❝ Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. ❞ (Romanos 8:2)
Nós, por natureza e prática, somos escravos do pecado e de Satanás. Somos usados pelo príncipe das potestades do ar, que nos mantém cativos à sua vontade. Também somos escravos de muitas concupiscências nocivas; ou, se livres de pecado grosseiro, somos escravos do orgulho, da cobiça ou da justiça própria. Talvez algum ídolo esteja erguido nos recintos de imagens que contaminam todo o homem interior; ou alguma armadilha de Satanás prende os nossos pés, e nós como escravos, não conseguimos nos libertar dessa cruel servidão. Gememos sob ele, como os filhos de Israel sob os seus fardos, mas, como os tais, não temos poder de nos livrar.
Contudo, mais cedo ou mais tarde, a verdade vem em nosso auxílio; a verdade como é em Jesus vem para resgatar a oprimida família de Deus; o bendito Espírito o revela e sela no coração com um poder divino. Então, sob as Suas graciosas influências, eles creem na verdade, e sentem seu poder no coração, uma influência libertadora é comunicada; seus grilhões e algemas são soltos; o cativeiro do pecado e de Satanás, e o poder e a força do mal são sensivelmente quebrados, e uma medida de liberdade santa é desfrutada. Não há outra maneira de escapar da escravidão da lei, senão pela aplicação do Evangelho e por crermos no que o Evangelho revela.
Como a verdade vem ao coração como a própria palavra do Deus vivo, o poder vem com ela para que creiamos; a fé é operada para que possamos dar crédito ao testemunho; e quando a fé começa a crer na verdade de Deus e a receber esperança e amor, há um senso do desatar dos laços; e então as correntes e grilhões caem. Ocorre na alma o que aconteceu com Pedro na prisão – quando o anjo chegou, e uma luz brilhou na prisão, e as palavras do anjo chegaram aos seus ouvidos, “caíram-lhe das mãos as cadeias” [Atos 12]. Não restava nada para impedir a sua saída; pois a “porta de ferro, que dá para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma”.
Assim, não importa quais sejam as cadeias ou grilhões que prendam a alma, quando o anjo da misericórdia vem, e a mensagem da salvação é revelada, as correntes da incredulidade caem, o portão de ferro da dureza se abre, e a verdade torna a alma abençoadamente livre (João 8:32).
Sobre o autor
J.C. Philpot
Joseph Charles Philpot (1802–1869) era conhecido como “o Separatista”. Foi um pastor, teólogo, escritor e editor. Ele se demitiu da Igreja da Inglaterra em 1835 e tornou-se um batista estrito e particular. Enquanto estava na Igreja da Inglaterra, foi um membro do Worchester College, em Oxford, e parecia ter uma carreira acadêmica brilhante. A carta que enviou para o reitor afirmando suas razões para deixar a Igreja da Inglaterra foi publicada e teve várias edições. Após isso ele se tornou um batista estrito e particular, e foi batizado por John Warburton em Allington (Wilts). O resto de sua vida foi gasto ministrando entre os batistas estritos. Por 26 anos, teve um pastorado conjunto em Stamford (Lines) e Oakham (Rutland). Além disso, por mais de 20 anos, foi editor de “The Gospel Standard”, onde muitos de seus sermões apareceram pela primeira vez.
“Meu desejo é exaltar a graça de Deus, proclamar a salvação através de Jesus Cristo somente; declarar a condição pecaminosa, miserável e desesperada do homem em seu estado natural; descrever a experiência vívida dos filhos de Deus em suas aflições, tentações, tristezas, consolações e bênçãos.” — J.C. Philpot