❝Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.❞ (João 4:10)
Não podemos conhecer a natureza do dom de Deus, embora possamos conhecer a nossa necessidade dele, até que experimentemos seu poder revelado e derramado em nossa alma. Só podemos conhecer o dom de Deus em alguma medida quando sentirmos a vida eterna fluindo através de nossas veias espirituais. Como eu sei que estou vivo naturalmente? A minha participação na vida natural não é conhecida por uma consciência interna de que a possuo? Eu sei que vivo, porque sinto que vivo. E assim, se tivermos vida espiritual, haverá, de tempos em tempos, uma consciência interna de que a temos; nós sentiremos o coração espiritual bater, os pulmões espirituais respirarem, os olhos espirituais enxergarem e os ouvidos espirituais ouvirem — em uma palavra, nós estaremos internamente conscientes das emoções e sensações que são peculiares à vida de Deus na alma. A vida espiritual será vista em sua própria luz, sentida em seu próprio poder e resplandecerá em seu próprio testemunho.
O pouco que conhecemos (e na verdade por mais que saibamos isso ainda é pouco) nos faz desejar mais disso. Se alguma vez recebemos “o dom de Deus” em nossa consciência; se alguma vez sentimos a misteriosa operação da vida divina em nossos corações; se alguma vez conhecemos as doces emoções e sensações peculiares pelas quais essas coisas se manifestam, então estas coisas fizeram com que as outras religiões moressem para nós; e assim que uma medida da vida divina flui para o coração a partir da plenitude do Filho de Deus, não queremos outra religião senão a permanece no poder de Deus; somente podemos viver por meio do dom de Deus e só por ele sentimos que podemos morrer.
Sobre o autor
J.C. Philpot
Joseph Charles Philpot (1802–1869) era conhecido como “o Separatista”. Foi um pastor, teólogo, escritor e editor. Ele se demitiu da Igreja da Inglaterra em 1835 e tornou-se um batista estrito e particular. Enquanto estava na Igreja da Inglaterra, foi um membro do Worchester College, em Oxford, e parecia ter uma carreira acadêmica brilhante. A carta que enviou para o reitor afirmando suas razões para deixar a Igreja da Inglaterra foi publicada e teve várias edições. Após isso ele se tornou um batista estrito e particular, e foi batizado por John Warburton em Allington (Wilts). O resto de sua vida foi gasto ministrando entre os batistas estritos. Por 26 anos, teve um pastorado conjunto em Stamford (Lines) e Oakham (Rutland). Além disso, por mais de 20 anos, foi editor de “The Gospel Standard”, onde muitos de seus sermões apareceram pela primeira vez.
“Meu desejo é exaltar a graça de Deus, proclamar a salvação através de Jesus Cristo somente; declarar a condição pecaminosa, miserável e desesperada do homem em seu estado natural; descrever a experiência vívida dos filhos de Deus em suas aflições, tentações, tristezas, consolações e bênçãos.” — J.C. Philpot