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Ordenação Ministerial: Sua Legitimidade e Limitações, por Steve Marquedant

[Carta Circular da ARBCA • 2008]

 

“Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?); não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo.” (1 Timóteo 3:1-7)

 

 

Queridos irmãos,

 

O assunto apresentado pela Igreja do Pacto da Graça de Gilbert, Arizona [Grace Covenant Church of Gilbert, Arizona], e aprovada na Assembleia Geral da ARBCA do ano passado para a Carta Circular de 2008 possui o tema: “Ordenação Ministerial: Sua Legitimidade e Limitações”. Eles sugeriram que eu escrevesse esta Carta, e de comum acordo, as igrejas concordaram, então eu de bom grado e humildemente apresento o que se segue para vossa consideração.

 

A questão da ordenação ministerial é vital. O próprio Deus nos deu em Sua Palavra as qualificações para um ministro do Evangelho. Está fora do escopo deste artigo dar uma exposição dessas qualificações descritas em 1 Timóteo 3:1-7, em Tito 1: 6-9 e em outras partes das Escrituras. No entanto, uma vez que Deus deu à Sua igreja os requisitos para o ministério, denominações, associações, e até mesmo as igrejas locais não têm o direito de ignorar essas normas e ordenar homens que não as atingem de forma adequada. Em muitos círculos, e mesmo entre os Batistas Reformados, a redescoberta do presbitério plural tem levado alguns a correrem para a ordenação ao mesmo tempo que minimizam os padrões bíblicos, enquanto buscam a pluralidade. Tem acontecido muitas com resultados muito tristes tanto para a Igreja quanto para o próprio homem indevidamente ordenado. Outros simplesmente estabelecem padrões mais baixos para alguns anciãos — criando, em efeito, um sistema com dois níveis no presbitério, o que, na realidade, não é a pluralidade de modo algum.

 

Outros problemas existem na questão de quem deveria ser ordenado para o ministério evangélico. Em muitas denominações encontramos uma tendência crescente para a ordenação de mulheres, o que é claramente anti-bíblico. Alguns grupos começaram a ordenar homossexuais praticantes. Não é preciso nem mesmo congregar em uma igreja para ser ordenado, pode-se apenas ir na Internet, e por uma taxa tão pequena quanto $25.00, comprar um certificado de ordenação, e proclamar-se “um reverendo”, com direitos legais (em alguns estados) para realizar casamentos, etc. Enquanto a maioria das igrejas evangélicas não estariam em perigo de incorrer nestes erros, uma tendência que nos assedia de perto é um lugar onde a importância do ministério evangélico é minimizada e “cada membro, um ministro” torna-se o clamor. Embora seja verdade que todo filho de Deus deve fazer o seu melhor para servir o nosso Mestre, nunca deve ser esquecido que Deus tem separado alguns homens para proclamarem publicamente a Sua Palavra e fazerem o trabalho do ministério.

 

Como Batistas Reformados não acreditamos que a ordenação é um sacramento, ou que eleva o indivíduo a um estado novo ou superior de espiritualidade. A ordenação é o reconhecimento oficial da igreja local, que Deus chamou e dotou um homem para o Seu serviço naquela igreja. É da responsabilidade de cada igreja local reconhecer o homem ou homens que Deus chamou para servi-lO naquele lugar particular. A convocação vem em primeiro lugar de Deus. Em seguida, é vital que o próprio homem deseje o ministério. O passo final, vital e necessário final, é que igreja local reconheça formalmente o chamado de Deus sobre o homem, e o separe para o ministério do Evangelho.

 

Um ministro é um bom dom de Deus para a igreja e ele deve ser respeitado e valorizado por seus membros companheiros (Hebreus 13:7, 17). A igreja deve definir de acordo com seu tamanho, uma responsabilidade fiscal do amplo suporte financeiro de um ministro (ou ministros, no caso de uma igreja maior). “Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho” (1 Coríntios 9:14). Este verso aparece no contexto mais amplo de apoio ministerial encontrado nos versos 3-18 do mesmo capítulo. Paulo diz-nos que os fiéis ministros devem ser apoiados com uma mão generosa em 1 Timóteo 5:17-18.

 

As práticas de coordenação diferem muito entre os vários grupos Batistas. A Convenção Batista Americana tem geralmente seguido um modelo preconizado pelo ministro Batista do século XIX, Francis Wayland, e encontrado em seu livro, Notes on the Principles and Practices of Baptist Churches [Notas Sobre os Princípios e Práticas de Igrejas Batistas]. Quanto à teoria de que os membros da igreja não são inteligentes o suficiente para escolher os seus próprios ministros, ele escreve na página 100:

 

“Que nossas igrejas, então, nunca renunciem esta autoridade para ministros individuais, ou para concílios, ou para qualquer outra organização qualquer. Eu acredito que Cristo colocou-a em suas mãos (i.e., da igreja), e eles não têm o direito de delega-la. Deixe-os usá-la (o poder de reconhecerem seus próprios ministros), na forma requerida pelo Mestre, e ele não pode ser colocado em mãos mais seguras”.

 

No entanto, em relação à ordenação formal dos ministros, ele escreve na página 114 desta mesma obra:

 

“Pela ordenação, a licença é admitida de forma permanente para o ofício pastoral, e é geralmente entendido que ele deve fazer desta a grande obra de sua vida. Uma única igreja não ordena. Ela convoca um conselho (ênfase minha), geralmente representando as igrejas nos arredores, os quais são apresentados pelos seus ministros e tais irmãos específicos, que eles podem selecionar”.

 

Neste ponto de vista um homem pode ser um pastor de uma igreja, mas para ser um ministro ordenado requer o reconhecimento dos de fora do corpo da igreja local. Um bom exemplo moderno desse tipo de prática entre os Batistas é encontrado no documento “Ordination within the American Baptist Churches of the Rochester/Genesee Region” [“Ordenação dentro das Igrejas Batistas Americanas da Região de Rochester/Genesee”. Este documento é representante de outros que podem ser encontrados entre as regiões da Convenção Batista Americana, e abrange em detalhes os requisitos para a ordenação, dentro de sua denominação e está disponível na Internet.¹

 

A maioria dos Batistas Reformadas têm seguido um modelo mais parecido com o da Convenção Batista do Sul, que pode ser encontrado no site.

 

“Na verdade, não há nenhum processo ou política relativa ao padrão de ordenação na CBS. De fato, a CBS, não pode ordenar ninguém. A questão da ordenação compete estritamente ao nível da igreja local. Cada igreja Batista do Sul é autônoma e decide individualmente se deve ou não ordenar, ou o que exigir para a ordenação de seu pastor”.

 

Quanto à ordenação nas Escrituras, Ezequias Harvey observa na página 84 de seu livro, The Church – It’s Polity and Ordinances [A Igreja — Suas Políticas e Ordenanças]:

 

Três casos de ordenação, ou de separação pública para o ofício da igreja, são encontrados no Novo Testamento — aquele dos “sete”, como está em Atos 6:6: “E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos”; aquele de Barnabé e Saulo, a respeito dos quais, o Espírito Santo disse ao ministério em Antioquia: “Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram” (Atos 13:1-3); e aquele de Timóteo, a quem Paulo disse: “Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério” (1 Timóteo 4:14). A estes casos reais é adicionada a recomendação dada a Timóteo: “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos” (1 Timóteo 5:22); onde a referência é claramente à ordenação; e a inferência natural é que esta era a cerimônia de separação para o ministério.

 

A ARBCA é uma associação de igrejas e não uma denominação. A ARBCA não fornece um mecanismo para a ordenação de ministros. Nós acreditamos que é da responsabilidade de cada igreja local reconhecer e empossar sues anciãos individuais. No entanto, há um aspecto em relação à ordenação de ministros que preocupa cada igreja da ARBCA. As igrejas ARBCA precisam perceber que é sua responsabilidade fazer com que a Confissão seja levada a sério e que sejam ordenados somente os homens que atendam aos padrões de “Plena Subscrição” à Confissão de Fé Batista de Londres de 1689. A cada ano, as Igrejas da ARBCA prometem uma à outra a sua crença de coração e sentimentos na “Plena Subscrição” em relação à Confissão de 1689 (a definição de “Plena Subscrição” [Full Subscription] pode ser encontrada no Apêndice #1 da Constituição da ARBCA).

 

Todos os Cristãos conservadores afirmam “Somente a Bíblia” como sua autoridade final de fé e prática, no entanto, é interessante quão diversos esses vários grupos podem ser em questões doutrinais vitais. A Confissão de 1689 é a cola que mantém a nossa Associação unida. Nossas igrejas não são idênticas umas às outras, cada igreja local tem sua própria personalidade. Podemos encontrar muitos tipos de personalidades diferentes dentre nossas igrejas da Associação. Nós não estamos tentando ser cortadores de biscoitos por qualquer exagero da imaginação. As práticas variam entre as igrejas, e alguns indivíduos Batistas Reformados podem encontrar-se mais confortáveis em uma igreja local do que em outra. Mas, não deve haver diferenças doutrinárias significativas entre igrejas subscrevestes. É dever dos ministros nas igrejas das ARBCA subscreverem pessoalmente e ensinarem publicamente a Confissão como o escopo teológico da nossa fé.

 

No contexto da igreja local, um pastor deve ser “dentre o seu povo”. Sua vida deve ser um livro aberto e ele deve ter uma boa fama entre seu povo, posto que estes são os únicos que devem reconhecer a sua chamada. Não há como uma igreja possa julgar as qualificações de um homem de acordo com 1 Timóteo 3:1-7 ou Tito 1:5-9, a menos que o conheça bem. Estas são as qualificações bíblicas para a ordenação, e enquanto as igrejas estão livres para adicionar outras restrições, tais como exigências educacionais, uma igreja não tem o direito bíblico de ordenar homens para o ministério que não atendam a essas credenciais bíblicas. Lembre-se, um ministro em uma igreja será respeitado como um ministro legítimo por igrejas irmãs, e até mesmo na comunidade em geral. Ele representa Jesus Cristo, o Senhor, pelo que há uma grande responsabilidade de ordenar apenas homens qualificados.

 

Um homem, que é o pastor de uma igreja, deve ser um membro dessa mesma igreja. Cada Cristão tem a responsabilidade, se possível, de unir-se a uma igreja local, e isto inclui um ministro. Sua autoridade pastoral estende-se apenas a essa igreja. Um homem não pode ser um membro de duas igrejas ao mesmo tempo, nem pode ser o pastor de duas congregações distintas ao mesmo tempo. Ele pode ser comissionado por sua igreja local, por um tempo, para fazer o trabalho em outro campo, mas ele permanece sob a autoridade e responsabilidade da igreja local da qual ele é uma parte formal. Um homem, que é ordenado para o presbitério de uma igreja, deve continuar a ser um ministro naquela igreja até sua morte, ou ele voluntariamente renuncia por relocar-se, ou ele renuncia por motivos pessoais/bíblicos. É claro que um homem pode desqualificar-se do ministério, neste caso a igreja deve tomar medidas para remover tal homem do seu presbitério, através da correta aplicação da disciplina eclesiástica. Quando um homem se demite do ministério, ou é devidamente removido, ele não é mais um ministro ordenado. Deve-se reconhecer que o homem não é um pastor, a menos que ele seja atualmente um pastor de uma igreja. Não há nenhuma autoridade pastoral que se estende para fora da igreja local. Um homem pode ter um certificado de ordenação, ele pode ter uma boa formação teológica, ele pode ser muito qualificado para o ministério, mas ele não está “no ministério”, a menos que seja chamado para tal por um corpo local de crentes. Um homem pode ser altamente considerado como um ex-pastor, um homem pode ser um candidato ao ofício pastoral, mas um homem não é um pastor, a menos que ele seja reconhecido como tal e separado por uma congregação local. Um pastor deve ter ovelhas. Um pastor deve ter uma congregação. Seria ridículo para um homem chamar-se a si mesmo de marido embora não fosse casado. Nenhum homem tem o poder de declarar-se a si mesmo como um ministro. A vocação vem de Deus e é reconhecida pela igreja local.

 

Existem questões práticas e éticas envolvidas em relação a um homem que já foi um pastor e agora encontra-se sem uma igreja. Em nossos círculos, os homens muitas vezes, tiveram de abandonar posições em suas antigas igrejas ou denominações por causa de convicções doutrinárias. Não há nada de errado com um homem, nesta posição, que solicita a igrejas locais sua entrada no púlpito de seu ministério. Ele deve estudar para ser um bom membro da igreja até ao momento em que Deus abra-lhe a porta do ministério pastoral, novamente. Um homem nesta posição pode achar que é o mais sensato a se fazer e observar um período de tempo de treinamento, seja formalmente através de um seminário, ou informalmente, servindo como um membro de uma boa igreja local antes de voltar a entrar no ministério. Isto é especialmente verdadeiro, se ele foi treinado em outra tradição.

 

Um homem que uma vez foi pastor e agora encontra-se sem um ministério formal deve ter muito cuidado para evitar as armadilhas comuns que seriam prejudiciais para a igreja à qual ele é agora um membro. As pessoas da congregação geralmente terão uma atenção especial por este homem, por causa de seu conhecimento, formação e experiência. Há uma determinada forma em que homens experientes no ministério, muitas vezes portam-se, e um homem poderia facilmente chamar as pessoas para si mesmo, e começam a funcionar como um pastor, sem a convocação adequada. Ele deve ter muito cuidado para mostrar a devida atenção aos pastores atuais da congregação, e não minar sua autoridade, mesmo que, às vezes, pense que ele não concorde com eles. Se ele tem o desejo de vir ao presbitério deste corpo, ele deve trabalhar em estreita colaboração com o presbitério existente. Isso pode apelar para uma grande humildade da parte dele, pois ele pode achar que ele tem mais experiência no ministério do que o presbitério existente. Isto provavelmente exigirá paciência de sua parte também. Ele deve lembrar que a autoridade repousa sobre a igreja local, e é responsabilidade da igreja local avaliar a situação, e traçar o curso de reentrada para o ministério através daquela igreja (ou, possivelmente, empreender esforço para a plantação de igreja). O homem de boa vontade aproveitará as oportunidades para o ministério à medida que que as ocasiões se apresentarem. Ele deve sempre honrar os líderes ordenados por Deus e trabalhar com eles em qualquer papel que eles se agradarem de confiar a ele.

 

O presbitério tem uma responsabilidade para com o homem que uma vez serviu como um pastor, especialmente se ele expressou seu desejo de voltar para o ministério novamente. Eles devem se reunir regularmente com ele, e dar-lhe metas específicas para conseguirem ajudá-lo visando um retorno. Se Deus chamou o homem, Deus proverá os modos de como tal homem poderá ser útil naquela igreja local, ou em outro lugar. O presbitério pode procurar oportunidades para colocar o homem em um novo local, como uma igreja em fase de plantação, ou recomendar-lhe para ocupar um púlpito vago em uma igreja já existente. O presbitério pode dar ao homem oportunidades de pregar ou ensinar para testar seus dons e a recepção que tal homem recebe por parte da congregação. No entanto, o homem nunca deve usar essas oportunidades para ir contra o presbitério estabelecido ou usar sua antiga posição para tentar mudar a liderança da igreja por sua própria iniciativa. Todas as coisas devem ser feitas com decência e ordem.

 

Os membros da igreja têm uma responsabilidade para com o homem que uma vez serviu como um pastor. Eles devem tratá-lo com afeto e respeito Cristão. Eles podem considerá-lo como um Cristão maduro, sem considerá-lo como o seu pastor. Os membros da igreja, individualmente, não devem tratá-lo como seu pastor. A igreja não deve apressar a empregar o homem em algum serviço, nem retardar desnecessariamente o seu retorno ao ministério. Eles devem tratar o homem, e sua família, como um dos seus próprios, e procurar ser “membros uns dos outros” com ele em suas responsabilidades pactuais. Se, na providência de Deus, o homem for levantado para o ministério daquela congregação, ou for enviado com a bênção daquela igreja para outro campo de trabalho, a própria igreja será capaz de falar com uma só voz sobre as qualificações do homem que eles vieram a conhecer como um membro, enquanto ele estava entre eles.

 

Uma questão interessante a respeito de um homem que era um ministro ordenado, e agora volta para o presbitério de uma congregação local é: ele deve ser “reordenado”? Isto deveria ficar a critério da igreja individual. Não se poderia esperar de um conselho de plena ordenação sob estas circunstâncias, e muitas igrejas Batistas Reformadas não mantém a prática de "conselhos de ordenação" em qualquer circunstância. Certamente, tais conselhos não estão comandados pela Escritura. Um culto de posse seria uma forma normal de trazer um homem para o presbitério, caso ele seja um ex-ancião ou não. Uma liturgia típica de posse/ordenação pode ser algo como isto:

 

A igreja local gostaria de informar às igrejas próximas a ela, tanto em geografia quanto em doutrina, que estabeleceram uma data para ordenar o Sr.__________ ao seu presbitério. Eles podem pedir para que os representantes das igrejas participem do culto especial que o empossará no ministério. Geralmente, um encargo seria dado ao homem, e outra à igreja. Em seguida, os votos formais de ordenação devem ser feitos pelo homem publicamente, para lembrar a ele à congregação da solenidade desta ocasião.

 

Um exemplo de votos que poderiam ser feitos em uma ordenação seriam os seguintes:

 

Candidato, por favor, responda às seguintes perguntas com sim ou não.

Você crê que as Escrituras do Antigo e Novo Testamentos, como dados originalmente, são a inerrante Palavra de Deus, e a única regra infalível de fé e prática?

Você sinceramente recebe e adota a Confissão de Fé desta igreja, A Confissão de Fé Batista de Londres de 1689, como contendo o sistema de doutrina ensinada nas Sagradas Escrituras?

Você promete, ainda, que se em algum momento você se encontrar em desacordo com qualquer dos fundamentos deste sistema de doutrina, você vai, por sua própria iniciativa, fazer essa alteração conhecida aos anciãos e ao corpo da igreja, e voluntariamente renunciará ao ofício pastoral?

 

Se todas as respostas do candidato forem afirmativas, continue:

 

Pergunte à Congregação: Por favor, ouçam esta pergunta e respondam AMÉM se vocês concordarem:

 

Vocês, os membros da Igreja _________ reconhecem e recebem ______ como um ministro do Evangelho do Senhor Jesus Cristo, chamado para pregar o Evangelho, pastorear o povo de Deus, e administrar as Ordenanças do Batismo e da Ceia do Senhor, como um representante desta igreja? Se assim for, por favor, responda, AMÉM.

 

A descrição acima é dada meramente como um guia e pode ser expandida como aprouver à igreja.

 

Outra questão a abordar é: quanta educação deve ter um homem antes de ser ordenado ao ministério do Evangelho? Na realidade, isso pode variar de igreja para igreja, de acordo com a maturidade do corpo naquele local específico. Biblicamente, ele deve estar “apto para ensinar” e “não neófito” (1 Timóteo 3:2, 6). Ele deve “reter firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes” (Tito 1:9). Se um homem não atender a essas qualificações, ele não deve ser ordenado.

 

As igrejas da ARBCA têm definido uma meta para que o ministro possa receber o melhor treinamento possível. É por isso que IRBS [The Institute of Reformed Baptist Studies] existe, e por isso vale a pena o esforço e gasto para mantê-lo funcionando, para facilitar a formação de homens para o ministério evangélico. O fato de que a necessidade é grande não deve fazer rapazes se apressarem para o ministério. O lenhador nunca perde tempo quando afia seu machado. Um jovem que acredita que ele é chamado para passar sua vida no ministério deve ser encorajado a ingressar em uma faculdade ou universidade de quatro anos, para que ele possa se tornar uma pessoa melhor preparada. Ele deve receber, pelo menos, um diploma de bacharel, o que também lhe daria um currículo melhor se ele acha que ele precisa se envolver em “fazer de tendas” durante o curso de seu ministério. Da faculdade, ele deveria ingressar no seminário, e ganhar o seu M.Div. Seguir este modelo nos levaria a um ministério mais educado, e à medida que nosso movimento amadurecer, esperamos que isto se torne o padrão normal.

 

O que deve ser feito se uma igreja, na providência de Deus, se achar desprovida de um pastor? Talvez não há melhor conselho existente do que o encontrado no apêndice da Confissão de Charleston (que é basicamente a Confissão de Fé Batista de Londres de 1677/1689 com um capítulo extra, dedicado ao Canto de Salmos e Hinos), aprovada em 1774. Nós lemos o seguinte em um Sumário sobre a Disciplina da Igreja:

 

A igreja quando estiver desprovida de um ministro deve procurar entre seus próprios membros e ver se há algum que aparenta estar dotado de dons e graças para essa grande obra. Se tal pessoa é encontrada, ele deve ser levado um teste privado por um período; quando o encontrarem capacitado, e perceberem que eles são edificados por sua pregação, eles podem chamá-lo para pregar em público. Após isso, se for verificado que a sua vara, como Arão, brotou, floresceu e deu frutos, ele deve ser separado por ordenação, para que ele possa realizar todas os deveres da função sagrada (Atos 13:2-3). Mas, se tal pessoa não for encontrada na igreja, é dever de uma igreja irmã, se possível, prover-lhes um ministro. E se algum membro de outra igreja for aprovado, e estiver inclinado a aceitar sua solicitação, ele deve primeiro se tornar um membro com eles, para que eles possam escolhê-lo dentre os seus próprios (veja Atos 1:21).

 

A questão sobre “Ordenação Ministerial: Sua Legitimidade e Limitações” é respondida por dois princípios vitais. Em primeiro lugar, uma igreja local deve fazer de sua principal preocupação ordenar somente os homens chamados por Deus — mas eles devem tomar cuidado para que, inversamente, eles não deixem de reconhecer e ordenar o(s) homem/homens que Deus chamou para o ministério e que estão em seu meio. Igrejas devem estar sempre “olhando entre si”, em busca daqueles que Deus escolheu. Por fim, a autoridade de um ministro do Evangelho vem através da igreja local, e é limitada à igreja local, da qual ele é membro.

 

CFB 26:7: “Para cada uma dessas igrejas assim reunidas, de acordo com Sua mente declarada em Sua Palavra, Ele tem dado todo aquele poder e autoridade, que é em toda forma necessário para a sua realização naquela ordem no culto e disciplina, que Ele instituiu para que eles observem, com ordens e regras para o devido e correto exercício e execução desse poder.” (Mateus 18:17-18; 1 Coríntios 5:4-5, 5:13; 2 Coríntios 2:6-8).

 

Vosso em Cristo,
Pastor Steve Marquedant
Sovereign Grace Reformed Baptist Church
Ontario, Califórnia

 

__________
Notas:

 

[1] www.abcrgr.org

[2] www.sbc.net