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Vigiai!, por C. H. Spurgeon & A. W. Pink

[Este teste é uma compilação do Sermão Nº 996, O Alarme, por C. H. Spurgeon, e do artigo, Óleo na Vasilha, por A. W. Pink. Estes textos foram traduzidos a partir dos originais em Inglês: The Alarm & Oil in the Vessel.]

 

 

Uma Exortação à Diligência e Fervor Ao Louvar a Deus – C. H. Spurgeon

“Eu mesmo despertarei ao romper da alva.” (Salmo 57:8)

O tema apropriado para tratar sobre com tal texto como este seria a adequação e a excelência de levantar-se cedo, especialmente quando estamos desejosos de louvar ou servir a Deus. O orvalho da madrugada deve ser consagrado à devoção. O texto é uma expressão muito notável, e pode apropriadamente ser o lema do madrugador. Trata-se, no original, de uma frase altamente poética, e Milton e outros o têm emprestado ou imitado. “Eu despertarei pela manhã”. Tão cedo o salmista levantaria para o louvor de Deus, que ele iria chamar o dia, ordenar o surgir do sol a partir das câmaras do leste, e prosseguir em sua jornada. “Eu despertarei pela manhã”. Levantar cedo tem o exemplo de santos do Antigo Testamento a recomendá-lo, e muitos santos modernos têm praticado isso conscientemente, e têm sido sonoros em seus louvores.

É uma economia de tempo, e assistência à saúde, e assim isso duplamente prolonga a vida. Levantar-se tarde é muitas vezes o sinal da preguiça, e a causa da desordem durante todo o dia. Tenha certeza de que as melhores horas são as primeiras. Nossos hábitos da cidade são lamentáveis, porque, por nos recolhermos em altas horas da noite, encontramos que levantar cedo é difícil, se não impossível. Se formos capazes de escapar dos grilhões do costume, e nos assegurarmos para a devoção e contemplação na hora em que o orvalho está na grama, podemos nos considerar triplamente felizes. Se não podemos fazer tudo o que poderíamos nesta matéria, pelo menos façamos tudo o que pudermos.

Esse não é, no entanto, o tema sobre o qual eu agora desejo falar com você. Eu venho, neste momento, não tanto para pleitear o início quanto o despertar. Sobre a hora podemos falar em outro momento, o fato em si é o nosso assunto agora. É ruim acordar tarde, mas o que deve ser dito daqueles que nunca acordaram absolutamente? Antes tarde do que nunca, mas com muitos, é de se temer que será nunca. Eu tomaria a trombeta e a tocaria, ou soaria o alarme-de-sino até que todas as faculdades humanas do preguiçoso fossem levadas a moverem-se, e ele clamasse com recém-adquirida determinação: “eu mesmo despertarei”.

“Despertarei”. Este é um mundo em que a maioria dos homens, hoje em dia, estão vivendo para os seus interesses temporais, se nestes tempos avançados qualquer homem vai para o seu negócio sonolento, de uma forma apática, ele logo se encontra em um refluxo-da-maré, e todos os seus assuntos encalham. O homem bem acordado aproveita as oportunidades e ocorre, portanto, que aqueles que estão mais acordados costumam seguir adiante. Anos atrás, os assuntos se moviam como as largas rodas de uma carroça, mui sonolentos, com pausa sóbria e progressão vagarosa, e então o filho do caracol teve uma chance, mas agora, quando quase voamos, se um homem quiser ter êxito no comércio, ele deve estar completamente vivo e acordado. Se é assim nos assuntos temporais, é igualmente assim nos espirituais; pois o mundo, a carne e o Diabo estão todos acordados para pelejar conosco, e não há nenhuma resolução que eu mais intensamente recomende a cada uma das pessoas de Deus do que esta: “Eu despertarei, eu despertarei, eu despertarei cedo, e eu orarei a Deus para que eu possa ser mantido acordado, para que a minha existência Cristã não possa ser imaginária, para que eu possa ser útil ao máximo grau no serviço do meu Mestre”. Se esta fosse a vontade de cada um, que mudança viria sobre a Igreja Cristã! Anseio por ver a diligência da oficina ultrapassada pelo quarto, e o zelo do mercado superado pela Igreja, cada Cristão está vivo, mas está igualmente acordado? Ele tem olhos, mas eles estão abertos? Ele tem possibilidades elevadas de abençoar seus semelhantes, mas será que ele as está exercendo? O desejo do meu coração é que nenhum de nós possa sentir a influência sonhadora desta época, que é comparável à terra encantada, mas que cada um de nós possa estar vigilante, alerta, vigoroso, intenso, fervoroso. Agora, confiando que o Espírito Santo abençoe nossas meditações para o nosso despertamento espiritual, vamos brevemente voltar os nossos pensamentos para a consideração de duas ou três coisas.

I. Nosso texto está relacionado com o dever do louvor, e, portanto, o nosso primeiro ponto deve ser: É EXTREMAMENTE NECESSÁRIO QUE NOSSAS MENTES ESTEJAM EM UM ESTADO DE VIGÍLIA, QUANDO ESTAMOS LOUVANDO A DEUS. Portanto, como devemos estar sempre louvando a Ele, nossa mente deve estar sempre vigilante. É uma vergonha louvar com a mente meio adormecida, é uma vergonha igual a tentativa de louvar a Deus até que todos os poderes da mente estejam completamente despertos. Davi é aqui um apropriadíssimo exemplo, pois ele canta: “Preparado está o meu coração, ó Deus, preparado está o meu coração; cantarei, e darei louvores. Desperta, glória minha; despertai, saltério e harpa; eu mesmo despertarei ao romper da alva”.

Devemos estar totalmente acordados quando envolvidos em ação de graças particulares, a música de nossa solidão deve ser cheia de alegria viva. Temo que haja pouquíssimos cânticos privados hoje em dia; muitas vezes ouvimos o discurso a respeito da oração privada, mas muito raramente do louvor privado, e ainda não deveria haver a oração particular tanto quanto o louvor particular? Tenho medo de que raramente seja mencionado que ação de graças particulares vieram a se tornar uma ocasião sonolenta. Então, como a adoração pública, quão diligente esta deve ser! No entanto, quão raramente é saudável e real; quantas vezes ouvimos cânticos “meio-acordados”? Às vezes, uma espécie de caixa-de-música, composta por tubos, chaves e fole é estabelecido para fazer toda a adoração, os pagãos do Tibete contabilizam o vento religiosamente, fazendo os seus moinhos de vento orarem por eles, e nossos irmãos na Inglaterra, por um ajuste engenhoso de tubos, fazem a mesma força motriz realizar seu louvor. Onde esta máquina não é adotada, ainda assim o Senhor é roubado de Seus louvores por outros métodos. Às vezes, meia dúzia de vozes hábeis de pessoas, que seriam igualmente tão à vontade na ópera ou no teatro como na Casa de Deus, são formados em um coral para realizar a salmodia, e supõe-se que Deus aceita suas notas formais como o louvor de todo o conjunto! Quão diferente é a verdadeira canção de homens graciosos que elevam suas vozes para o Senhor, porque seus corações O adoram! Ah, eu gosto de ouvir todas as vozes derramando sua nota, especialmente se eu posso, apenas espero isso, com todas as vozes ali expressar um coração ardente. Ora, esse canto caloroso, alegre faz a congregação na terra ser como a assembleia dos céus! Isso faz com que o ponto de encontro dos santos seja um leve tipo da congregação dos anjos e espíritos glorificados diante do trono de Deus! Ficar ocioso ou sussurrar em um exercício tão deleitoso é criminoso! Se alguma vez devemos exibir o despertar dos anjos, deve ser quando estamos emulando seu emprego.

Nosso louvor deve ser realizado com uma mente totalmente desperta; primeiro, para que possamos lembrar o porquê estamos louvando a Deus. Devemos ter um senso vívido das misericórdias que recebemos, ou não podemos bendizer a Deus corretamente por elas; vocês que ainda não receberam as bênçãos espirituais não deveriam esquecer das suas misericórdias temporais! É certamente motivo suficiente para vívida ação de graças o fato de você não estar doente em cima de uma cama; que não esteja no hospício; que você não esteja no reformatório, que não esteja à beira do túmulo; que você não esteja no Inferno, que você ainda tem alimento e vestuário, e que você esteja onde o Evangelho é graciosamente apresentado a você. Isso tudo não deve ser considerado? Não deveriam estes ser o combustível para a chama da gratidão? Quanto a nós que provamos as bênçãos espirituais, se nossas mentes estivessem acordadas, poderíamos pensar sobre o amor eterno e os seus fluxos a partir da eternidade; o amor redentor, e as correntes que fluem da fonte do Calvário; do imutável amor de Deus, e Sua paciência com os nossos maus costumes no deserto, do Pacto de misericórdia, das misericórdias ainda por vir, do Céu, e por outras felicidades. Tais lembranças devem convocar todo o nosso homem para louvar o Senhor; se os inúmeros benefícios que recebemos fossem considerados e demorássemos neles, a contemplação colocaria uma força, um volume, um corpo em nossa canção, e a tornaria muito mais altamente refinada, o que ela deveria ser.

Em seguida, precisamos das nossas almas despertadas para que possamos lembrar a quem o nosso louvor é oferecido. Diante de nenhum rei mediano é que vamos dobrar o joelho em homenagem. Pois louvar a Deus é estar na presença imediata do bendito e único Soberano, mesmo os serafins não velam o rosto em Sua augusta Presença? Com que humildade deveríamos nos curvar! Com que seriedade de espírito deveríamos louvar! “Tire os sapatos, porque o lugar em que estás é terra santa”. Dos cortesãos não se espera que acenem com sonolência na presença de seu rei, e na medida em que eles vieram apresentar ação de graças, pareceria estranho se estivessem bocejando como homens quase dormindo! Certamente seriam congratulações hipócritas e comportamento ofensivo se eles fossem detectados em uma condição sonolenta! Se nos reunimos para louvar a Deus, vamos realmente fazê-lo, se não podemos louvá-lO, deixe-nos saber e lamentemos que não possamos fazê-lO, e vamos ter certeza de que o espírito está pronto, mesmo que a carne seja fraca. Deixem que toda sonolência seja tirada da Presença do sempre-desperto Jeová, ante cujos olhos todas as coisas estão nuas e patentes; Ele nunca tosqueneja nem dorme de modo a fazer uma pausa na Sua misericórdia para nós; não deixemos os nossos espíritos adormecidos causarem uma omissão de nossa canção de gratidão. Precisamos e devemos estar acordados em louvor, para que todo o nosso coração possa estar bem aquecido no exercício.

Abaixo de Cristo e do poder do Espírito Santo, a aceitabilidade do nosso louvor depende muito do calor do mesmo. Orações tão frias praticamente pedem a Deus para serem negadas, louvores tão frios pedem a Deus para rejeitá-los; louvores frios são uma espécie de semi-blasfêmia, eles dizem algo como: “Tu não és digno de ser louvado fervorosamente, ó Deus, nós trazemos a Ti esses louvores pobres, eles são bons o suficiente para Ti”. Certamente, se nós tratássemos o nosso Pai celestial como deveríamos, toda paixão sagrada brilharia em nossos corações como uma fornalha; todo o nosso coração pegaria fogo; como Elias subiu ao céu, com cavalos e carros de fogo, assim também a nossa alma, quando nós pensássemos sobre a bondade e a graciosidade de Deus, subiria para o céu na alegria veemente da adoração! Nossos louvores não seriam como o incenso no incensário — doce, mas frio — porém as brasas de fogo seriam colocadas juntamente com o incenso, e então, como uma nuvem de fumaça santa, a nossa gratidão subiria ao Céu! Observe com que exultação o salmista prestou louvor a Deus, e imite-o; veja-o dançando diante da arca, e ouça-o clamar em voz alta: “Cantai louvores a Deus, cantai louvores; cantai louvores ao nosso Rei, cantai louvores”.

Irmãos e irmãs, nós precisamos acordar nossas almas em louvor, ou então iremos às vezes falhar completamente neste mandamento. Somente os despertos estão louvando; aves dormindo não cantam; os melhores louvores que Deus recebe de terra são de Seus santos em aflições, pois, então, eles estão acordados, os golpes da vara os têm despertado. Quando os três santos filhos cantaram no fogo, a sua música era doce de fato […]. Quando mártires magnificaram a Deus em pé sobre o lingote em chamas, eles deram a Deus melhores louvores do que até mesmo os anjos o fazem! Havia a velha fábula em que o rouxinol foi feito cantar pelo espinho que espetou seu peito, e muitos filhos de Deus tem derramado sua música mais doce quando o espinho de aflição perfurou seus corações. Despertem as suas almas, vocês que estão desanimados, vocês que estão deprimidos, vocês que têm uma criança morta em casa, vocês que estão esperando ir em breve para a sepultura com aqueles que vocês amam, vocês que têm perdido sua propriedade, vocês que foram beliscados pela pobreza, despertem as vossas almas para louvar a Deus, ainda assim, a menos que estejam bem despertados, vocês esquecerão de exaltar a Ele! Lembrem-se o que Jó fez quando ele sentou-se no monturo, raspando-se com um caco de vaso quebrado, assim ele louvou a Deus, e disse: “O Senhor o deu e o Senhor o tomou. Bendito seja o nome do Senhor”. Foi nobre de sua parte, ó patriarca de Uz, poder, assim, exaltar o seu Senhor; naquela ocasião, a sua alma foi totalmente despertada! Amados amigos, que as nossas almas mais íntimas estejam tão vivificadas com o poder da graça Divina para que possamos de forma espontânea e sincera bendizer ao Senhor em todos os momentos e em todas as circunstâncias!

Você acredita, meu amado, que, entre toda a multidão daqueles que veem Jeová face a face, há um adorador maçante, frio, descuidado? Olhe para os serafins e querubins, que são todos aqueles em chamas queimando com desejo intenso e fervorosa adoração. Olhe para dos exércitos de anjos, eles são todos os seus ministros que fazem Sua vontade e O bendizem enquanto eles fazem isso. Examine todas essas orquestras santificadas e glorifi-cadas de espíritos, e você não encontrará um com os olhos semicerrados, cansado de louvar o seu Criador! O Céu consiste em louvor alegre! Olhe para as próprias aves sobre a terra, como elas nos envergonham! Queridas criaturinhas, se você vê-las quando elas estão cantando, às vezes você vai se perguntar como tanto som pode sair de tais pequenos cor-pos; como elas lançam seus egos inteiros na música, e parecem derreter-se desta forma na canção! Como a asa vibra, a garganta pulsa, e cada parte do seu corpo se regozija para auxiliar o esforço! Esta é a maneira em que devemos louvar a Deus, se as aves que são vendidas a três por dois asses, ainda assim prestam a Deus tal louvor, quanto mais sinceramente nós deveríamos louvar diante dEle! Que seja uma resolução para nós nesta hora que louvaremos mais a Deus, que cantaremos a Ele mais em casa, em nosso negócio, e em todos os lugares apropriados, e que sempre que cantarmos vamos fazê-lo de todo o coração, despertando a nossa língua e todos os poderes da nossa mente e do corpo para bendizer e louvar o nome de Deus!

A Vigília É Uma Grande Necessidade Durante Toda a Vida Espiritual – C. H. Spurgeon

Eu acredito que esta seja uma das grandes necessidades da Igreja, eu questiono se a maioria de nós é espiritualmente desperta, eu questiono se eu sou. Desejo ser muito mais despertado para a sensibilidade do poder Divino quanto ao mundo vindouro, e ternura em relação à verdade espiritual. Letargia é muito natural para nós.

“Bem”, diz alguém, “mas falamos sobre as coisas de Deus”. Sim, mas as pessoas falam quando estão dormindo, e uma boa dose de conversação Cristã é muito parecida com a conversa de dormentes; não existe força nela, a vida em si que haveria na conversa se ??estivéssemos realmente despertados para sentir o poder das verdades de Deus. “Mas”, diz alguém, “eu espero que nós ajamos de forma consistente”. Eu confio em você, mas há muitas pessoas que andam durante o sono, e, infelizmente, eu conheço alguns Cristãos professos que parecem estar tentando essas proezas muito perigosas de andar dormindo agora mesmo! Alguns sonâmbulos foram capazes de andar sobre os lugares onde, se tivessem estado acordados, nunca teriam sido capazes de suportar a vertiginosa altura, e eu vejo alguns cristãos, se é que são Cristãos, correndo riscos terríveis que eu acho que eles nunca se aventurariam a não ser que houvessem caído no sono profundo da segurança carnal. Falo de um homem adormecido no mastro, o que não é nada em relação a um tranquilo professo da religião, enquanto a cobiça é o seu mestre, ou a companhia mundana o seu deleite.

Se os professos estivessem acordados, eles veriam o perigo e evitariam diversões pecaminosas e associações ímpias, como os homens fogem de tigres ferozes ou cobras mortais. “Bem, mas estamos fazendo muita coisa boa, e trabalho útil”, diz alguém, “ensinando nas escolas dominicais, distribuindo folhetos religiosos, ou trabalhando em alguma outra forma de serviço, estamos gastando o nosso tempo em compromissos louváveis”. Estou feliz ao ouvi-lo, mas as pessoas podem fazer muito em seu sono. Ouvimos muitos casos estranhos como hábito, finalmente permitindo que as pessoas prossigam em seus chamados, correspondendo aos sinais e acompanhando toda a aparência de atividade, e ainda assim estiveram dormindo naquele momento! É algo muito chocante ver que tantas de nossas igrejas na Inglaterra estejam em um sono profundo! Há muitas igrejas dissidentes que eu bem conheço em que o ministro prega em seu sono, onde o povo canta em seu sono, onde a oração é oferecida durante o sono, e até mesmo a comunhão é celebrada em meio a um sono espiritual profundo!

Você já esteve em uma reunião de oração onde a metade, se não todos — tanto quem orou em voz alta quanto aqueles que ouviram — estavam em letargia tão rígida como a morte? Fala-se sobre mulheres que estiveram em um desmaio por meses seguidos, a maravilha pode ser uma mentira única no mundo natural, mas no mundo espiritual é tão comum como as margaridas nos prados! Adão dormia profundamente quando lhe foi tirada a sua costela, ele não acordou, mas o que podemos dizer de quem não se assusta embora eles estejam perdendo toda a força e glória de suas almas? Infelizmente, para algumas congregações é de longa data, desde que houve um reavivamento, que eles perderam a própria ideia de piedade vigorosa e energia vital, toda a semana passa e eles estão todos dormindo, e se um sermão verdadeiro, sincero, vívido, agitador fosse pregado entre eles, seria quase como se os canhões de Krupp, rei da Prússia, tivessem deixado cair um bombardeio vivo no meio deles! Desejo que um vivo bombardeio espiritual possa cair em algumas congregações e exploda entre eles, matando sua convencionalidade, e ferindo-lhes a autossatisfação com uma ferida mortal. Os homens podem assistir ao culto exterior com o decoro impecável e exatidão, e ainda assim pode não haver despertamento no mesmo, e consequentemente, nenhuma aceitabilidade diante do Deus Altíssimo.

Vinde, irmãos e irmãs, nós devemos acordar! Mesmo que tenhamos estado adormecidos, devemos fazê-lo, porque estamos no país do inimigo; ele não dormirá aqui! Deste lado do Céu estamos em todos os lugares e em todas as horas cercado por inimigos. O que o Mestre diz? “O que vos digo a todos, Vigiai!”. Seja como sentinelas em seu posto, caso contrário o inimigo em breve te trairá, você não vai entristecer o Espírito Santo se você for letárgico? Você não vai desonrar seu Mestre, se você cair no sono? Lembre-se também que o Diabo procura sua destruição, e nunca pode fazer tanto mal como pode se ele te encontrar dormindo. Deixe o rosnar do velho leão despertar você, se nada mais irá movê-lo, lembre-se que os dardos inflamados do maligno Saul não teriam ficado tão quietos se ele soubesse que Abisai estava segurando a lança sobre ele, e desejando cravá-lo na terra; mas esta é a condição de professos que são dados ao sono; Sansão dificilmente teria dormido no colo de Dalila se ele tivesse previsto que seu cabelo seria cortado, e seus olhos arrancados pelos Filisteus. Levantem, então, vocês, professos sonolentos, porque os Filisteus os estão atacando! Além disso, irmãos e irmãs, o sono nos empobrece. O preguiçoso, o cardo e o espinho sempre andam juntos, e trapos e pobreza seguem logo atrás. Você pode perder, por seu sono, grande proveito espiritual, você não pode esperar que os Cristãos sonolentos cresçam na graça, pois eles perderão muitas coisas instrutivas na Palavra de Deus, muitas promessas preciosas destinadas apenas para os despertos, pois eles perderão elevados prazeres e banquetes espirituais, pois o entretenimento do rei não são para aqueles que cruzam os braços, e se atiraram sobre a cama da indolência. Riqueza está no campo da vigília, mas o amante da facilidade terá a necessidade vindo sobre ele como um homem armado. Eu toco a trombeta em Sião, e dou o alarme no monte santo de Deus, pois é hora de despertarmos do sono!

 

Desperte também, meu irmão, por que você está perdendo oportunidades de utilidade. Enquanto você dorme homens estão morrendo; veja como os cemitérios estão se tornando lotados, como a área deles precisa ser alargada; dia a dia você vê trilhando pelas ruas o cortejo fúnebre, os homens passaram além do alcance de suas instruções e seus avisos são transportados para as suas longas casas. Despertai então, despertai, pois a morte está ocupada em todos os lugares! Enquanto isso, aqueles que não morrem diante de você podem ser removidos para além da esfera da sua utilidade, podem ir para onde pelo menos você não possa alcançá-los, onde talvez ninguém nunca irá, e o seu sangue pode estar sobre sua cabeça, e isto para sempre. Despertai, pois talvez, enquanto você está dormindo, outro coração que agora está acessível ao Evangelho pode tornar-se, finalmente, endurecido, a sua consciência pode em breve tornar-se endurecida, e então, não haverá nada sobre o que o zelo e diligência possam operar; será tarde demais para você colocar o selo sobre a cera uma vez que estiver fria. Rápido, senhor! Enquanto a cera está macia, pressione o selo! Quantas oportunidades para o bem todos nós perdemos! Mas aqueles que estão dormindo perdem todas as suas oportunidades, e elas serão certamente requeridas deles quando o Mestre vier.

Despertai, peço-vos, irmãos e irmãs, porque vocês perderão insensivelmente o poder, a alegria de sua vida espiritual. A comunhão com Deus se tornará mais e mais escassa para vocês, enquanto vocês se tornam mais sonolentos; despertem, para não se desviarem, para que não falhem, pouco a pouco, de modo que, por fim, vocês se tornem apóstatas e provem a si mesmos não serem um filho de Deus! Desperte, pois a sua influência sobre os outros certamente se apartará de você na medida em que o seu estado de vigília se afasta. Um pregador sonolento nunca ganha as almas dos homens; um servo de Deus maçante e formal é de pouco ou nenhum préstimo na Igreja de Deus. Acho que disse anos atrás: “Dê-me meia dúzia de minuciosos Cristãos em brasa, e eu vou farei mais, pela graça de Deus, com eles, do que com meia dúzia de centenas de professos ordinários”. Tenho certeza de que é assim! As multidões de professos findam com todo remédio; eu mais prontamente caçaria com cachorros mortos, do que tentaria trabalhar com eles, pois eles não podem ser treinados com heróis; eles são tolos, tanto pela natureza e pela prática; a muita preguiça tem esvaído a vida de sua alma! O máximo que você pode esperar deles é que eles permanecerão decentemente cristianizados, de modo a não totalmente nos envergonhar, mas, que tenhamos homens completamente bem despertos, homens que sentem a vida de Deus em suas almas, e são, portanto, mais do que ordinariamente sérios! Una junto do salão uma dúzia dos tais, e o Espírito Santo sendo com eles, eles farão toda a Londres sentir a sua presença em pouco tempo! Que Deus possa despertar a todos nós para o que a nossa vida espiritual absolutamente exige.

Algumas Maneiras De Manter A Vigilância – C. H. Spurgeon

“Como eu posso ser mantido acordado?”. Pergunta alguém. Resposta, em primeiro lugar, faça disto uma questão de oração, para que o Senhor te desperte; ninguém pode dar-lhe o poder espiritual e vigilância, senão o Espírito de Deus. “Todas as minhas fontes estão ti” [Salmos 87:7]. De onde a primeira vida veio, mais vida deve ser obtida; Cristo veio para que tenhamos vida, e para que a tenhamos em abundância; Aquele que primeiro nos chamou dentre os mortos deve também despertar-nos dentre os adormecidos; Aquele que nos trouxe da sepultura de nossa depravação deve trazer-nos da poltrona de nossa indolência. Ore sobre o assunto. Faça disso uma questão com Deus, peça a Ele para despertá-lo. De joelhos é a postura em que se vence a preguiça!

Em seguida, os meios que devem ser utilizados. Não devemos deixar o assunto com Deus, e pensar que não há nada a ser feito por nós mesmos. Ajam em relação a si mesmos sobre o seu estado de vigília espiritual, como vocês fariam com a vigília natural; ajustem suas faculdades inventivas para o trabalho, e elaborem meios para afugentar o dragão do sono. O que vocês fariam se fosse necessário ser despertado mais cedo? Talvez vocês configurariam um alarme, uma coisa boa, sem dúvida. Tomem cuidado para vocês definam um alarme espiritual. Todo Cristão deve manter um, e deve ser tão bem definido como para estabelecer o tempo exato, e tão poderoso como para despertar o mais adormecido. A consciência sensível, rápida como a menina dos olhos, é um conservante precioso contra o sono pecaminoso, mas nunca deve ser alterada, ou a sua utilidade terminará em breve. Quando uma vez é chegada a hora, soa o alarme, o homem inicia tudo de uma vez, e diz: “É hora de levantar-me”. Assim a minha consciência deve ser tão bem regulada que quando a tentação estiver próxima, ou um pecador estiver perto de mim a quem eu deveria advertir, minha alma deve imediatamente tomar o alarme, e dizer: “Aqui está um trabalho a fazer; um pecado a ser conquistado para Cristo, ou uma alma a ser instruída, agora, portanto, execute o fazer com todo o seu poder! Eu ouvi o alarme, e eu devo mover-me!” Que possamos sempre manter e reter uma vigília tão especial para que possamos estar no nosso posto de dever ou no nosso local de conflito com uma pontualidade que ninguém possa questionar. Ah, o alarme de uma consciência sensível!

Muitos de nossos amigos que têm que acordar cedo na manhã pedem ao policial para chamá-los na hora marcada. Eu não possa comparar o ministro Cristão com um policial, em alguns aspectos, mas ainda assim ele é um dos oficiais de Deus, e é parte de seu negócio agitar professos sonolentos. É bom assistir a um sério ministro do Evangelho onde a voz do ministro, sob a bênção de Deus, provavelmente o despertará. Pregadores fiéis estão entre os melhores dons de Deus; usufrua-os e seja obediente às suas admoestações. Tenho conhecido pessoas que se ofendem quando um ministro é “muito pessoal”, mas os sábios sempre prezam um ministério na proporção em que é pessoal para eles. Aquele que nunca me diz sobre as minhas falhas, nem me faz sentir desconfortável, não é, provavelmente, um bom meio para a minha alma. Qual é a utilidade de um cão que nunca late? Por que ir ter com um médico, e ficar com raiva dele, se ele aponta a fonte de sua doença? Será que Deus nos envia, como Seus mensageiros, para agradar ao seu gosto, ou lisonjear sua vaidade? Nós não buscamos sua aprovação se não estiver fundada na retidão! Muitas vezes me senti satisfeito quando eu ouvi as pessoas confessarem, depois de sua conversão: “Eu vim para o Tabernáculo, e no começo eu não podia suportar a pregação, eu odiava o pregador, e me enfureci com a sua doutrina, mas eu não poderia deixar de vir novamente”. Apenas assim! A consciência faz os homens respeitarem o Evangelho, mesmo quando a sua depravação o torna detestável, pois eles são rapidamente controlados pelas cordas que cordialmente foram lançadas para eles. Pode muitas vezes ser assim, ó meus ouvintes não regenerados, que enquanto meu tratamento claro excita a sua raiva, pode, no entanto, haver um poder Divino sobre vocês! E que cada homem e mulher aqui, se salvos ou não salvos, sintam que a pregação é a verdade de Deus para a sua alma, e se gostarem ou não gostarem, que a pregação possa se tornar o meio permanente do despertamento do sono, e, finalmente, conduza a cada um de vós a quem estas palavras são dirigidas, para Cristo!

Certifique-se de participar de um ministério despertado, e ore a Deus para fazer do ministro que você agora ouve mais e mais um ministro despertador de sua própria alma. Ore pelo pregador, pois ele está no mesmo perigo que você! Ele, também, está rodeado de fraqueza. O ministro logo dormirá a menos que Deus o desperte, e o que é mais triste do que ver um professo mensageiro de Deus tornar-se um traidor, tanto para seu Mestre, quanto para as almas dos homens pela falta de afeição zelosa? É ruim para as ovelhas se o pastor está dormindo; ai do acampamento onde a sentinela é dada ao sono! Que Deus livre o nosso país de ser invadido por pregadores cujas almas são insensíveis sobre a sua grande obra, e que amam o pão do seu ofício mais do que a glória de Deus ou o bem de seus ouvintes!

Eu conheci algumas pessoas que adotaram um plano para despertar de manhã que eu posso recomendar espiritualmente, de alguma forma. Elas posicionaram as cortinas na direção do sol da manhã, para que o sol pudesse brilhar em seu rosto e acordá-los. Não conheço nenhuma melhor maneira de acordar a sua alma do que deixar a Luz, e a Vida, e o Amor de Deus brilharem plenamente em seu rosto! Quando o Sol da Justiça surge, Ele traz cura debaixo das suas asas, e Ele traz despertar também. Um homem não pode pensar muito em Cristo, e amar muito a Cristo, e andar muito em comunhão com Cristo, e ainda assim estar dormindo! Os dois que foram para Emaús na companhia de Emanuel, estavam com seus corações frios? Não, não penso que estavam assim. “Não ardia em nós o nosso coração?” Sim, e o seu coração arderá também, e todo o seu sistema espiritual será inflamado e brilhará se você andar na companhia de Jesus! Posso recomendar comunhão constante com Deus, como um dos melhores remédios contra a preguiça espiritual, o mais seguro promotor de santo zelo.

Muitas vezes as pessoas são despertadas de manhã com o barulho da rua em que vivem. “Eu não consigo dormir depois de tal hora”, diz alguém, “por eu ouvir o trafegar daqueles que estão indo para a cidade, e da rotina do tráfego da rua”. Em um determinado momento você ouve o martelo do ferreiro, o barulho de um motor ou o arfante de máquinas, e depois disto o sono se foi. As atividades do mundo deveriam despertar os Cristãos. Os mundanos são tão ativos? Quão ativos devemos ser! Será que eles gastam seu trabalho e suor por salários terrenos? Quanto mais eu deveria colocar adiante toda a minha força para servir tão bom Mestre, cuja recompensa da graça é a eterna bem-aventurança!? O mundo está todo em tumulto hoje; seja a igreja toda desperta, também. Deveríamos ser estimulados a esforços supremos pela atividade dos nossos irmãos Cristãos. Encontro que me é muito proveitoso ler as biografias de eminentes servos de Cristo, como mártires, missionários e reformadores. Levanto-me da leitura de seus memoriais sentindo vergonha de ser tão anão em comparação com aqueles gigantes espirituais. Que humilhante efeito tal reflexão deve ter sobre os “fazem-nada” que pululam as Igrejas! Mas, infelizmente, estes não são logo movidos para julgar a si mesmos. Com esta única palavra nós os deixamos: pense o que alguns estão fazendo, e se envergonhem que vocês estão fazendo tão pouco em proporção com o que eles realizam. Há muitas maneiras de acordar, mas aqui está aquela com a qual eu concluirei as minhas observações sobre este ponto. Ouça a trombeta do Segundo Advento: “Eis que vem o Esposo. Saí para fora para encontrá-lO”, foi o grito que despertou as virgens quando todas cochilaram e adormeceram, que isso tenha o mesmo poder despertador neste momento. Nós não sabemos quando Cristo virá, nem devemos pronunciar profecias sobre isso, os tempos e as estações estão ocultos de nós. “Daquele dia e hora que não conhece o homem”. Se será antes do Milênio, ou depois do Milênio, deixe para aqueles que podem julgar. Eu não tenho nenhum juízo sobre isso, eu acho que, enquanto você lê atentamente as Escrituras, você se sentirá cada vez mais convencido de que só isto é clara e certamente revelado: que o Senhor pessoalmente vem numa hora quando nós não estivermos olhando para Ele. Deixe esse fato nos despertar! Deixe-o nos manter sempre vigilantes, com lombos cingidos e as lâmpadas acesas, provando nosso amor fiel ao nosso bendito Mestre!

Existem, é claro, muitas maneiras pelas quais os Cristãos podem ser despertados. Queira Deus que possam ser eficazes para todos e cada um. Acho que foi Sydney Smith quem uma vez estava pregando um sermão sobre dormir na igreja, e quando ele tinha concluído, ele disse: “Agora, que bem eu fiz? Todos aqueles que dormem têm dormido em meu sermão, e apenas aqueles que estão em vigília têm me ouvido, e não precisam de minhas repreensões e conselhos”. Muitas vezes eu sinto que este é em grande medida o caso do pregador. Pessoas sinceras, quando a congregação é exortada à seriedade, levam isto para casa para si mesmos, mas as pessoas que não fazem nada, e são as mais preguiçosas, são as mesmas que dizem: “Eu não vejo a necessidade disso, eu não quero ser perturbado”. Claro que não! Não é só a marca do preguiçoso dormir, mas é uma outra característica dele que ele está com raiva de quem o compelirá a levantar-se! “Um pouco mais a dormir”, diz ele, “um pouco mais de sono”. Ele vira a cabeça pesada sobre o travesseiro, mais uma vez, e não deseja bênçãos sobre aqueles que batem à sua porta tão fortemente. Você professos sonolentos são susceptíveis de fazer o mesmo, mas não deixarei de bater até que vocês parem de cochilar! Peço a Deus que haja pouquíssimos na Igreja do tipo incorrigível, cuja vida é um longo sonho, um sonho de autoengrandecimento, mesquinhez e pequenez. Que você e eu, e todos nós, sejamos completamente sérios no serviço ao nosso Mestre! E se não pudermos despertar os outros pelo nosso preceito, pelo menos não deixemos de experimentar a força de nosso exemplo.

A Grande E Urgente Necessidade Que O Pecador Não-Convertido Tem De Despertar – C. H. Spurgeon

Até agora eu tenho falado com o homem convertido, agora deixe que eu me dirija ao ímpio, e que a Voz que deverá convocar os mortos para o julgamento agora os desperte.

Vocês, vocês homens e mulheres não-convertidos, estão dormindo! Um sono profundo e horrível mantém vocês presos e, se isto não fosse assim, vocês perceberiam o seu perigo, e vocês ficariam alarmados. Você quebrou a Lei de Deus. O fato é certo e solene, embora você o trate de ânimo leve, a punição deve seguir cada violação desta Lei, pois de Deus não se zomba, nem Ele permite que Seu governo seja tratado com desprezo, pois para toda transgressão há uma recompensa designada. A retribuição que é a sua devida recompensa legal não será por muito tempo retida, está no seu caminho em direção a você, aos pés de justiça […], você não ouve a sua vinda, mas é tão certa quanto é silenciosa! Seus passos são rápidos, e seu curso esmagador!

Despertai, ó pecadores, e escutem este texto: “Deus é juiz justo, um Deus que se ira todos os dias. Se o homem não se converter, Deus afiará a sua espada; já tem armado o seu arco, e está aparelhado. E já para ele preparou armas mortais” [Salmos 7:11-13]. Nenhum perigo de peste, guerra, naufrágio, ou veneno pode igualar a punição de uma alma não perdoada! Cuidado, vocês que se esquecem de Deus, pois Seus terrores ultrapassam a concepção, e o ardor da Sua ira queima como um forno.

Se você estivesse despertado, ó transgressor afetado pelo pecado, você também perceberia que há um remédio para sua doença, um salvamento de seu perigo presente. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, para si mesmo, não imputando aos homens as suas transgressões”. E: “Aquele que crê em Jesus Cristo tem a vida eterna”. O perdão do pecado é garantido a todos os que descansam na obra de Jesus, e todas as outras bênçãos necessárias são garantidas a ele. Se você estivesse acordado, você não continuaria sendo um pecador não convertido nem mais por uma hora, mas você se voltaria para Deus com todo o coração! Se Deus o despertasse, você tremeria diante das mandíbulas do inferno que estão abertas para recebê-lo! Você se voltaria para Cristo, e diria: “Jesus, salva-me! salve-me agora!” Você está dormindo, pecador, você está dormindo, ou você não consideraria estas questões tão friamente. Eu tenho medo por você, e prostro-me com espanto e pavor. A misericórdia é que você pode ser despertado, você ainda não está entre os mortos que descem para a cova do inferno. Oh! que a graça onipotente o desperte no momento presente antes que seu destino seja selado, e sua condenação seja executada! Ofereço aqui minha fervorosa oração por você, crendo que Aquele, a Quem eu oro, é capaz de trazer uma santa sensibilidade ao mais vil da humanidade.

Deus tem modos estranhos de despertar os Seus eleitos dos seus sonos mortais. Despertá-los Ele quer, e Ele abalará o céu e a terra, antes do que deixar qualquer um deles perecer em segurança insensível! Ele vai derrubá-los, como fez com Paulo, ou enviar um terremoto para sacolejá-los como fez com o carcereiro de Filipos, na Sua própria maneira e tempo Ele vai fazê-los despertarem, e, em seguida, virem a Cristo.

Lembram-se da história de Agostinho? Para a tristeza de sua querida mãe, Mônica, ele levava uma vida perversa. Mas o tempo de Deus havia chegado, e quando Agostinho andava no jardim, ele ouviu uma criança dizer: “Tome! Leia! Tome! Leia!” Isto o levou a pegar a Bíblia e lê-la. Ele tão logo a leu, uma passagem veio diante de seus olhos, que o despertou, e ele procurou o Salvador, e O encontrou. Talvez seja uma morte em sua casa que acordará você, meios tristes, porém muitas vezes mui eficazes.

O leito de morte da mãe tem sido um sermão de salvação de almas para muitos numa família. Alguns dormentes precisam de um trovão para despertá-los; orem, vocês, querido povo de Deus que estão acordados, para que o pecador possa ser despertado, pois é este o terrível perigo: que adormeçam a si mesmos no inferno! No sono espiritual profundo, o sono torna-se mais pesado ainda, o estupor mais denso até que a consciência torna-se cauterizada, e a alma seja insensível à impressão, a carne é transformada em pedra, e o coração torna-se mais duro do que o aço. Pode ser que alguns daqueles que ouvem estas palavras de advertência nunca sejam despertados para pensar sobre as suas almas no inferno; eles vivem até o que seus olhos veem! Que terrível abrir de olhos será!

Ó vocês, que estão agora em paz e segurança, que mudança espera por vocês! Arremessados da segurança vangloriosa ao banco do desespero em um momento! Vocês levaram tudo tão levemente, vocês disseram: “Deixe-me em paz! Não se preocupe comigo! Há tempo suficiente, o pregador não deve nos assustar com essas perturbações! Nós temos uma grande quantidade de coisas para fazer além de ouvir histórias horríveis sobre inferno e condenação”. E assim vocês se enrolaram nisto; e assim vocês o suavizaram, mas finalmente, quem o descreverá?

Você já ouviu falar sobre o índio em seu barco sobre um dos grandes rios da América? De alguma forma, suas amarras haviam quebrado, e sua canoa estava no poder da corrente. Ele estava dormindo enquanto sua canoa estava sendo levada rapidamente ao longo do rio. Ele estava dormindo, mas tinha uma boa necessidade de ter sido acordado, pois havia uma enorme cachoeira não muito à frente. Pessoas em terra viram a canoa; viram que havia um homem na mesma dormindo, mas sua vigilância não foi de qualquer utilidade para o dorminhoco, era necessário que ele mesmo estivesse consciente do seu perigo! A canoa acelerou seu ritmo, pois as águas do rio ficaram mais rápidas quando elas se aproximaram da cachoeira. Pessoas em terra começaram a gritar e levantar alarme em todos os lados! Por fim, o índio foi despertado, ele começou a despertar e começou a usar o remo, mas a sua força era totalmente insuficiente para lutar contra a força gigantesca das águas em torno dele. Ele foi visto a saltar em pé no barco e desaparecer, ele e o barco. Ele havia morrido, pois ele acordou tarde demais! Algumas pessoas em suas camas morrem simplesmente acordando a tempo de ver o perigo, mas não para fugir dele, eles são levados direito sobre a cachoeira do Julgamento e Ira, eles se foram, para sempre desaparecidos, onde a misericórdia é sucedida pela justiça, e a esperança proibida de entrar. Deixemos muitas orações serem elevadas a partir de corações crentes, para que Deus desperte pecadores agora, a comece com aqueles que vêm para o lugar de adoração, e permanecem tranquilos em Sião. Peça para o braço de Deus seja revelado enquanto a mensagem celestial é anunciada, pois esta é a nossa mensagem: “Desperta tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá”.

Há um homem na minha frente agora dormindo em seus pecados a quem Deus capacitará a tornar-se um ministro de Cristo, ele não conhece o propósito Divino, mas existem linhas de amor neste para ele. Levanta-te, ó dorminhoco, pois Jesus te chama! Desperta, tu Saulo de Tarso! Você é um vaso escolhido para o Senhor! Converta-se dos seus pecados, busque o seu Salvador! Existe alguém aqui que tem sido um grande pecador, contudo, o Senhor tem a intenção de lavá-lo na fonte da pureza, e vesti-lo na justiça de Cristo. Venha, você culpado, desperte, pois a misericórdia espera por você! Há uma pobre mulher chorando aqui que tenha ido longe no pecado, mas Jesus diz: “Nem eu te condeno: vá e não peques mais”. Irmã, desperte! Venha receber a misericórdia que Jesus Cristo está pronto a conceder-lhe! Deus lhe dá graça para despertar, graça salvadora.

 

Que você e eu, amados irmãos e irmãs em Cristo, despertemos para uma forma mais sincera e intensa de vida em Cristo, e de vida para Cristo.

Óleo na Vasilha – A. W. Pink

Recentemente um irmão no Senhor escreveu chamando a nossa atenção para as comparações e contrastes entre as virgens prudentes e loucas de Mateus 25. A substância de seu apontamento era como segue. Elas têm sete coisas em comum. Primeiramente, todas as virgens estavam “no reino dos céus”: pelo que nós entendemos a profissão Cristã. Em segundo lugar, todas elas eram “virgens”: não cinco virgens e cinco prostitutas: pelo que entendemos, elas todas afirmavam pertencer a Cristo. Em terceiro lugar, todas elas “saíram ao encontro do esposo”: elas eram um no propósito, tendo um único fim e visão. Em quarto lugar, elas todas tinham “lâmpadas”, o mesmo tipo de lâmpada. Em quinto lugar, elas “tosquenejaram todas, e adormeceram”, Em sexto lugar, todas elas clamaram “Aí vem o esposo”. Em sétimo, todas elas “se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas”.

Há seis pontos de diferença entre elas. Em primeiro lugar, cinco delas eram “prudentes” e cinco delas eram “loucas”. Segundo, as prudentes “levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas” (versículo 4), mas as loucas não o fizeram. Em terceiro lugar, no momento crucial as virgens loucas tiveram que reconhecer “as nossas lâmpadas (lenta, mas certamente) se apagam” (versículo 8, parte final). Em quarto lugar, as virgens loucas “foram comprar” óleo (versículo 10), as prudentes não tinham necessidade de fazê-lo. Em quinto lugar, as prudentes foram fechadas com o Noivo, mas as loucas foram excluídas (versículo 10). Sexto, as virgens loucas foram repudiadas pelo Senhor (vv. 11-12).

Comentando sobre o supracitado, nosso amigo pontuou que: “Há uma certa classe hoje que não difere dos filhos de Deus quanto ao seu testemunho: sua pureza, sua ortodoxia, sua sinceridade. Estes não são Espíritas, Russellitas, ou as filhas da Mãe das Prostituições, mas “virgens”. Doutrinariamente eles são puros. Elas são retratadas como indo adiante “ao encontro do Esposo”, não uma para o “deserto” e outra para o “interior da casa” (Mateus 24:26), em busca de um falso Cristo. O Objeto de seu serviço era a mesma Pessoa com quem as virgens prudentes estavam ocupadas. O ponto vital em sua “loucura” não era que elas “tosquenejaram e adormeceram”, mas que não tinham azeite em suas VASILHAS. O seu óleo estava nas “lâmpadas”, o testemunho ou doutrina, mas nenhum nas suas vasilhas ou almas”.

O [texto] acima impressionou o editor mais uma vez com a grande importância de certificar-se individualmente se há óleo na minha vasilha: a “vasilha” é a alma, o “óleo” é graça Divina nela. Qualquer que seja o significado preciso do “Aí vem o esposo”, se isso se refere à hora da morte, ao “retorno pré-milenial de Cristo”, ou ao Dia do Julgamento, uma coisa é clara: Balaão tinha óleo em sua “lâmpada”, como também teve Judas quando Cristo enviou-o com os outros Apóstolos a “pregar” (Mateus 10:5-7), mas seus corações estavam privados da graça salvadora de Deus! Que terrível descoberta para as virgens loucas fazerem: “as nossas lâmpadas se apagam”, uma descoberta feita tarde demais para fazer-lhes algum bem.

Esta parábola das “virgens” é uma, de fato, profunda e solene. Ela tem profundamente exercitado muitas almas sinceras. Isso tem provocado não poucos santos genuínos a indagar se, afinal, a “raiz da questão” estava neles. Ela tem dado real apontamento à exortação: “Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos” (2 Coríntios 13:5). Por outro lado, um grande número de cristãos professos é bastante insensível à sua severa mensagem, complacentemente assumindo que eles estão contados entre as virgens “prudentes”, e não tendo nenhuma preocupação para buscar a prova de que o óleo está em suas vasilhas. O mais estranho de tudo, talvez, algumas das pessoas do próprio Senhor mal sabem como definir a averiguação do seu estado, e são tão desconfiados de si mesmos, que eles prontamente concluem que as suas vasilhas estão desprovidas de óleo vital.

A passagem chave para o significado desta figura bíblica é: “o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros” (Salmos 45:7), onde a referência é ao Mediador, pois Deus “não lhe dá o Espírito por medida” (João 3:34); em consequência, portanto, Ele é “mais formoso do que os filhos dos homens; a graça se derramou em teus lábios” (salmos 45:2). O santo “óleo” foi derramado pela primeira vez sobre o antitípico Arão, e então desce para todas a “orla das suas vestes” (Salmos 133:2), ou seja, para os Cristãos mais medianos e débeis. Assim como o dedinho ou dedo do pé é animado pela mesma vida e vitalidade que atua na cabeça e no coração de uma pessoa, desta forma, cada Cristão é vitalizado pelo mesmo Espírito que foi dado a Cristo, o Cabeça. Como o Espírito santificou a natureza humana de Cristo, suprindo-o e enriquecendo-o com toda a graça, assim a Sua graça é comunicada para todos os Seus membros.

O “óleo”, então, nas vasilhas das virgens prudentes se refere à vida do Espírito na alma de um Cristão. É a presença da Divina graça no coração, em contraste ao conhecimento na cabeça ou exatidão da conduta exterior, que distingue o possuidor real do professante vazio. Quão importante, então, é que não poupemos esforços para averiguar se a graça Divina reside em nós ou não! Ainda neste exato ponto, os Cristãos encontram uma dificuldade real: como eles, honesta e diligentemente, olham para o interior, percebem tal mar de corrupção, sempre lançando lama e sujeira, eles são muito angustiados, e prontos a concluírem que a graça Divina certamente não pode estar presente em corações tais como os deles. Mas isso é um erro grave; como o óleo genuíno é distinto de falsificações por suas propriedades, assim a graça na alma pode ser conhecida por suas características e efeitos.

Entretanto a alma exercitada deve começar sua busca pela graça que habita com ela definitivamente enraizada em sua mente, pois, em cada coração onde reside a graça também há um oceano de pecado, e assim como água e óleo não se misturam, mas continuam a preservar as suas propriedades distintas, mesmo quando colocados juntos na mesma vasilha, assim a carne e o espírito não se misturam no Cristão, mas permanecem em oposição um ao outro até o fim. Admitindo, então, um mar de depravação interior, meu objetivo é descobrir se há algum “óleo” em absoluto, o qual as afluências do pecado não são capazes de destruir. Quando vejo fumaça, devo inferir fogo (não obstante oscilante), e se eu puder discernir em meu coração alguma graça espiritual (não obstante fraca) devo inferir a habitação do Espírito Santo.

Não fique excessivamente desanimado, então, caro amigo Cristão, porque você descobre tanta água suja na sua “vasilha” (o editor descobre o mesmo), mas sim limite a sua atenção em procurar o “óleo” dentro de você, e lembre-se que a presença do mesmo deve ser determinada por suas propriedades e efeitos. Vamos nomear alguns deles. Em primeiro lugar, óleo ilumina, assim, são os cegos Laodicenses convidados para ir a Cristo buscar colírio (óleo de unção) para que eles pudessem ver (Apocalipse 3:18). Agora, onde a graça Divina foi concedida esta alma é iluminada. É verdade, diz um leitor sério, mas o ponto que me preocupa tanto é: É a minha iluminação espiritual e sobrenatural, ou simplesmente uma natural e intelectual, adquirida pela mente sendo instruída através do assentar-se sob a sã doutrina? Aqueles mencionados em Hebreus 6:4 foram “uma vez iluminados”, mas nenhuma obra salvífica de graça havia sido forjada neles!

Alguns dos nossos leitores podem ser totalmente estranhos a todas essas experiências angustiantes, e perguntam por que qualquer Cristão verdadeiro deve pôr em questão o caráter exato da iluminação dele ou dela, preocupando-se não de todo, se a sua iluminação é natural ou sobrenatural. Pobres almas, é muito receoso que um despertamento severo os aguarda de seu sono induzido por Satanás. Mas o que diremos para aqueles que estão despertos e profundamente preocupados com os seus interesses eternos? Como são certos para determinar a questão? Nós respondemos, teste o ponto. Não havia um momento em que você “não viu nenhuma beleza em Cristo para que você pudesse desejá-lO?”. É assim com você agora? Ou será que Ele se tornou aos seus olhos o Único “totalmente dessejável”? Você pode estar com medo de chamá-lO seu, mas se o seu coração realmente anseia por Ele, então você deve ter sido espiritualmente iluminado, o “óleo” está em sua vasilha.

Em segundo lugar, o óleo suaviza. O óleo era muito utilizado pelos antigos para fins medicinais, e nós, os modernos podemos muito seguir o exemplo de seus livros. Ele vai derreter a cera endurecida no ouvido, amacia um joanete calejado. É muito útil para os tumores: repetidas aplicações amolecem, em seguida, fazendo estourar, e depois curam. Assim, é na operação do Espírito Santo. Ele encontra os eleitos duros e obstinados por natureza, e inchados com orgulho e presunção, mas a graça Divina os suaviza, derretendo os seus duros corações, estourando os tumores de justiça própria, e proporcionando um espírito contrito. “E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne” (Ezequiel 36:26).

 

Quando a graça Divina tem sido concedida, o coração é sobrenaturalmente suavizado. Mas aqui a alma sincera experimenta maior dificuldade, e está pronta a exclamar enfaticamente: Então eu ainda devo estar em um estado não regenerado, pois meu coração é “tão duro quanto pedra de moinho”. Espere um momento, caro amigo, e teste o assunto. Quais são as marcas de um “coração duro”, como apresentadas na Escritura? Não estão eles em uma total ausência de uma percepção sensível da excessiva malignidade do pecado, uma absoluta despreocupação se Deus está satisfeito ou insatisfeito com a minha conduta, não me entristeço em segredo quando Cristo foi desonrado por mim? Isso é verdade sobre vocês, que são tão prontos para concluir que estão em um estado natural? Se não for, se o pecado é o seu fardo e sua alma se entristece com a sua falta de conformidade com Cristo, então o seu coração deve ter sido espiritualmente suavizado. O “óleo” está na sua vasilha.

Em terceiro lugar, o óleo cura. Assim, encontramos o grande Médico, sob a figura do bom samaritano, tendo compaixão do viajante assaltado, ligando-lhe as feridas e “deitando-lhes azeite e vinho” (Lucas 10: 34); e Ele ainda está cuidando assim do seu povo através do gracioso ministério do Espírito. Quantas vezes o bendito Consolador aplica “o bálsamo de Gileade” no povo de Deus afligido pelo pecado. Que horríveis contusões e podres chagas o pecado e Satanás infligem sobre as almas dos santos, mas quão frequente e ternamente o Espírito os acalma e alivia. Primeiro, Ele opera arrependimento no coração, que é uma graça purgatória, levando embora o imundo e venenoso amor ao pecado, e depois, Ele fortalece a esperança, que é uma graça reconfortante para que a alegria do Senhor, mais uma vez torne-se a sua força. A Divina graça remove a carga de culpa da consciência, aplica o tônico das promessas, e dá ao peregrino cansado um erguer-se pelo caminho, “pondo-o sobre o seu animal” (Lucas 10:34).

Aqui, então, há outra propriedade e efeito da graça Divina: ela cura a alma. Podemos imaginar algum leitor temeroso exclamando: Ai, isto corta a minha esperança, pois não há solidez em mim. Ouça, meu querido amigo, nenhum Cristão está completa e perfeitamente curado da doença do pecado nesta vida, mas ele é liberto dos mais temíveis efeitos fatais dele, e é neste ponto que você deve examinar a si mesmo. Quais são as piores coisas que a Queda produziu no homem? A inimizade contra Deus, o amor ao pecado e a idolatria de si mesmo. Teste-se por essas coisas. Você ainda odeia a Deus? Se assim for, você lamentaria porque O ama tão debilmente!? Você ainda ama o pecado? Se assim for, por que você sofre com as operações dele!? O eu é agora seu ídolo? Se assim for, por que você, às vezes, contraria a si mesmo!? O pecado não foi erradicado, mas suas feridas estão sendo curadas. O “óleo” está em sua vasilha.

O espaço limitado agora à nossa disposição nos impede de fazer mais do que apenas mencionar uma quantidade de outras características. O óleo faz as articulações flexíveis e ágeis, e, portanto, foi muito utilizado por atletas; assim, a graça habilita o Cristão a “servir em novidade de espírito” (Romanos 7:6) e correr a carreira a ele proposta. É uma coisa excelente para aqueles que têm as articulações rígidas, pois penetra até os ossos (Salmos 109:18). Isso torna o rosto fresco e reluzente (Salmos 104:15): o que é mais atrativo ao olho espiritual do que um caráter gracioso. Isto adoça nossas pessoas, a fim de que sejamos para Deus um “bom perfume de Cristo” (2 Coríntios. 2:15), ao passo que os ímpios são uma “fumaça em suas narinas” (Isaías 65:5). Isto alegra, e, assim, lemos sobre “o óleo da alegria” (Isaías 61:3): o coração está alegre quando a graça está ativa. É uma ajuda para a digestão, por isso, apenas enquanto a graça é ativa dentro de nós, podemos assimilar o nosso alimento espiritual.

Óleo e água não se misturarão: o velho homem não é superado pelo novo, nem é o novo corrompido pelo velho. O óleo não pode afundar sob a água, mas sempre flutua em cima, assim a graça no crente é indestrutível, e no final será visto que ela triunfou plenamente sobre o pecado. O óleo é um líquido supereminente, pois não irá incorporar-se com qualquer coisa mais leve; ele terá o lugar mais elevado acima de todos os outros líquidos. Assim, as graças do Espírito são de caráter superior, tão mais acima dos dons naturais como as bênçãos espirituais excedem as coisas terrenas. O óleo acalma as águas turbulentas, dando alívio a um navio em uma tempestade: assim a graça muitas vezes subjuga as operações turbulentas do pecado. Que bendita promessa é aquela no Salmo 92:10: “Porém tu exaltarás o meu poder, como o do boi selvagem. Serei ungido com óleo fresco”: novos suprimentos de graça, benditos reavivamentos são concedidos ao provado povo de Deus. Sim, há “azeite na casa” das virgens “sábias” (Provérbios 21: 20). O Senhor se agrade em acrescentar Suas bênçãos a esta pequena meditação.

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Obs: Este pequeno artigo não é feito para a pesquisa e exposição de mestres vãos, mas para formação e consolo dos “vivos em Jerusalém”. Se estes últimos, em oração, relerem estes parágrafos e honestamente medirem-se pelo seu conteúdo, eles devem ser capazes de “provar” a si mesmos (2 Coríntios. 13:5). Não é a ausência de pecado, nem a diminuição de seu poder interior, o que evidencia a regeneração, mas a presença de um princípio contrário e sagrado, que é conhecido por seus anseios e esforços espirituais.

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Originalmente editado por Emmett O’Donnell pela Mt. Zion Publications, um ministério de Mt. Zion Bible Church, 2603 West Wright St., Pensacola, FL 32505. www.mountzion.org.