❝No teu nome e na tua memória está o desejo da nossa alma.❞ (Isaías 26:8)
Quão doce e expressiva é a frase: “O desejo da nossa alma”! Como parece elevar nossos sentimentos! Como parece descrever os anseios e declarações de uma alma na qual Deus soprou o espírito de graça e misericórdia! “O desejo da nossa alma” — o motivo dos suspiros de nosso coração, o anseio mais ínitmo de nosso ser; o clamor, o desejo de nossa nova natureza; os ânimos, os suspiros, os olhares, os anelos do novo homem, pela graça — tudo se expressa naquelas doces e abençoadas palavras: “O desejo de nossa alma!”. E que misericórdia é que sempre haja em nós “o desejo” de uma alma viva; que, embora os lidares de Deus sejam dolorosos e severos, contrariando tudo o que a natureza ama; no entanto, com tudo isso, deve ser derramada no coração aquela misericórdia, amor e graça que atrai o desejo da alma para o Nome de Deus.
Isto é expresso nas palavras que seguem: “Com a minha alma te desejei de noite!”. Se você não pode dizer mais nada sobre o trabalho da graça em seu coração do que isso — você pode realmente usar essas palavras como descritivo dos sentimentos experimentados internamente, “Com a minha alma eu te desejei à noite”? Sua alma anseia pelo Senhor Jesus Cristo? Ela está sempre na noite anelando pela manifestação de Sua presença? Faminto e sedento por alguma palavra de Seus lábios, por algum doce sussurro de Seu amor à sua alma? Estas são marcas da graça. O carnal, o não regenerado, o ímpio, não tem desejos e sentimentos como esses; não há nada em seu coração correspondente ao “desejo da alma” ao Nome de Deus. Mas esse é o caso de todos os justos, porque “o desejo do justo será satisfeito”.
Sobre o autor
J.C. Philpot
Joseph Charles Philpot (1802–1869) era conhecido como “o Separatista”. Foi um pastor, teólogo, escritor e editor. Ele se demitiu da Igreja da Inglaterra em 1835 e tornou-se um batista estrito e particular. Enquanto estava na Igreja da Inglaterra, foi um membro do Worchester College, em Oxford, e parecia ter uma carreira acadêmica brilhante. A carta que enviou para o reitor afirmando suas razões para deixar a Igreja da Inglaterra foi publicada e teve várias edições. Após isso ele se tornou um batista estrito e particular, e foi batizado por John Warburton em Allington (Wilts). O resto de sua vida foi gasto ministrando entre os batistas estritos. Por 26 anos, teve um pastorado conjunto em Stamford (Lines) e Oakham (Rutland). Além disso, por mais de 20 anos, foi editor de “The Gospel Standard”, onde muitos de seus sermões apareceram pela primeira vez.
“Meu desejo é exaltar a graça de Deus, proclamar a salvação através de Jesus Cristo somente; declarar a condição pecaminosa, miserável e desesperada do homem em seu estado natural; descrever a experiência vívida dos filhos de Deus em suas aflições, tentações, tristezas, consolações e bênçãos.” — J.C. Philpot