(The queen of graces, by Thomas Watson, "The Ten Commandments")
"Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o primeiro e maior mandamento” (Mateus 22:37-38).
O amor a Deus é uma santa expansão ou ampliação de alma, pelo que esta é conduzida com prazer a Deus, como o sumo bem: "um deleite em Deus, como o nosso tesouro".
O amor é a alma da Religião, é uma graça importante. Se o amor não existe, não pode haver verdadeira Religião no coração. Tudo o mais é apenas pompa, apenas um elogio devoto a Deus.
O amor melhora e adoça todos os deveres da Religião, faz-lhes comida saborosa, nas quais Deus tem prazer.
Quanto à excelência desta graça, o amor é o primeiro e grande mandamento. O amor é a rainha de graças, que supera todos as outras, como o sol ofusca os planetas.
O amor é a graça mais durável. A fé e a esperança em breve cessarão, mas o amor permanecerá. Assim, o amor leva embora a coroa de todas as outras graças, pois é a graça mais duradoura. O amor é um botão de flor de eternidade!
O amor a Deus deve ser puro e genuíno. Ele deve ser amado principalmente pelo que Ele é. Devemos amar a Deus, não somente pelos Seus benefícios, mas por aquelas excelências intrínsecas com as quais Ele é coroado. Devemos amar a Deus, não só pelo o bem que flui dEle, mas pelo bem que está nEle. O verdadeiro amor não é mercenário, aquele ama profundamente a Deus, não precisa ser contratado com recompensas, ele não consegue deixar de amar a Deus pela beleza de Sua Santidade. Embora não seja ilícito olhar para os benefícios, não devemos amar a Deus por Seus benefícios somente, pois, então, não é o amor a Deus, mas o amor-próprio.
O amor a Deus deve ser com todo o coração. Não devemos amar a Deus um pouco, dar-lhe uma gota ou duas de nosso amor; mas o fluxo principal deve fluir para Ele.
A mente deve pensar em Deus, a vontade deve escolhê-lO, os afetos devem suspirar por Ele.
Deus não terá o coração dividido. Devemos amá-lO com todo o nosso coração. Embora possamos amar a criatura, mas este deve ser um amor subordinado. O amor a Deus deve ser maior, como o óleo flutua acima da água.
O amor a Deus deve estar em chamas. Amar friamente é o mesmo que não amar. A esposa disse estar "enferma de amor" (Cânticos 2:5). Os serafins são assim chamados por causa do seu amor ardente. O amor transforma santos em serafins, e os faz arder em santo amor a Deus. As muitas águas não podem apagar este amor.
Sobre o autor
Thomas Watson
O doce Puritano Thomas Watson nasceu 1620, estudou em Cambridge (Inglaterra). Em 1646, iniciou um pastorado de dezesseis anos em Londres. Em 1651, foi aprisionado com alguns outros ministros evangélicos, tendo sido liberto em 30 de junho de 1652 e reintegrado formalmente ao púlpito de sua igreja.
Watson continuou a exercer seu ministério particularmente, quando encontrava oportunidade. Quando sua saúde decaiu, retirou-se para Barnston, em Essex, onde morreu repentinamente, enquanto orava em secreto. Foi sepultado em 28 de julho de 1686.
Suas ilustrações práticas, doçura no ensino e fidelidade bíblica são cativantes. O seu Body of Pratical Divinity (Compêndio de Teologia Prática), foi publicado postumamente em 1692, composto de 176 sermões.