❝Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias❞. (Salmos 51:1)
Este salmo é muito adequado às necessidades e sentimentos de todo pecador prudente, pois não é necessário ter cometido o pecado de Davi para ter uma medida do arrependimento e confissões de Davi, e dos desejos, anelos e súplicas de Davi. “Tem misericórdia de mim, ó Deus”, diz ele, “segundo a tua benignidade”. Rogar a Deus que tenha misericórdia de nós é um dos primeiros clamores que um pecador arrependido faz diante de Deus. Foi assim com o cobrador de impostos no templo; e onde esse clamor é sincero, Deus certamente ouvirá “segundo a Sua benignidade”, pois Ele é cheio de amor e bondade para com os pecadores miseráveis e contritos.
O salmista também pede ao Senhor: “apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias”. Como nossos pecados em pensamento, palavra e ação são uma multidão incontável, pelos quais todos nós merecemos o inferno, precisamos da “multidão das Suas misericórdias” para apagá-los. Podemos ver as estrelas no céu, as areias da praia, as gotas de orvalho na grama, as ondas do mar; mas tanto os nossos pecados quanto as misericórdias de Deus excedem a todos estes. Como Ele mostrou essas misericórdias ao dar a Seu querido Filho para sofrer, sangrar e morrer por pecadores miseráveis; e como necessitamos de todas essas misericórdias para que Deus se compadeça e perdoe as nossas transgressões.
E quão sinceramente Davi suplicou: “Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado”! É apenas o lavar realizado pelo próprio Deus que pode nos purificar completamente. Se pudéssemos derramar um oceano de lágrimas, isso não lavaria um pecado sequer; mas o sangue de Cristo purifica de todo pecado. Para nos fazer saber disso, o Senhor nos mostra e nos faz sentir a culpa e o fardo do pecado, e que não podemos fazer nada para removê-lo. O perdão é o Seu dom gratuito e todo pecador prudente é levado a sentir essa verdade.
Sobre o autor
J.C. Philpot
Joseph Charles Philpot (1802–1869) era conhecido como “o Separatista”. Foi um pastor, teólogo, escritor e editor. Ele se demitiu da Igreja da Inglaterra em 1835 e tornou-se um batista estrito e particular. Enquanto estava na Igreja da Inglaterra, foi um membro do Worchester College, em Oxford, e parecia ter uma carreira acadêmica brilhante. A carta que enviou para o reitor afirmando suas razões para deixar a Igreja da Inglaterra foi publicada e teve várias edições. Após isso ele se tornou um batista estrito e particular, e foi batizado por John Warburton em Allington (Wilts). O resto de sua vida foi gasto ministrando entre os batistas estritos. Por 26 anos, teve um pastorado conjunto em Stamford (Lines) e Oakham (Rutland). Além disso, por mais de 20 anos, foi editor de “The Gospel Standard”, onde muitos de seus sermões apareceram pela primeira vez.
“Meu desejo é exaltar a graça de Deus, proclamar a salvação através de Jesus Cristo somente; declarar a condição pecaminosa, miserável e desesperada do homem em seu estado natural; descrever a experiência vívida dos filhos de Deus em suas aflições, tentações, tristezas, consolações e bênçãos.” — J.C. Philpot