[Cartas de Anne Dutton Sobre Temas Espirituais • Of refuges for sinners]
Minha querida irmã em nosso precioso Senhor Jesus,
Eu simpatizo com você nas afeições de Cristo; e oh, que o Senhor, por mim, possa fortalecer as mãos fracas, e diga ao seu coração temeroso: “não temais”! Quanto ao temor que permanece em você, “de que você não tem a fé verdadeira”, considere que o Senhor tem convencido você de seu estado arruinado por natureza, da insuficiência de suas melhores realizações para ajudar ou salvar você, e tem revelado Seu querido Filho em você, como o único remédio, a cidade de refúgio, para onde um pecador que perece deve fugir, onde, unicamente, a alma estará segura. E você fugiu para Cristo agora, ou não? Algum refúgio ou outro a sua alma certamente tem, ou você não poderia ter paz de seus perseguidores: das maldições da lei justa de Deus que se interpõem em Seu livro contra os pecadores; de Sua estrita justiça, que é contra os infratores da lei; do diabo; do poder da morte; e da temerosa tempestade da ira vingativa de Deus, que em fogo, enxofre e um vento tempestuoso cairá sobre os ímpios no terrível Dia do Senhor que se aproxima. Não há alma que esteja convencido de seu perigo, nestes aspectos, senão a que vê que precisa de um refúgio, e paz na consciência; para algum refúgio a alma corre.
Sobre os refúgios para os pecadores, há apenas dois: eles mesmos e Cristo — a própria obediência do homem, ou a obediência do Filho de Deus. O refúgio neles mesmos tem duas partes: o arrependimento com propósito e desempenho religioso. Quanto ao primeiro, seu propósito é alterar os seus caminhos, ou para o seu “Senhor, tem misericórdia de mim”, finalmente o pecador profano foge, e ali ele espera estar seguro. Quanto às suas boas intenções, suas orações e esmolas, o seu conhecimento e prática da vontade revelada de Deus, o pecador farisaico corre, e ali, como em sua casa, ele descansa seguro e sem medo do perigo.
Mas o eu, a própria obediência do homem, em ambas as suas partes, é um refúgio de mentiras, um enganador, refúgio ilusório. E a tempestade da ira de Deus transbordará neste esconderijo, e varrerá as almas infelizes que forem ali encontradas para o abismo da miséria sem fim.
Existe apenas um refúgio a mais para os pecadores, e que é Cristo, a Pessoa e a obediência do Filho de Deus. E este é um refúgio provido por Deus, e a partir de Sua revelação, um seguro, um certo, um completo, um glorioso, um refúgio eterno. E dentro dele todo pecador que vê sua necessidade de Jesus Cristo corre. “Oh”, diz essa alma: “Eu não seria encontrado fora de Cristo em mil mundos”. E se este é o seu caso, minha querida irmã, você, mesmo você, tem fugido para Cristo como refúgio, e foi colocada nEle como seu esconderijo, onde você está e estará para sempre a salva da ira vindoura.
E o desejo de sua alma por Cristo, o movimento de sua alma até e para Ele como o seu lugar de descanso, é a verdadeira fé; a fé no poder de Deus, a fé dos Seus eleitos, a fé preciosa, tenha você a certeza disto ou não. Uma coisa é ter a verdadeira fé, e outra coisa é saber que a fé que temos é verdadeira e salvífica. Pois, embora a alma não possa estar sem o conhecimento de seus próprios atos, que olha para Cristo como o único Salvador, e foge para Ele por toda a salvação, ainda assim ela pode não saber que esses atos são verdadeiros e salvíficos atos de fé, porque o pecador trêmulo, a partir da grandeza de seus pecados e indignidade, pode temer que Cristo não o receberá e o salvará, e que os movimentos de sua alma para Cristo não são a partir da fé verdadeira e salvífica.
E o crente em dúvida pode pensar que se sua fé em Cristo fosse verdadeira, certamente o seu amor por Ele seria maior, que ele teria mais força contra corrupções e tentações, etc. Ao passo que, se a alma olha, se ela vem, se ela foge como um pecador arruinado para o grande Salvador, Ele nunca lançará fora tal alma, mas certamente a salvará completamente; e não há procura, ida, fuga para Cristo que seja errada, não importa o que sugiram Satanás e a incredulidade. Se a alma olha, se ela vai, se ela foge para Cristo, o Salvador todo-suficiente, como um pecador arruinado, buscando toda a salvação nEle e por meio dEle, a alma vê, vai, e foge para Cristo corretamente, e esses seus atos de fé são verdadeiros e salvíficos, mesmo que não saiba que eles o são ou não.