Uma das declarações mais importantes da Escrituras sobre os atributos de Deus é: “Deus é amor” (1 João 4:8), e é através do Seu amor pelos pecadores indignos que Ele recebe a maior glória para Si mesmo. Ao longo de toda a eternidade, Deus será adorado por Seu amor incondicional para com Seu povo. É crucial entender que o Deus que faz tudo para a Sua própria glória escolheu obter essa glória através de amar o Seu povo e dar Seu Filho para sua salvação. É uma grande alegria e consolo saber que o Deus que salva o Seu povo por amor do Seu nome é o mesmo que os salva por causa de Seu amor. Um amor que está além de nossa compreensão e linguagem.
James Montgomery Boice escreve: “Agostinho uma vez chamou a cruz de ‘um púlpito’ a partir do qual Cristo pregou o amor de Deus pelo mundo” (Foundations of the Christian Faith [“Fundamentos da Fé Cristã”], p. 332).
É extremamente importante entender que a vinda do Filho para salvar os pecadores estava em perfeito acordo com a vontade de Deus Pai. Nunca devemos pensar sobre o Pai como um Deus irado que deseja a morte do ímpio. Também não devemos pensar na obra salvífica do Filho como algo feito de forma independente do Pai, a fim de salvar-nos dEle. Segundo as Escrituras, foi o Pai, que tanto amou o mundo que Ele enviou Seu Filho, não para condenar o mundo, mas para que por Ele o mundo seja salvo (João 3:16-17). A obra salvífica do Filho é a obra salvífica do Pai. O amor do Filho pelos pecadores é o reflexo perfeito do amor do Pai por eles.
Charles Spurgeon escreve: “Jesus Cristo é o Salvador; mas não mais do que Deus, o Pai… Algumas pessoas que são ignorantes do sistema da verdade Divina pensam em Deus, o Pai, como sendo um grande Ser cheio de ira, e fúria, e justiça, mas não tendo nenhum amor… Ora, nada pode ser mais incorreto do que tais opiniões. É verdade que o Filho me redime, mas, então, o Pai deu o Filho para morrer por mim, e o Pai me escolheu na eleição eterna de Sua graça. O Pai apaga o meu pecado, o Pai me aceita e me adota em Sua família por meio de Cristo. O Filho não poderia salvar sem o Pai mais do que o Pai sem o Filho…” (NPS [New Park Street Pulpit: Púlpito De New Park Street], Vol. 3, p. 66).
Novamente Charles Spurgeon escreve: “É verdade que Jesus apartou-Se das glórias do céu, das felicidades da bem-aventurança, e voluntariamente desceu para o desprezo, vergonha e zombaria deste mundo inferior. Mas, ainda assim, Seu Pai teve uma parte nisso. Ele entregou o Seu Filho unigênito; Ele não me negou o Querido do Seu seio, mas deu o Seu Amado, e enviou-O para baixo com mensagens de amor ao homem. Jesus Cristo veio voluntariamente, mas ainda assim, Ele veio pela nomeação e envio de Seu Pai” (NPS, Vol. 6, p. 125).
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O Amor De Deus Manifestado
O que é o amor de Deus? É aquele atributo Divino que O move livre e altruisticamente a dar a Si mesmo a outros para o seu benefício ou bem. As Escrituras nos ensinam que o amor de Deus é muito mais do que uma atitude, emoção ou obra. É um atributo de Deus, faz parte do Seu próprio Ser ou natureza. Deus não somente ama, mas Ele é amor. Ele é a própria essência do que é o amor verdadeiro e todo amor verdadeiro flui dEle como a sua fonte última.
A altura, profundidade e largura do amor de Deus estão além do entendimento das maiores e mais perspicazes criaturas. Seria mais fácil contar todas as estrelas no Céu ou cada grão de areia sobre a terra do que medir ou mesmo tentar descrever o amor de Deus. As Escrituras ensinam que o amor de Deus se manifesta a todas as Suas criaturas em um número quase infinito de maneiras. No entanto, há uma manifestação do amor Divino que supera todas estas: Sua doação de Seu Filho unigênito para a salvação de uma humanidade pecadora e rebelde! Sem dúvida ou disputa, esta é a maior obra do amor Divino!
John Flavel escreve: “O dom de Cristo é a manifestação mais elevada e mais plena do amor de Deus pelos pecadores, do que alguma vez foi feito desde a eternidade para eles” (Obras, Vol. 1, p. 64).
Archibald Hall escreve: “Estas circunstâncias muito deploráveis de culpa e perdição, nas quais nos mergulhamos, por pecarmos contra Deus, deu ocasião para que a cena mais surpreendente da benevolência e misericórdia, que supera toda a expressão, e até mesmo o próprio pensamento é perdido em maravilha e alegria. Eis, que tipo de amor é esse que Deus demonstrou por nós! Ele amou o mundo, a ponto de dar o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” (Gospel Worship [Culto Evangélico], Vol. 2, p. 96-97).
1. Em 1 João 4:8 é encontrada uma das declarações mais importantes das Escrituras que diz respeito ao caráter de Deus: Deus é amor. Considere esta declaração cuidadosamente e, em seguida, explique o seu significado em suas próprias palavras. O que isso nos revela sobre o motivo por trás da obra salvadora de Deus em favor dos homens caídos? 2. De acordo com 1 João 4:9, qual é a maior manifestação do amor de Deus para com os homens pecadores? Como este texto prova que não foi o mérito do homem, mas o amor de Deus, que O levou a enviar o Seu Filho? |
Thomas Boston escreve: “O evangelho é uma respiração de amor e benevolência ao mundo da humanidade de pecadores” (Obras, Vol. 3, p. 564).
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Este é um excerto da obra “Uma Jornada no Evangelho“, por Paul David Washer.