❝ E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho.❞ (1 João 5:11)
Quantas vezes estamos olhando e procurando em vão a vida em nós mesmos. É verdade que se Deus vivificou as nossas almas, somos participantes da vida divina, da vida espiritual, da vida eterna, da vida que está em Cristo e vem de Cristo; e, no entanto, com que frequência procuramos em vão encontrá-la pulsante em nossos seios. Se uma vez dada, nunca morre; porém, muitas vezes, ela está escondida sob as cinzas e, embora se queime lentamente e brilhe vagamente, as cinzas a escondem da vista, e só sabemos que está lá por alguns restos de calor. “Vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Colossenses 3:3); e, portanto, não apenas escondida, mas guardada em segurança em Deus, ainda que oculta do mundo e até mesmo escondida dos olhos de seu possuidor.
Cristo é a nossa vida. Não há outro. Olhar, pois, para a vida em nós, independente e distinta da fonte da vida, é procurar na criatura aquilo que está no divino Criador, é procurar no homem o que habita no Deus-homem; procurar em si mesmo aquilo que está fora de si, escondido na plenitude do Filho de Deus.
E não é meramente que a vida está Jesus, mas Ele é a própria vida. Como o sol não tem apenas luz e calor, mas é a própria luz e calor em si, o bendito Senhor não apenas concede a vida, mas Ele concede a Si mesmo. Como uma fonte não apenas dá água, mas é ela mesma toda a água, assim Cristo não apenas dá o que Ele é, mas Ele é tudo o que dá. Portanto, Ele não é apenas a “ressurreição”, centrando em Si tudo, tanto para o tempo como para a eternidade, que a ressurreição contém e o que a ressurreição implica, mas Ele é “a vida”, sendo a fonte da vida, da qual Ele dá de Sua própria plenitude aos membros de Seu corpo místico.
Sobre o autor
J.C. Philpot
Joseph Charles Philpot (1802–1869) era conhecido como “o Separatista”. Foi um pastor, teólogo, escritor e editor. Ele se demitiu da Igreja da Inglaterra em 1835 e tornou-se um batista estrito e particular. Enquanto estava na Igreja da Inglaterra, foi um membro do Worchester College, em Oxford, e parecia ter uma carreira acadêmica brilhante. A carta que enviou para o reitor afirmando suas razões para deixar a Igreja da Inglaterra foi publicada e teve várias edições. Após isso ele se tornou um batista estrito e particular, e foi batizado por John Warburton em Allington (Wilts). O resto de sua vida foi gasto ministrando entre os batistas estritos. Por 26 anos, teve um pastorado conjunto em Stamford (Lines) e Oakham (Rutland). Além disso, por mais de 20 anos, foi editor de “The Gospel Standard”, onde muitos de seus sermões apareceram pela primeira vez.
“Meu desejo é exaltar a graça de Deus, proclamar a salvação através de Jesus Cristo somente; declarar a condição pecaminosa, miserável e desesperada do homem em seu estado natural; descrever a experiência vívida dos filhos de Deus em suas aflições, tentações, tristezas, consolações e bênçãos.” — J.C. Philpot