da alma e do corpo. Com a perda da retidão original, todas as faculdades e partes da alma e do corpo ficaram totalmente corrompidas. As faculdades e partes referem-se aos vários aspectos do corpo e da alma: mente, emoções, vontade, e assim por diante. Não há nenhuma parte do homem, e nenhuma faculdade, não afetada pela Queda. Esta é a Doutrina da Depravação Total. A Escritura diz de todos aqueles agora convertidos: “estando vós mortos em ofensas e pecados” (Efésios 2:1). Até nos convertermos, estamos mortos em nossos pecados. Semelhantemente em Tito está escrito: “Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados. Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra” (Tito 1:15-16). A Escritura aponta que não há nenhuma exceção — todos são totalmente depravados: “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só” (Romanos 3:10-12). Mais será dito sobre as ramificações da morte em pecado e da depravação total nos Parágrafos 3, 4 e 5 por isso vamos expandir ainda mais estes temas à medida que prosseguirmos. […]

Devemos agora compreender mais plenamente a magnitude da Queda. Podemos ver que a Queda deixou o homem culpado diante de Deus e totalmente corrupto. A nossa natureza corrupta é a causa de nós pecarmos, e até mesmo o regenerado mantém um grau de corrupção que nunca será totalmente erradicada até a sua morte ou à volta do Senhor. Compreender o grau de depravação ao qual a Queda nos trouxe é que nos leva a dizer com os discípulos: “Quem poderá pois salvar-se?  E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível” (Mateus 19:25-26). As verdades neste Capítulo fornecem uma base fundamental para os próximos Capítulos. Tal como acontece com cada Capítulo, é necessário que nós tomemos tudo o que aprendemos, e o tragamos conosco para os próximos Capítulos.