Nossa igreja é padronizada pelo Novo Testamento em fé e prática. Nós permanecemos na verdade bíblica e histórica de nossos antecessores espirituais. Nós praticamos a ordenança do Batismo conforme o padrão do Novo Testamento com relação aos sujeitos: crentes, e modo: imersão. Este artigo é apresentado como uma explicação de nossa crença e prática.
Batismo, Uma Ordenança — Não Um Sacramento
O termo “ordenança” (do Latim ordinare, colocar em ordem) denota algo ordenado, decretado ou comandado. Na “Grande Comissão”, o Senhor declarou: “…Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado…” (Mateus 28:20). Todos os comandos do Senhor à Sua igreja são uma “ordenança” em princípio. A primária e central ordenança do Evangelho é a pregação. Histórica e teologicamente, Batistas têm distinguido entre as “ordenanças” do Batismo e da Ceia do Senhor e os “sacramentos” dos Romanistas ou Protestantes, ou seja, aqueles ritos que se destinam a ser um meio de graça em algum sentido místico [1]. Histórica e teologicamente, portanto, o termo “ordenança” distingue o Batismo e a Ceia do Senhor como sendo apenas simbólicos e representativos em natureza e os considera como meios de graça somente na medida em que levam a mente e o coração a se fixarem sobre a realidade espiritual, assim, simbolizada. O termo não pressupõe nenhum significado místico qualquer.
O Significado do Batismo
O Batismo não é um “selo do pacto”, como a circuncisão era no Antigo Testamento (Gênesis 17). Mesmo a circuncisão de Abraão foi “um selo da justiça da fé quando estava na incircuncisão” (Romanos 4:11), ou seja, a fé de Abraão precedeu sua circuncisão. A circuncisão era um sinal da Antiga Aliança feita com Israel no que diz respeito à terra de Canaã; o Batismo é uma ordenança evangélica peculiar à igreja e à economia do Novo Testamento. É a figura simbólica ou representação da morte, sepultamento e ressurreição do Senhor Jesus Cristo (cf. Romanos 6:1-6). Quando uma pessoa se submete ao Batismo bíblico em obediência ao Senhor e à Sua Palavra, ela se identifica publicamente no simbolismo do Evangelho. Batismo é ao mesmo tempo um ato de obediência, identificação e submissão. É um ato de obediência a Deus e à Sua Palavra (cf. Marcos 16:16; Atos 2:41). Como tal, ele é “a indagação de uma boa consciência para com Deus” (1 Pedro 3:20-21). É um ato de identificação com a morte, sepultamento e ressurreição do Senhor Jesus Cristo (Romanos 6:3-5), como tal, centraliza-se sobre a Sua obra salvadora e sangue eficaz, e por isso é uma limpeza simbólica do pecado (veja Atos 22:16). É um ato de submissão ao “nome” do Senhor Jesus, ou seja, um reconhecimento público de Seu senhorio sobre a vida (Atos 2:38).
O Raciocínio Para A Aspersão Infantil
O argumento para aspersão infantil é extraído da visão reformada tradicional de “teologia do pacto”[2], não a partir das Escrituras, que não estão apenas em silêncio sobre o assunto, mas clara e inequivocamente ensinam o Batismo de crentes, somente, e este por imersão [3]. Aspersão infantil e Batismo de crentes não concordam sobre qualquer determinado ponto e não podem ser paralelos em qualquer medida. Não é apenas uma questão do modo e sujeitos do “Batismo”, é também uma questão de propósito e significado que atinge a própria essência da salvação somente pela graça. O “batismo” ou “rhantism” (rantizein, aspergir) dos bebês é um “sacramento” que, em dada medida, confere misteriosamente ou comunica graça. Esses “filhos do Pacto” são, portanto, de alguma forma, “unidos a Cristo”, têm os seus nomes escritos no livro da vida do Cordeiro [4] e entram no “âmbito” da igreja. Eles são considerados como presumivelmente regenerados, até que o contrário apareça em suas vidas. Morrendo eles em tal estado, eles são assegurados de irem para o Céu. O que é isso, senão a sombra de Roma obscurecendo a luz da verdade da mentalidade Protestante tradicional? O ensinamento claro e inconfundível do Novo Testamento é a imersão dos fiéis em nome do Deus Triuno. Nem os sujeitos nem o modo de Batismo podem ser alterados sem mudar completamente tanto o seu significado quanto a sua significância [5].
Circuncisão, Batismo e Regeneração
O sinal da circuncisão da Antiga Aliança foi substituído, não pelo “batismo” de qualquer tipo, mas por um ato soberano de Deus, uma espiritual “circuncisão do coração”, ou seja, a regeneração (Veja Deuteronômio 10:16; 30:6; Ezequiel 36:25-27; João 3:3-5; Romanos 2:28-29; Colossenses 2:11-13. Veja também Jeremias 31:31-34; 2 Coríntios 3:3-18; Hebreus 8:1-13). Como a circuncisão era o sinal pactual da antiga aliança para o Israel físico ou nacional, assim, “a circuncisão espiritual”, ou regeneração é o sinal pactual da nova ou evangélica aliança com os crentes, ou “Israel espiritual”. O Batismo é claramente uma ordenança Neotestamentária. Seu modo é a imersão e seus sujeitos são os que manifestam uma profissão de fé confiável, segundo o padrão do Novo Testamento [6]. A circuncisão na carne encontrou sua realização, ou cumprimento e antítipo na circuncisão do coração, ou seja, regeneração sob a Nova Aliança.
Abraão: Sua Descendência e Seus Filhos Espirituais
O argumento Reformado tradicional a partir de Romanos 4:9-12, de que, “assim como a circuncisão era um ‘sinal ou selo do pacto’, assim é a aspersão infantil”, na verdade viola tanto a declaração de Romanos 4:9-12 quanto o contexto de Gênesis 17, que descreve a instituição da circuncisão como um símbolo ou sinal da aliança. Em Romanos 4:9-12, o sujeito é Abraão, que foi circuncidado como um crente. A circuncisão foi para ele, e somente para ele: “selo da justiça da fé quando [já] estava na incircuncisão”. Em Gênesis 17, Abraão foi ordenado a circuncidar todos os filhos homens, servos, escravos, parentes — em sua casa, como um “símbolo” da aliança. Esta circuncisão pactual tinha relação com a posse da terra de Canaã, e não com as promessas eternas da salvação (cf. vv. 7-10). Além disso, Abraão circuncidou Ismael (v. 25-27), a quem ele já sabia que não estava incluído na aliança da promessa (vv. 15-21). Ló, sobrinho de Abraão, não foi circuncidado, embora ele estivesse no Pacto da Graça como um homem “justo” [7]. O pacto da promessa (Gênesis 12:1-3), como ampliado em Romanos 4:13-25; 9:1—11:32; e Gálatas 3:1-29, foi feito para os filhos espirituais de Abraão (t?kna Abra?m, ou seja, crentes. João 8:39, Romanos 4:11-17; 9:6-24); a aliança da circuncisão, que tem relação com a terra de Canaã, foi feita à semente física de Abraão (sp?rma Abra?m, João 8:33, 37).
A Relação Entre Fé e Batismo
Qual é a relação e ordem escriturística que existe entre a fé e o Batismo? No terceiro século depois de Cristo, o ensino do Batismo como um rito sendo eficaz para a regeneração e o perdão dos pecados (ou seja, a regeneração batismal) tornou-se amplamente aceito nas igrejas degeneradas e apóstatas. Íntima e logicamente seguindo isso, veio a prática do batismo infantil. Este abandono radical do Novo Testamento foi um vivo exemplo do que resulta confundir o símbolo com a verdadeira realidade. Como um resultado deste princípio, muitos grupos religiosos na história consideraram o Batismo ou sendo sinônimo de ato de salvação ou, pelo menos, intrinsecamente relacionado à salvação. Na primeira categoria estão os Romanistas, Ortodoxos Gregos e alguns Protestantes (por exemplo, Alto Anglicanismo, alguns Luteranos e Episcopais); neste último, estão tais grupos como a “Igreja de Cristo” (“Campbellitas”) e Pentecostais Unidos ou Igrejas “Apostólicas”. Os primeiros grupos tomam o seu princípio de tais provas textuais como João 3:5 e os últimos de tais como Marcos 16:16; Atos 2:38 e Atos 22:16.
O Novo Testamento uniformemente ensina que a fé deve preceder o Batismo, que o Batismo é um ato voluntário, consciente de obediência, identificação e submissão por parte do crente. João Batista batizou apenas os adultos arrependidos (Mateus 3:1-12). Os apóstolos batizaram somente aqueles que evidenciaram uma profissão de fé de acordo com a Comissão do Senhor (Mateus 28:18-20; Atos 2:41-42).
O Modo Das Escrituras: Imersão
O significado da Palavra “batismo”
Há uma raiz terminológica usada no Novo Testamento para o batismo: baf, denota profundidade. Do que derivou o substantivo comum Grego b?qoς: “profundo, profundidade”, e o verbo baq?nw: “aprofundar” [8]. Esta raiz entrou no idioma Inglês nos termos que derivam de “bath” [banho], por exemplo, “bathyscaph” [batiscafo] e “bathysphere” [batisfera], veículos para a exploração profunda em alto-mar. A partir desta raiz derivam duas palavras: baptizε?n, um verbo que denota “mergulhar”, “submergir”, “imergir” ou “lavar por imersão”. A forma substantiva é bapt?sma, ou “batismo” [9]. Tivessem os escritores inspirados do Novo Testamento desejado transmitir a ideia de aspersão, eles teriam utilizado o termo comum no Novo Testamento para aspergir, rantizε?n.
Alguns procuram alterar o modo para aspersão ou estado de derramamento, cuja ideia central não é a imersão, mas sim ser “lavado” do pecado (Atos 22:16; Tito 3:5), contudo isso deve sempre: ou literalmente ensinar a regeneração batismal, ou figurativa ou simbolicamente ensinar o Batismo do crente. Alguns têm procurado usar Isaías 52:15 e Daniel 4:33 para reforçar seus argumentos para aspergir. Isaías 52:15 está no contexto do sofrimento de nosso Senhor, toda a passagem que se estende até o capítulo 53. Argumenta-se que o Eunuco etíope deve ter lido esta parte do capítulo 52 e, naturalmente, chegou à conclusão após a pregação de Filipe, que deveria ser aspergido (Atos 8:27-39). O termo hebraico básico é ??????, “atemorizar, jorrar, polvilhar”. O termo básico no 52 é qaum?zw, “atemorizar, espantar, maravilhar”. No contexto do horrível sofrimento físico e mutilação de nosso Senhor e o contexto imediato do v. 14, o termo deve ser “assustar ou surpreender muitas nações”. O uso de ?b?fh, na Septuaginta, para Daniel 4:33 deve ser tomado como uma hipérbole, “batizado”, ou seja, “encharcado com o orvalho do céu” [10]. Alguns têm tomado as referências ao “batismo” do Espírito Santo (Atos 1:5, 2:1-4) como prova bíblica para o derramamento como um modo adequado. Aqui, a conotação de “batismo” deve ser uma de identificação — o Espírito Santo identificando a Igreja como Sua instituição ordenada pela economia Evangélica [11].
O Testemunho da História
Uma examinação da história religiosa revela que a imersão era o modo comum de Batismo por mais de 1300 anos, e foi o modo comum na Bretanha, pelo menos até o ano de 1600. Isto é provado acima de qualquer dúvida por batistérios das igrejas antigas, documentos Romanistas e Protestantes, e as bem documentadas práticas da Igreja de Roma, da Igreja Britânica e das práticas dos Reformadores. Observe as seguintes citações de escritores, ou Romanistas ou Protestante, a respeito da imersão:
Mabillon, o grande historiador Católico Romano, concede um relato da prática no final da Idade Média, descrevendo uma imersão que foi realizada pelo próprio papa, que ocorreu na igreja de São João Evangelista. Diz-se que o papa abençoou a água e:
Então, enquanto todos estavam se ajustando em seus devidos lugares, sua Santidade se retirou para uma sala adjacente de São João Evangelista. Assistido por alguns acólitos que tiraram os seus hábitos e vestiram-lhe um par de calças enceradas e sobrepeliz, e depois voltaram para o batistério. Ali as crianças estavam esperando-o, o número usualmente batizado pelo papa. Depois que o papa fez as perguntas habituais, ele imergiu três e subiram do batistério, os assistentes jogaram um manto sobre sua sobrepeliz, e ele retornou [12].
Lutero, em seus primeiros dias como um reformador, escreveu:
O termo batismo é Grego e pode ser traduzido por imersão, como quando algo é mergulhado em água, de modo que é todo coberto. E, embora o costume agora esteja abolido entre muitos, pois eles não imergem as crianças, mas apenas derramam um pouco de água, ainda assim, elas devem ser totalmente imersas e retiradas imediatamente. Pois isso a etimologia do termo parece exigir. E os alemães também chamam o Batismo taufe, de profundidade, o que em sua língua eles chamam tiefe, porque é apropriado que os batizados sejam profundamente imersos. E, certamente, se você olhar para o que o Batismo significa, você verá que o mesmo é necessário. Pois, ele significa isso, que o velho homem e nossa natureza pecaminosa, que consistem em carne e osso, são totalmente imersos pela graça divina, que nós assinalamos de forma mais plena. O modo de batizar, portanto, necessariamente correspondia com o significado do Batismo, para que ele pudesse expressar um determinado e pleno sinal deste [13].
O grande Reformador de Genebra, João Calvino escreveu em suas Institutas:
Se a pessoa batizada deve ser totalmente imersa, e isso uma ou três vezes, ou se ela deve ser apenas aspergida com água, não é de mínima conclusão: as igrejas devem ter a liberdade de adotar um ou outro de acordo com a diversidade de climas, embora seja evidente que o termo batizar significa imergir, e que esta era a forma utilizada pela Igreja primitiva [14].
Arcebispo Whately, Anglicano:
Exceto em ocasiões extraordinárias, o Batismo era raramente, ou talvez nunca, administrado durante os primeiros quatro séculos, senão por imersão ou mergulho. Nem aspersão ou borrifar como são normalmente utilizados até o dia de hoje… A Inglaterra foi o último lugar onde isso foi recebido, embora isso nunca tenha obtido tanto como a ser imposto; tendo sido a imersão sempre prescrita pela rubrica [15].
Dean Stanley, proeminente prelado Anglicano e estudioso:
Pelos primeiros treze séculos, a prática quase universal do Batismo era a de que lemos no Novo Testamento, e que é o próprio significado da palavra: “batizar” — Aqueles que foram batizados eram mergulhados, submersos, imersos em água. Essa prática ainda é, como vimos, continuada em Igrejas Orientais. Na Igreja Ocidental, isso ainda permanece entre os Católicos Romanos, no caso solitário da Catedral de Milão… Isso durou muito tempo na Idade Média… Mesmo na Igreja da Inglaterra ainda é observado na teoria. Elizabeth e Eduardo VI ambos foram imersos. A rubrica no Batismo Público para Lactentes, ordena que, exceto em casos especiais, eles devem ser mergulhados, não aspergidos. Mas, na prática, isso perdeu lugar, desde o início do século XVII [16].
Assim, testemunhado pela história, até mesmo por historiadores Romanistas e Protestantes, que o ensinamento do Novo Testamento é o Batismo de crentes por imersão; qualquer outro modo sendo anti-bíblico e um produto de conveniência, tradição ou preconceito.
Os Sujeitos Escriturísticos: Os Crentes
O Novo Testamento claramente ensina o Batismo dos crentes. Os sujeitos apropriados para o Batismo são:
• “Discípulos” (Mateus 28:19) [17] A grande força da linguagem cai em “fazei discípulos” e a palavra “os” (a?to?V, masculino, plural) tem “discípulos” (maqhte?sate, literalmente “fazei discípulos”, e “discípulos” como um substantivo seria masculino plural) não “nações” (p?nta t? ?qnh, neutro plural) por seu antecedente. A “Grande Comissão”, afirma claramente que somente “discípulos”, ou seja, convertidos, aqueles que evidenciam as marcas de graça, são os sujeitos aptos para o Batismo (maqte?sate… bap?zonteςa?'to?ς).
• Aqueles que “produzem frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3:7-8).
• “Aquele que crê” (Marcos 16:16).
• Os arrependidos e crentes (Atos 2:38).
• “Os que de bom grado recebem a Palavra” (Atos 2:41).
• A pessoa que possui crença de todo o coração” (Atos 8:36-37).
• Aquele que era um “irmão”, apontado por Deus como um convertido, e que evidencia uma verdadeira experiência de conversão (Atos 9:1-18).
• Aqueles cujo coração o Senhor abriu (Atos 16:14-15).
• Aqueles que ouviram a Palavra de Deus e creram (Atos 16:30-34).
É um princípio de interpretação fundamental e axiomático que nenhum ensinamento claro da Escritura pode ser apropriado a partir da referência vaga ou silêncio, ainda assim, este tem sido o processo dos pedobatistas que argumentam a partir da vaga referência de “batismo de famílias”, e a partir do silêncio do Novo Testamento para introduzir uma mentalidade e prática do Antigo Testamento [18]. Não há qualquer passagem bíblica, histórica, ou lógica, onde o Batismo substituiu a circuncisão. O antítipo da circuncisão é a regeneração, ou a real “circuncisão do coração” (cf. Deuteronômio 10:16; 30:6; Ezequiel 36:25-27; João 3:3, 5; Romanos 2:28-29; Colossenses 2:11-13). Além disso, a questão que surgiu sobre a legitimidade ou “santificação” de crianças com pelo menos um dos pais crente teria sido totalmente desnecessária se o rito da circuncisão fosse substituído pelo Batismo. Certamente, o apóstolo teria esclarecido o assunto para aqueles que ainda estão em ignorância sobre a posição dos “filhos da aliança” (Veja 1 Coríntios 7:12-14)
A fraqueza inerente à posição acima foi pressuposta pelos próprios pedobatistas em seu maior argumento: a continuidade da aliança. Eles assumem ou pressupõem que o “pacto da graça” (não a aliança eterna da redenção e da graça inferida no decreto divino e o processo de eleição, predestinação e redenção pactuais, mas um “pacto” de proporções do Antigo Testamento adequado para a raça e nação Hebraica) é o mesmo em ambos os Testamentos; ou seja, o Antigo Testamento Groepsverbandgodsdientsten [19] se estende até a igreja do Novo Testamento. No entanto, mesmo isso é supostamente um argumento do silêncio.
O Novo Testamento está em silêncio sobre o batismo de infantes, assim como os Pais Apostólicos (ou seja, aqueles escritores Cristãos primitivos que viveram na geração que sucedeu a geração dos Apóstolos, a saber, Clemente de Roma, Barnabé, Inácio, Hermas, Papias e Policarpo). Na geração seguinte, Justino Mártir admite a regeneração batismal, mas não o batismo infantil. O primeiro testemunho claro é de Tertuliano, que escreveu em oposição ao batismo infantil (185 d.C.). O primeiro testemunho claro a favor do batismo infantil é da pena de Cipriano, no Concílio de Cartago (253 d.C.). Isso não se tornou uma prática geral, até os séculos V e VI, quando foi ordenado pelo decreto imperial sob os imperadores Justino e Justiniano (538 d.C.) [20]. Algumas citações de proeminentes escritores pedobatistas devem resolver a questão. O grande historiador da igreja, Augusto Neander, um pedobatista Protestante, escreveu:
Não pode ser provado que o batismo infantil era praticado na era apostólica. A sua introdução tardia, a oposição que ele ainda encontrou, no segundo século, antes, dizem contra uma origem apostólica… Não parece haver qualquer razão para derivar o batismo de crianças de uma instituição apostólica, e o reconhecimento de que ele se seguiu um pouco mais tarde, como uma tradição apostólica, serve para confirmar esta hipótese [21].
Phillip Schaff, embora um defensor do batismo infantil, admite que isso é contrário ao espírito do Evangelho, e como um rito não era comum até a época de Constantino:
“…O Novo Testamento não contém nenhuma ordem expressa para batizar infantes; tal comando não estaria de acordo com o livre espírito do Evangelho. Tampouco havia batismo infantil obrigatório ou geral antes da união entre Igreja e Estado…” [22].
Arthur Penrhyn Stanley, decano de Westminster, e prelado da Igreja da Inglaterra, escreveu:
Na era apostólica, e nos três séculos que se seguiram, é evidente que, como regra geral, aqueles que vinham ao batismo, vinham em maioridade, de sua própria escolha deliberada. Nós encontramos alguns casos de batismo de infantes; no terceiro século, encontramos um caso do batismo de infantes. Mesmo entre as famílias Cristãs, as instâncias de Crisóstomo, Gregório de Nazianzo, Basílio, Efraim de Edessa, Agostinho, Ambrósio, são provas decisivas de que isso não somente não era obrigatório, mas não usual. Eles tiveram pais Cristãos e ainda assim, eles não foram batizados até que chegaram à maturidade [23].
A Autoridade Apropriada Para o Batismo
A “Grande Comissão” foi dada à igreja como uma instituição, não aos apóstolos como indivíduos ou indiscriminadamente a qualquer pessoa ou organização fora da igreja do Novo Testamento (Veja Mateus 28:18-20). Parte dessa comissão é para batizar. Assim, a autoridade para o Batismo recai sobre a igreja do Novo Testamento. O mandamento do Senhor Jesus Cristo e o exemplo das igrejas apostólicas colocam o Batismo em uma conexão intrínseca com esta instituição, somente (Veja Atos 2:38-42).
[1] Uma ordenança é uma diretriz ou comando de natureza autoritária (Lat. ordo, colocar em ordem, decretar, estabelecer). Um sacramento é um meio de graça através de um determinado elemento, por exemplo, o batismo ou comunhão (Grego: μυστηριον, mistério; Latim: sacramentum, segredo, sacer, sagrado). A observância do Batismo e da Ceia do Senhor são ordens de nosso Senhor (Mateus 28:20), e não elementos físicos, através dos quais a graça é secreta ou misteriosamente comunicada. A “mentalidade sacramental” Protestante foi herdada da noção Romana de regeneração batismal e Missa. A Transubstanciação Romanista é em dada extensão revivida na consubstanciação Luterana e presente em um determinado grau na ideia Reformada de sacramento, que postula algo misterioso e além dos elementos físicos.
[2] A origem do argumento de que o batismo infantil era a contraparte e cumprimento da circuncisão infantil masculina foi introduzido pela primeira vez por Huldreich Zwingli e Heinrich Bullinger em suas disputas com os Anabatistas, enquanto eles buscavam defender a aspersão infantil e o conceito de filhos da aliança contra a claro ensino nas Escrituras do Batismo do crente por imersão, por meio de “argumentar a partir do Pacto”. Veja M. E. Osterhaven, “Teologia do Pacto”, Dicionário de Teologia Evangélica, p. 279.
[3] Aspersão infantil não é nem uma “boa” nem uma “necessária consequência” deduzida a partir da Escri-tura. Esta é antes, uma ideia tradicional importada da tradição Romanista e um processo de discussão “do Pacto” no contexto de uma “mentalidade do Antigo Testamento”. Cf. Louis Berkhof, Teologia Sistemática, p. 632: “A base bíblica para o batismo infantil. Pode ser dito desde o início que não há nenhuma ordem explícita na Bíblia para batizar as crianças, e que não há uma única instância em que nos é claramente dito que crianças foram batizadas. Mas isso não significa necessariamente fazer do batismo de crianças não-bíblico…”. Ele então começa a “argumentar a partir do Pacto” e busca relacionar o batismo à circuncisão.
[4] Charles Hodge, Teologia Sistemática, III, p. 588: “…aqueles pais pecam gravemente contra as almas de seus filhos, se negligenciam a consagrá-los a Deus na ordenança do batismo. Deixe que os pequenos tenham os seus nomes escritos no livro da vida do Cordeiro, mesmo que depois eles escolham apagá-los. Sendo assim, inscritos, pode ser o meio para a salvação”.
[5] Em um artigo intitulado “O Contexto Pactual para o Evangelismo”, o Dr. Norman Shepherd, presidente do Departamento de Teologia Sistemática no Seminário Teológico de Westminster, escreve: “A aliança oferece a perspectiva de que a tarefa de evangelização da igreja deve ser abordada… 1. A Grande Comissão surge e é padronizada pelo pacto feito com Abraão… 2. A metodologia evangelística Reformada deve ser conscientemente orientada para o pacto da graça, em vez de para a doutrina da eleição… 3. O batismo em vez de regeneração é o ponto de transição da perdição na morte para a salvação na vida.” (Como citado em The Banner of Truth Magazine, edição 166-167, p. 60, itálicos nossos).
[6] Se há alguma realidade em absoluto, quanto ao Batismo ser um “selo”, “sinal” ou “símbolo” do pacto, então bíblica e logicamente sob a Nova Aliança ou Evangelho, este deve ser o Batismo de crentes somente, pois somente eles estão incluídos na Nova ou Evangélica Aliança.
[7] 2 Pedro 2:7-8, “E livrou o justo (d?kaion) Ló… Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa…”.
[8] Esses termos são usados ??literalmente e figurativamente: Cf. Romanos 8:39, onde os termos “altura, nem a profundidade” (b?qoς) referem-se aos reinos celestiais e infernais. O termo também é usado para alto mar (Lucas 5:4), para profundidade da terra (Mateus 13:5; Lucas 6:48), para extrema pobreza (2 Coríntios 8:2), para funcionamento interno da intriga satânica (Apocalipse 2:24), e para “profundas” verdades espirituais (Romanos 11:33;1 Coríntios 2:10; Efésios 3:18).
[9] baptize?n também carrega um significado figurado de “identificação” ou ser “oprimido” (por exemplo, Mateus 20:22-23; Marcos 10:38-39; Lucas 12:50; 1 Coríntios 10:2; 12:13). Que o significado é “mergulho”, “mergulhar”, “imergir”, todos os léxicos padrão e obras de crítica Gregas concordam. O próprio termo “batizar”, uma transliteração, entrou no idioma Inglês e Bíblia porque os Pedobatistas não quiseram traduzi-lo como eles teriam que fazê-lo, para serem fiéis ao texto e linguagem, como “imergir” ou “mergulhar”.
[10] O Hebraico lê ????? de ????? para mergulhar, necessariamente, uma hipérbole. Essa linguagem não reforça a ideia de aspersão, a não ser que o próprio significado dos termos torne-se sem sentido.
[11] Isto está de acordo com a manifestação visível da glória de Deus sobre o tabernáculo e no Templo. Cf. Êxodo 40 e 1 Reis 8:1-11. Se o assunto for pressionado, então admitimos o derramar como um modo, mas para ser bíblico, os sujeitos devem estar sentados, e toda a sala cheia de água: uma imersão (Atos 2:2).
[12] Mabillon, Annales Ordinis sancti Benedicti, I. 43, como citado por John T. Christian, História dos Batistas, I. p. 82.
[13] Martinho Lutero, Krip. Tyrol. Anab, p. 17, citado por Thomas Armitage, História dos Batistas, p. 398.
[14] João Calvino, Institutas da Religião Cristã, Livro IV, cap. XV, seção 19.
[15] Citado por Richard B. Cook, A História dos batistas, p. 31.
[16] No século XIX, outubro de 1879, como citado por Richard B. Cook, Ibid., pp. 30-31.
[17] Mateus 28:19-20: παλιν λεγω υμιν οτι εαν δυο υμων συμφωνησωσιν επι της γης περι παντος πραγματος ου εαν αιτησωνται γενησεται αυτοις παρα του πατρος μου του εν ουρανοις ου γαρ εισιν δυο η τρεις συνηγμενοι εις το εμον ονομα εκει ειμι εν μεσω αυτων. (Fonte: BibliaOnline.net)
[18] Os chamados “batismos de famílias” no Novo Testamento não ensinam que os bebês devem ser bati-zados. Os únicos detalhes do registro inspirado revelam que os membros da família foram convertidos antes do batismo, ou seja, eles creram antes de serem batizados. (Veja Atos 16:30-34).
[19] Lit.: um grupo monolítico de pessoas unidas por raça e religião. Termo extraído a partir do Dr. Leonard Verduin.
[20] Agostinho (354-430) tornou-se seu defensor, mas até ele admitiu que sua autoridade repousava no costume eclesiástico e não Escritura.
[21] Augustus Neander, História Geral da religião Cristã e da Igreja, I., p. 430; Veja também Richard B. Cook, A História dos Batistas, p. 26.
[22] Phillip Schaff, História da Igreja Cristã, I, p. 470.
[23] No século XIX, outubro de 1879, p. 39, citado por Richard B. Cook, A História dos Batistas, p. 27.