[Cartas de Anne Dutton Sobre Temas Espirituais • Carta 1: The Bosom Of His Eternal Love!; Carta 2: Oh, Infinite Love!]
O Seio do Seu Amor Eterno!
Minha querida irmã em Cristo,
Oh, que coração pode conceber ou língua expressar uma milésima parte daquela alegria e glória que Ele reservou para o Seu povo no mundo vindouro, quando Ele os fará entrar em Sua própria alegria, e Ele mesmo será a sua luz eterna, e como o seu Deus, a glória deles! Oh, então, nós teremos a luz da vida, a vida gloriosa, de tal maneira e medida a ponto de superar todo o nosso pensamento presente!
Venha, deite-se pela fé no seio do Seu amor eterno! É uma cama doce, macia, que encantará e revigorará você, excessivamente. Aqui está um jarro de vinho celeste, ou melhor, um mar de felicidade sem limites! Beba tudo, banhe a sua alma em deleites, e anuncie as glórias, a plenitude, os louvores do forte Jeová em meio a todos os seus sensos de vazio, fraqueza e imperfeições! Assim, você será muitíssimo feliz e frutífera, e a sua obediência grandemente agradará a Deus o seu Pai, no Filho de Seu amor.
Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o seu espírito.
Oh, Amor Infinito!
Minha querida Irmã, em nosso precioso Senhor,
O que havia em nós para que Deus estabelecesse o seu coração sobre nós? Éramos melhores do que aqueles que perecem sob a Sua ira? Não, de maneira nenhuma! Quanto a mim, devo dizer que eu sou a mais vil e ingrata de todos, e não sou digna de ser colocada entre os filhos. E ainda assim, quão deleitosa tem sido a minha porção, quão formosa a minha herança — porque a graça reina, e o amor de Jeová é livre! Ajude-me, minha querida irmã, a louvar o Senhor por Sua livre graça, que tem sido tão superabundante em relação a mim, e também lamente diante dEle por todos os meus miseráveis retornos ao meu terno Pai, ao meu querido Senhor Jesus, e ao bendito Consolador.
Nenhum homem, nenhum anjo, nenhum ser finito poderia suportar as minhas provocações, mas eles teriam retirado de mim todo o favor, e eu seria um objeto de seu ódio apenas. Mas oh, eis que eu sou um ajuntamento de pecado, uma massa de impureza, um Inferno de iniquidade — embora minha cerviz seja um nervo de ferro e minha testa de bronze, ainda que eu esteja inclinada a desviar-me de Deus e fazer coisas más, ainda assim, Jeová não me rejeitou, nem me lançará fora, por tudo o que eu fiz! Sim, tão longe Ele está de lançar-me fora de Seu favor como um objeto de Sua ira, a qual eu tenho justamente merecido, que Ele ainda repousa Seu amor sobre mim, regozija-Se em mim com cântico; e tudo isso, por meio de um Jesus crucificado, o que é consistente com a Sua estrita justiça e flamejante santidade. Oh, amor infinito! Sem fundo, sem limites, amor sem fim!
Oh, amor que excede o entendimento, o conhecimento dos homens e dos anjos em ambos os mundos, através de todos os tempos e por toda a eternidade! Ele tem as alturas, profundidades, comprimentos e larguras da Divindade em si; e neste vasto mar de glória serão lançados todos os vasos de misericórdia, quando despidos da carne mortal e pecaminosa, e ali nós seremos supridos de novos deleites pelos séculos sem fim, mas nunca seremos capazes de compreender o amor incompreensível!
O dom do Espírito Santo como Consolador, para derramar o amor de Deus em nossos corações, é uma garantia daquele eterno amor de comunhão que nós teremos com Ele, quando passar o tempo do pecado, sofrimento. E todas aquelas doces emanações do amor Divino que são derramadas por meio de Cristo em nossas almas aqui, mesmo a alegria indizível e cheia de glória, são tais doces antecipações daquela plenitude da alegria — aqueles rios de prazer — que nós teremos em Sua presença, à Sua mão direita para sempre!