❝ Para que eu veja os bens de teus escolhidos❞ (Salmos 106:4)
Você já viu algum bem nos escolhidos de Deus? Oh! “Quão formosas são as tuas tendas, ó Jacó, as tuas moradas, ó Israel!”. Você já viu com que bem Deus abençoou o Seu povo, e como é bom ser um deles? Todo o povo de Deus vê que existe um “bem” na família escolhida por Deus, peculiar a eles, e pelo qual eles suspiram e desejam. Mas alguns dirão: Davi nunca viu esse bem quando escreveu este Salmo? Sim certamente; ele o tinha visto. Mas Davi não precisava vê-lo de novo? Sim; ele perdera a visão, a doce visão que se retirara, o velho véu voltou, os olhos estavam obscurecidos e precisavam ser “ungidos” novamente.
Assim é conosco. Por vezes nós vemos, nós confiamos no “bem dos escolhidos de Deus”, sentimos nossas afeições atraídas para eles, e nos dirigimos para Deus, e dizemos: “Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti”. Isso foi para desfrutarmos dos doces presságios do céu. Mas todos esses doces presságios se tornaram nebulosos; nevoeiros e névoas pousaram sobre eles e os esconderam de nossos olhos.
Um novo pecado trouxe uma nova culpa – e trevas, mortes, dúvidas, tentações, medos e assaltos de vários tipos nos sobrevieram – e tudo isso obscureceu nossa visão. Mas não podemos esquecer o passado; não podemos esquecer os momentos solenes em que andamos com Deus e falamos com Deus, nem os doces sentimentos que a Sua presença acendeu.
Por mais obscurecidos que estejamos, por mais mortos, por mais desconsolados, afligidos, assediados e tentados – não podemos esquecer disso. E tendo “visto o bem dos escolhidos de Deus”, queremos ver novamente o bom vislumbre, provar novamente daquele banquete celestial. “Para que eu veja os bens de teus escolhidos”.
Sobre o autor
J.C. Philpot
Joseph Charles Philpot (1802–1869) era conhecido como “o Separatista”. Foi um pastor, teólogo, escritor e editor. Ele se demitiu da Igreja da Inglaterra em 1835 e tornou-se um batista estrito e particular. Enquanto estava na Igreja da Inglaterra, foi um membro do Worchester College, em Oxford, e parecia ter uma carreira acadêmica brilhante. A carta que enviou para o reitor afirmando suas razões para deixar a Igreja da Inglaterra foi publicada e teve várias edições. Após isso ele se tornou um batista estrito e particular, e foi batizado por John Warburton em Allington (Wilts). O resto de sua vida foi gasto ministrando entre os batistas estritos. Por 26 anos, teve um pastorado conjunto em Stamford (Lines) e Oakham (Rutland). Além disso, por mais de 20 anos, foi editor de “The Gospel Standard”, onde muitos de seus sermões apareceram pela primeira vez.
“Meu desejo é exaltar a graça de Deus, proclamar a salvação através de Jesus Cristo somente; declarar a condição pecaminosa, miserável e desesperada do homem em seu estado natural; descrever a experiência vívida dos filhos de Deus em suas aflições, tentações, tristezas, consolações e bênçãos.” — J.C. Philpot