❝A piedade para tudo é proveitosa❞ (1 Timóteo 4:8)
O que significa ser “proveitosa”? Eu posso defini-lo em uma frase curta: ela faz bem à alma. A “piedade” é proveitosa para todas as coisas, fazendo bem à alma em todas as circunstâncias. Aqui ela se destaca e é separada de toda natureza mundana. Aqui se distingue do “exercício físico que para pouco se aproveita”. “A piedade para tudo é proveitosa”: Na doença, na saúde; no sol, na tempestade; sobre o monte, no vale; em qualquer circunstância que o filho de Deus possa estar, a “piedade” ou melhor, o “exercício” da piedade é proveitoso. E ela é estimulada por essas circunstâncias. Ela vive diante das provações; é fortalecida pela oposição; torna-se vitoriosa pela derrota; vence apesar de todos os inimigos. “Enfrenta cada tempestades e, por fim, vive”.
A piedade não morre como “exercício corporal”; não floresce e desaparece em uma hora; não é como a aboboreira de Jonas que cresceu e murchou em uma noite; não deixa a alma nos horrores do desespero quando mais precisa de consolo; não é um amigo falso e inconstante que vira as costas nos dias escuros e nublados da adversidade. É “um amigo que ama em todos os momentos”, pois o Autor dela “é mais chegado do que um irmão”.
A piedade permanece em um leito de enfermidade quando o corpo é atormentado pela dor; pode entrar numa masmorra, como aconteceu com Paulo e Silas quando seus pés estavam acorrentados; pode ir e foi com mártires ao madeiro; acalma o travesseiro da morte; leva a alma para a eternidade; e, portanto, “para tudo é proveitosa”. É um amigo constante; um companheiro abençoado; a vida da alma; a saúde do coração; sim, “Cristo em vós, a esperança da glória”. É a própria obra de Deus, a própria graça de Deus, o próprio Espírito de Deus, a própria vida de Deus, o próprio poder de Deus, os lidares de Deus que culminam na própria bem-aventurança de Deus; e, portanto, “para tudo é proveitosa”.
Sobre o autor
J.C. Philpot
Joseph Charles Philpot (1802–1869) era conhecido como “o Separatista”. Foi um pastor, teólogo, escritor e editor. Ele se demitiu da Igreja da Inglaterra em 1835 e tornou-se um batista estrito e particular. Enquanto estava na Igreja da Inglaterra, foi um membro do Worchester College, em Oxford, e parecia ter uma carreira acadêmica brilhante. A carta que enviou para o reitor afirmando suas razões para deixar a Igreja da Inglaterra foi publicada e teve várias edições. Após isso ele se tornou um batista estrito e particular, e foi batizado por John Warburton em Allington (Wilts). O resto de sua vida foi gasto ministrando entre os batistas estritos. Por 26 anos, teve um pastorado conjunto em Stamford (Lines) e Oakham (Rutland). Além disso, por mais de 20 anos, foi editor de “The Gospel Standard”, onde muitos de seus sermões apareceram pela primeira vez.
“Meu desejo é exaltar a graça de Deus, proclamar a salvação através de Jesus Cristo somente; declarar a condição pecaminosa, miserável e desesperada do homem em seu estado natural; descrever a experiência vívida dos filhos de Deus em suas aflições, tentações, tristezas, consolações e bênçãos.” — J.C. Philpot