❝ Naquele dia atentará o homem para o seu Criador, e os seus olhos olharão para o Santo de Israel.❞ (Isaías 17:7)
No próprio nome “o Santo de Israel” há uma doçura que comove o coração de um pobre pecador. Pois, o que ele é em si mesmo enquanto um filho caído de Adão? Um imundo infeliz, contaminado e poluído, inadequado para a presença de Deus. E o que pode ser adequado para pecador tão impuro, indigno e deformado obter a eterna presença e gozo do Jeová Triúno, senão um Salvador como o Santo de Israel, cujo sangue, como fonte santa, purifica de todo pecado? A alma que está nEle, está completa, sem mancha ou defeito. E o seu coração não deve pular e saltar quando com um pouco de fé é capaz de se apossar desse Santo de Israel?
Mas essa fé viva e a recepção espiritual do único Mediador entre Deus e o homem não podem existir até que um homem seja trazido a circunstâncias nas quais ele necessita do Santo de Israel. Até que ele seja esvaziado e despojado de toda a força que provém da criatura, ele não pode verdadeiramente entender nem realmente desejar que a força de Cristo seja aperfeiçoada em sua fraqueza. Assim é com a sabedoria de Cristo; Sua justiça; Seu sangue; Seu amor e Sua graciosa presença – todos estes são meras palavras, ideias soltas e vagas, concepções obscuras e abstratas, até que a pobreza e a necessidade recaiam sobre a alma, e o bendito Espírito revele as “insondáveis riquezas de Cristo”, como tantas outras realidades experimentais.
É essa descoberta graciosa que o faz atentar para o Santo de Israel. Não há fé divina, não há saída esperançosa, não há afeição pelo Santo de Israel, até “aquele dia”, quando o homem não tem mais ninguém para quem olhar, nenhuma esperança na criatura; até que toda a sua justiça se mostre falha, e ele sinta que deve ser salvo pela graça, ou perecerá eternamente.
Sobre o autor
J.C. Philpot
Joseph Charles Philpot (1802–1869) era conhecido como “o Separatista”. Foi um pastor, teólogo, escritor e editor. Ele se demitiu da Igreja da Inglaterra em 1835 e tornou-se um batista estrito e particular. Enquanto estava na Igreja da Inglaterra, foi um membro do Worchester College, em Oxford, e parecia ter uma carreira acadêmica brilhante. A carta que enviou para o reitor afirmando suas razões para deixar a Igreja da Inglaterra foi publicada e teve várias edições. Após isso ele se tornou um batista estrito e particular, e foi batizado por John Warburton em Allington (Wilts). O resto de sua vida foi gasto ministrando entre os batistas estritos. Por 26 anos, teve um pastorado conjunto em Stamford (Lines) e Oakham (Rutland). Além disso, por mais de 20 anos, foi editor de “The Gospel Standard”, onde muitos de seus sermões apareceram pela primeira vez.
“Meu desejo é exaltar a graça de Deus, proclamar a salvação através de Jesus Cristo somente; declarar a condição pecaminosa, miserável e desesperada do homem em seu estado natural; descrever a experiência vívida dos filhos de Deus em suas aflições, tentações, tristezas, consolações e bênçãos.” — J.C. Philpot