Oração inclui confissão do pecado, as petições para o suprimento de nossas necessidades, e as homenagens dos nossos corações ao Doador de Si mesmo. Os ramos principais são: humilhação, súplica e adoração.
As orações dos apóstolos eram muito explícitas. Elas não eram divagações vagas ou meras generalizações, mas pedidos específicos de coisas bem definidas. As coisas que pediram são totalmente de natureza espiritual e graciosa. As orações dos apóstolos eram extremamente breves, a maioria delas composta por um ou dois versos, e a mais longa é de apenas sete versos. Lutero disse: “Quando orares deixe que as tuas palavras sejam poucas, mas os teus pensamentos e afetos muitos; e acima de tudo, deixa-os serem profundos. Quanto menos falares, melhor orarás. Oração externa e corporal é aquele zumbido dos lábios, que balbuciam para fora o que está se passando sem qualquer atenção, e que atinge os ouvidos dos homens; mas a oração em espírito e em verdade é o desejo interior, os movimentos, os suspiros, que emanam das profundezas do coração. A primeira é a oração dos hipócritas e de todos os que confiam em si mesmos. A última é a oração dos filhos de Deus que andam em Seu temor”.
Se o coração não vos acompanhar na oração, ele está falando, não orando. A oração é chamada de luta, de derramar a alma. Oração sem fervor, é como incenso sem fogo. Oração espiritual é acreditar na oração. “E tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis”. A razão pela qual tantas orações sofrem naufrágio, é porque eles se rompem contra a pedra da incredulidade. Oração espiritual é oração santa. A oração deve ser oferecida sobre o altar de um coração puro. Oração espiritual é oração humilde. Oração espiritual é quando oramos em nome de Cristo, é orar na esperança e confiança da mediação de Cristo. Oração espiritual é quando temos fins espirituais em oração.
A oração é a condição anexa à promessa, as promessas girarão as dobradiças da oração. Jesus Cristo ora sobre nossa orações outra vez, e Ele retira a escória, e apresenta nada além de ouro puro ao seu Pai.
Deus fez promessas doces sobre a oração. “Ele se compadecerá de ti, à voz do teu clamor… Então vereis e orareis a mim, e eu vos ouvirei… Antes que eles chamem, eu responderei, e estando eles ainda falando, eu os ouvirei”. Estas promessas mantêm a cabeça da oração acima da água; Deus está vinculado às Suas próprias promessas.
Se queremos orar corretamente — imploremos ao Espírito de Deus. O Espírito Santo tanto convida à oração, quanto inflama-a. Deus não entende outra linguagem, senão a do Seu Espírito, orem ao Espírito Santo, para que possam orar no Espírito Santo. Sejamos pretendentes importunadores, e resolvamos que não nos apartaremos de Deus, sem Deus.
Sobre o autor
Thomas Watson
O doce Puritano Thomas Watson nasceu 1620, estudou em Cambridge (Inglaterra). Em 1646, iniciou um pastorado de dezesseis anos em Londres. Em 1651, foi aprisionado com alguns outros ministros evangélicos, tendo sido liberto em 30 de junho de 1652 e reintegrado formalmente ao púlpito de sua igreja.
Watson continuou a exercer seu ministério particularmente, quando encontrava oportunidade. Quando sua saúde decaiu, retirou-se para Barnston, em Essex, onde morreu repentinamente, enquanto orava em secreto. Foi sepultado em 28 de julho de 1686.
Suas ilustrações práticas, doçura no ensino e fidelidade bíblica são cativantes. O seu Body of Pratical Divinity (Compêndio de Teologia Prática), foi publicado postumamente em 1692, composto de 176 sermões.