❝ Porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus❞. (1 Coríntios 2:10)
O Espírito de Deus que habita em um homem, fazendo de seu corpo o Seu templo, examina as coisas profundas de Deus; porque há nessas coisas profundas um tesouro celestial que deve ser vasculhado para que seja encontrado. Que profundidade vemos, às vezes, em um único texto da Escritura como aberto ao entendimento ou aplicado ao coração; que profundidade no sangue de Cristo, como “purifica de todo pecado”, e ao purificar todo pecado, deve limpar milhões de milhões dos pecados mais profanos dos mais piores pecadores. Que profundidade em Seu amor sangrante que se rebaixou tanto para nos elevar tão alto! Que profundidade em Sua piedade e compaixão que se estendem a tais transgressores culpados e vis como nós! Que profundidade nos conselhos eternos e sabedoria indescritível de Deus para efetuar tal plano como foi realizado e trazido à luz na encarnação e morte de Seu querido Filho, de modo que a misericórdia e a justiça pudessem se encontrar sem disputa ou discórdia, honrando todos os atributos de Deus, e ainda fazendo com que aqueles que merecem o inferno sejam elevados para o gozo do céu!
Que profundidades, também, existem em nosso próprio coração, não apenas quanto ao pecado, mas em relação à graça, pois a verdadeira religião tem as suas profundezas que o Espírito sonda e traz à luz. Assim, se temos alguma fé, ela é muito profunda, pois está escondida no coração e, às vezes, tão oculta que quase, se não totalmente, desaparece da vista.
O Espírito, então, sonda a fé e a traz à tona. Portanto, se temos algum amor, ele atinge a sua raiz nos mais profundos recessos das nossas afeições e, portanto, precisa ser penetrado; o mesmo ocorre com a esperança, à semelhança de uma âncora no fundo do mar. Por isso, deve ser buscada para que possa se manifestar ser do tipo seguro e firme que penetra no véu.
Sobre o autor
J.C. Philpot
Joseph Charles Philpot (1802–1869) era conhecido como “o Separatista”. Foi um pastor, teólogo, escritor e editor. Ele se demitiu da Igreja da Inglaterra em 1835 e tornou-se um batista estrito e particular. Enquanto estava na Igreja da Inglaterra, foi um membro do Worchester College, em Oxford, e parecia ter uma carreira acadêmica brilhante. A carta que enviou para o reitor afirmando suas razões para deixar a Igreja da Inglaterra foi publicada e teve várias edições. Após isso ele se tornou um batista estrito e particular, e foi batizado por John Warburton em Allington (Wilts). O resto de sua vida foi gasto ministrando entre os batistas estritos. Por 26 anos, teve um pastorado conjunto em Stamford (Lines) e Oakham (Rutland). Além disso, por mais de 20 anos, foi editor de “The Gospel Standard”, onde muitos de seus sermões apareceram pela primeira vez.
“Meu desejo é exaltar a graça de Deus, proclamar a salvação através de Jesus Cristo somente; declarar a condição pecaminosa, miserável e desesperada do homem em seu estado natural; descrever a experiência vívida dos filhos de Deus em suas aflições, tentações, tristezas, consolações e bênçãos.” — J.C. Philpot