A relação entre liberdade e lei é complexa. É muito fácil degenerar a mensagem sobre a liberdade cristã em uma na qual os cristãos são ensinados que são livres para fazer o que quiserem: “Nenhuma regra é igual à liberdade”. Por outro lado, é muito fácil ouvir mensagens sobre a lei de Deus que soam como se os crentes fossem obrigados a obedecê-la em temor servil: “A sua obediência garante a você um lugar neste lar”. Mal-entendidos sobre a liberdade e a lei com frequência ocorrem juntos.
A relação da liberdade cristã e da lei de Deus é elaborada demais para ser resumida em um texto curto. Mas, eu sugiro uma ideia para dar o pontapé inicial: Quando se trata da liberdade cristã e da lei; os crentes são tanto livres da lei quanto livres para a lei. Entender corretamente o sentido de cada um faz toda a diferença.
Liberdade Cristã da Lei
Paulo frequentemente falava das insuficiência e funções perturbadoras da lei. Ele reitera repetidas vezes que a lei não pode ser cumprida e, portanto, ninguém será justificado pelas obras da lei, ao contrário, aqueles que confiam nelas são amaldiçoados. Além disso, ao invés de suprimir o pecado do coração não regenerado, a lei agrava o pecado fazendo com que ele aumente. A lei não apenas inflama o pecado dos incrédulos, mas também os leva cativos, se opõem a eles e os separa de Deus (Romanos 7:6).
Porque Deus é um Deus justo, os transgressores da lei permanecem diretamente sob a Sua ira. Eles são culpados, dominados pelo pecado, escravizados por Satanás e sujeitos à condenação eterna. A lei, para eles, é verdadeiramente um ministério da morte (2 Coríntios 3:7).
Graças a Deus, nesse sentido os cristãos foram libertados da lei! A Confissão Batista de 1689 diz: “A liberdade que Cristo comprou para os crentes sob o Evangelho consiste em sua liberdade da culpa do pecado, da ira condenatória de Deus e do rigor e maldição da lei” (21.1).
Liberdade Cristã para a Lei
Além de serem libertados da lei, os cristãos são libertados para a lei. Devido ao pecado, os seres humanos simplesmente não podem obedecer a Deus. Eles não querem obedecê-lO e não tem a capacidade de fazê-lo. Mas, quando alguém nasce de novo, o Espirito Santo concede uma nova vida. Dada essa nova vida, a pessoa agora está livre para correr no caminho dos mandamentos de Deus. Aquilo que uma vez pareceu desagradável devido à hostilidade contra o Criador, agora parece como realmente é, um jugo suave e um fardo leve (Mateus 11:30).
Novamente a Confissão Batista de 1689 diz, “A liberdade que Cristo comprou para os crentes sob o Evangelho consiste em… prestar-Lhe obediência não por medo servil, mas por amor filial e mente voluntária” (21.1). Qualquer um que reivindique a liberdade cristã como motivo para rejeitar a lei de Deus “destrói totalmente a finalidade da liberdade cristã, a qual consiste em que sendo libertados das mãos de todos os nossos inimigos possamos servir ao Senhor sem temor, em santidade e justiça perante Ele, todos os dias das nossas vidas” (21.3).
É uma grande alegria ser liberto do rigor da maldição da lei e ser livre para obedecer à lei de Deus. Cristo comprou isso para nós. E que liberdade é essa!
Texto orignalmente postado no site Founders.org • Traduzido e publicado com permissão.