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A Necessidade de uma Confissão de Fé para a sua Família

Queridos irmãos, principalmente vocês, pais, homens, sacerdotes de seus lares e educadores de seus filhinhos. É com vocês que compartilho esse pensamento:

Enquanto redigia sobre a Confissão de Fé de nossa família, me veio à mente um livreto do John Piper, publicado pela Editora Fiel e disponibilizado gratuitamente como e-book no site Ministério Fiel. Trata-se de uma obra recomendada aqui nesse blog, sob o título: “Preparando-se para o Casamento”.

Infelizmente, esse material chegou tarde demais em minhas mãos, quando eu já era casado. Mas mexeu muito comigo e com minha esposa, levando-nos a pensar sobre a necessidade de se definir a confissão de fé de nossa família.

Logo no início do primeiro capítulo, Piper revela como é imprescindível se colocar as cartas na mesa — sobre os principais assuntos da vida — diante da pessoa com quem se pretende fazer os votos do matrimônio. Isso, obviamente, porque todo cristão, antes de tudo, deve viver na luz, em transparência total para com todos e principalmente para com seu futuro cônjuge; e depois, porque o casal, comprometido um com o outro e pretendendo passar a vida um ao lado do outro, precisa alinhar seus pensamentos, alvos, objetivos, desejos, anseios etc., se pretende formar uma família que honre e glorifique ao Senhor.

É fundamental que os futuros cônjuges entrem no matrimônio com as principais questões da vida (ou a grande maioria delas) previamente acordadas entre eles, principalmente as questões teológicas! Hoje entendo quão necessário isso é para todo lar cristão. É um divisor de águas entre aquilo que cremos e as demais doutrinas correntes lá fora. Importantíssimo para que não sejamos levados por quaisquer ventos de doutrina — nós, nossa esposa, e principalmente, nossos filhos — e para que mantenhamos, em família, uma vida piedosa, bíblica e teologicamente coerente.

Caso essa atitude não tenha sido tomada por você antes do matrimônio (assim como não foi por mim, o que é muito comum em nossos dias), então gostaria de sugerir que você considerasse, como pai e sacerdote de seu lar, e com o auxílio de sua esposa, a grande necessidade de se definir o credo de sua família e catequizar seus filhos a partir de uma teologia comum.

Tal atitude coloca tantas coisas no lugar! E ainda nos fornece meios eficazes para levar adiante o culto familiar, a prática da educação domiciliar (homeschooling), além de nos fornecer diretrizes santas e misericordiosas na educação disciplinar de nossos filhos.

Havendo dificuldades e inseguranças de sua parte, ou de sua esposa, em definir a confissão de fé de sua família, sugiro que você recorra ao auxílio de sua igreja local: pastores, líderes, presbíteros etc.; pois é algo muito urgente, que precisa ser feito o quanto antes.

A responsabilidade paterna, acompanhada do benefício familiar dessa iniciativa não se reserva apenas a famílias de pastores, presbíteros, diáconos, evangelistas, missionários, seminaristas, líderes espirituais etc. Isso é necessário para todo cristão, pai, verdadeiramente regenerado pelo Espírito Santo. Como alguém, certa vez me disse: “A nossa prática revela nossa teologia”. Sim! Aquilo em que cremos rege nossas atitudes. Sendo assim, quão importante é que você defina com sua esposa tudo aquilo em que crê, e tudo o que ensinará aos seus filhos, para que diante do Senhor, e na total dependência dEle, você viva piedosamente, com os seus, enquanto estiver peregrinando nesse mundo vil!

A exortação dada pelo profeta Oséias a um sacerdote é útil como advertência a nós: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos” (Oséias 4:6).

Nós homens somos sacerdotes de nosso lar. Nossa maior responsabilidade e preocupação deve ser espiritual. Nossa família depende espiritualmente de nós. Nossos filhos devem ser educados, catequizados e doutrinados por nós, ou ainda, sob nossa orientação e supervisão; contudo se negligenciarmos esse santo ministério — delegando tal responsabilidade a outros (esposa, escola, professores, igreja, pastores etc.) ou transferindo-a a níveis inferiores de importância dentro do lar (colocando-a abaixo de nossa profissão, nossos investimentos, nossos entretenimentos, nossos interesses pessoais etc.) colocaremos nossos filhos sob uma condição de vulnerabilidade espiritual por falta do conhecimento de Deus, expondo-os à destruição de suas almas por causa de nossa indolência.

Fique claro que não estou, com isso, negando a importância desses outros meios formativos na vida de nossos filhos — esposa, escola, professores, igreja, pastores etc. — estou apenas tentando salientar a importância paterna na família e a grande responsabilidade espiritual que Deus depositou nos ombros de um pai para que esse se veja totalmente incapaz de realizá-la e se volte continuamente ao Senhor em completa dependência e sujeição à Sua santa vontade.

Que o Senhor nos ajude a enxergar quão terrível fardo de responsabilidade está sobre nossas costas. Que Ele nos faça dar o devido valor à alma de nossos filhos e a ver quão impossível é, em nós mesmos, cumprir com a tarefa de evangelizá-los, de guiá-los espiritualmente. Que Ele nos desperte para que possamos ver que Ele também nos concede todas as diretrizes necessárias, em Sua Santa Palavra, para que formemos uma família bem-sucedida espiritualmente. E que Ele nos humilhe, quebrante, para que reconheçamos quão incompetentes somos e para que, em nossa fraqueza, recorramos constantemente a Ele, no cumprimento de Seu querer.

Voltemos às Sagradas Escrituras e vejamos o que Deus ordena aos pais referente à sua família. Lancemo-nos aos pés da cruz de Cristo para que alcancemos graça e misericórdia para cumprir com esse árduo, porém gratificante, ministério paterno, visando a honra e a glória do Seu santo nome.

 

Josué e Thamires Meninel

 

Texto publicado originalmente no blog Minha Família para a Glória de Deus.