❝ Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade. Não reprovará perpetuamente, nem para sempre reterá a sua ira.❞ (Salmos 103:8,9)
Deus está justamente irado com os pecados do Seu povo. Ele odeia o pecado com um perfeito ódio. Ele não pode deixar de irar-Se incessantemente contra o pecado. É tão contrário à pureza e perfeição de Sua natureza santa que onde quer que encontre o pecado, a Sua indignação se manifesta contra ele. E até que tenhamos alguma descoberta e manifestação de Cristo para nos assegurar de uma participação salvífica em Seu precioso sangue e obra consumada, não podemos separar a ira de Deus contra nossos pecados da ira de Deus contra nossas pessoas.
Mas quando o Senhor Se agrada em revelar a Sua bondade e misericórdia na Pessoa e obra de Seu Filho amado, então podemos ver pelos olhos da fé que, embora Ele esteja irado contra nossos pecados, Ele não está zangado contra as nossas pessoas, mas nos aceita no Amado, tendo nos escolhido nEle antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e inculpáveis diante dEle em amor.
Assim, Deus não retém a Sua ira para sempre. E porque? Porque está expiado, removido, não retido para queimar até o inferno mais baixo. O bendito Senhor ofereceu um sacrifício pelo pecado; afastou a punição e a penalidade devida à transgressão, propiciada e apaziguada, e assim afastou a Sua indignação e Seu ardente descontentamento contra os pecados de seu povo; pois toda a ira de Deus, devido aos pecados e pessoas de Seu povo, foi descarregada sobre a Pessoa de Jesus que foi nosso representante e realizou na cruz um sacrifício sangrento, removendo o pecado pela oferta de Si mesmo. Esta é a razão pela qual Ele não retém a Sua ira para sempre, sendo satisfeito e removido pela expiação de nosso bendito Senhor, para que não arda contra o povo de Deus, nem os consuma com a ardente indignação que deve queimar os maus.
Sobre o autor
J.C. Philpot
Joseph Charles Philpot (1802–1869) era conhecido como “o Separatista”. Foi um pastor, teólogo, escritor e editor. Ele se demitiu da Igreja da Inglaterra em 1835 e tornou-se um batista estrito e particular. Enquanto estava na Igreja da Inglaterra, foi um membro do Worchester College, em Oxford, e parecia ter uma carreira acadêmica brilhante. A carta que enviou para o reitor afirmando suas razões para deixar a Igreja da Inglaterra foi publicada e teve várias edições. Após isso ele se tornou um batista estrito e particular, e foi batizado por John Warburton em Allington (Wilts). O resto de sua vida foi gasto ministrando entre os batistas estritos. Por 26 anos, teve um pastorado conjunto em Stamford (Lines) e Oakham (Rutland). Além disso, por mais de 20 anos, foi editor de “The Gospel Standard”, onde muitos de seus sermões apareceram pela primeira vez.
“Meu desejo é exaltar a graça de Deus, proclamar a salvação através de Jesus Cristo somente; declarar a condição pecaminosa, miserável e desesperada do homem em seu estado natural; descrever a experiência vívida dos filhos de Deus em suas aflições, tentações, tristezas, consolações e bênçãos.” — J.C. Philpot