❝ E alegrar-me-ei deles, fazendo-lhes bem.❞ (Jeremias 32:41)
Deus se alegra tanto em salvar sua alma quanto você pode se alegrar em sua alma ser salva. Digo “tanto”? A alegria de Deus é infinita e a sua é finita; a dEle é a alegria de Deus, e a sua é apenas a alegria do homem. Você acredita que Deus se alegra em salvar, se deleita em poupar? Por que mais Ele teria dado o Seu Filho amado? Os anjos se alegram com o arrependimento dos pecadores? Então, também não há alegria no seio de Deus por salvar um pecador? Como isso nos leva, por assim dizer, aos próprios reinos da bem-aventurança, e nos revela o caráter maravilhoso de Deus em sua Trindade de Pessoas e Unidade de essência, que há um regozijo na salvação da Igreja, de modo que o próprio Deus, por assim dizer, está cheio de alegria eterna na salvação do Seu povo.
Quando o Seu Filho amado se ofereceu como o sacrifício pelo pecado, e assim expiou as transgressões e iniquidades da Igreja por meio do derramamento do Seu próprio sangue e morte, venceu a morte e o inferno e nos lavou em Seu sangue de toda a nossa imundície, culpa e vergonha, Deus, por assim dizer, regozijou-Se com alegria infinita na consumação da obra do Seu querido Filho. Esse foi o cumprimento dos Seus propósitos eternos de sabedoria e graça. Foi a manifestação da Sua glória aos homens e anjos. Foi o triunfo do bem sobre o mal, da santidade sobre o pecado, da misericórdia sobre o juízo, do amor sobre a inimizade, da sabedoria sobre o engano, dos conselhos de Deus sobre os desígnios do homem e, acima de tudo, do Filho de Deus em Sua fraqueza sobre Satanás em seu poder. Essa obra povoa o céu com uma multidão inumerável de santos, pelos quais eternos hinos de louvor devem ser cantados a Deus e ao Cordeiro.
Assim, podemos ver como o Deus do céu se alegra com santa alegria sobre cada um que Ele traz para o gozo de uma salvação tão livre, tão grande e tão gloriosa.
Sobre o autor
J.C. Philpot
Joseph Charles Philpot (1802–1869) era conhecido como “o Separatista”. Foi um pastor, teólogo, escritor e editor. Ele se demitiu da Igreja da Inglaterra em 1835 e tornou-se um batista estrito e particular. Enquanto estava na Igreja da Inglaterra, foi um membro do Worchester College, em Oxford, e parecia ter uma carreira acadêmica brilhante. A carta que enviou para o reitor afirmando suas razões para deixar a Igreja da Inglaterra foi publicada e teve várias edições. Após isso ele se tornou um batista estrito e particular, e foi batizado por John Warburton em Allington (Wilts). O resto de sua vida foi gasto ministrando entre os batistas estritos. Por 26 anos, teve um pastorado conjunto em Stamford (Lines) e Oakham (Rutland). Além disso, por mais de 20 anos, foi editor de “The Gospel Standard”, onde muitos de seus sermões apareceram pela primeira vez.
“Meu desejo é exaltar a graça de Deus, proclamar a salvação através de Jesus Cristo somente; declarar a condição pecaminosa, miserável e desesperada do homem em seu estado natural; descrever a experiência vívida dos filhos de Deus em suas aflições, tentações, tristezas, consolações e bênçãos.” — J.C. Philpot