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O Erro Daqueles que Rejeitam as Confissões de Fé Históricas

Eu escrevi “o erro” no meu título, mas o que eu queria dizer é “um dos erros daqueles que rejeitam…”, no entanto eu precisava de um título mais atraente. Então, um dos motivos para rejeitar as confissões de fé (que na minha humilde opinião é um erro) é a suposta irrelevância delas. O que um escrito que data de 4, 5 ou 15 séculos, produzido num contexto totalmente distante do nosso e que responde a perguntas que mais ninguém se faz pode ter de pertinente para a igreja atual, ou ainda pior, para a sociedade de hoje? Os problemas e peculiaridades do homem moderno precisam de respostas modernas.

Esse raciocínio repousa sobre um pressuposto arbitrário e — você adivinhou — errado. O homem atual não é diferente do homem do passado. É verdade que no aspecto técnico e tecnológico o homem moderno não é igual ao de antigamente (e outrossim, sem o conhecimento do passado, nós não teremos o conhecimento do presente). Mas as mudanças de cultura, de modos ou de valores não produzem alterações na essência do ser humano. Foi isso que um homem de outra época escreveu sobre o homem de todas as épocas:

O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós. Já não há lembrança das coisas que precederam, e das coisas que hão de ser também delas não haverá lembrança, entre os que hão de vir depois (Eclesiastes 1:9-11).

O homem de hoje não é mais civilizado nem mais bárbaro que o homem do passado. Sua civilidade e sua hostilidade são simplesmente acomodadas à sua cultura e aos seus costumes. Mas o homem de hoje é essencialmente tão pecador quanto era o homem de ontem.

Porém muito mais importante que essa realidade inerente ao ser humano é a imutabilidade divina: “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente” (Hebreus 13:8). Portanto, aí está a questão à qual os adversários do confessionalismo devem responder: Como pode um documento fixo que define, a partir de uma revelação fixa, uma realidade fixa em um vocabulário fixo ser ultrapassado? As confissões de fé não são obsoletas, mas acontece que alguns passaram por elas sem parar para comtemplar a verdade.

Como diz Carl Trueman em sua excelente obra The Creedal Imperative [O Imperativo Confessional] (p. 25-26): “No lugar de se perguntar se a história e a fé da igreja são pertinentes para nós, perguntemo-nos se a nossa história e a nossa fé são pertinentes para a igreja. Aparentemente, se nós rejeitamos a fé histórica da igreja, não teremos muita coisa para falar sobre Deus e sobre o homem”.

 

Tradução por Luciano Kennedy • Revisão por William Teixeira
Texto orignalmente postado no site UnHerautDansLe.Net • Traduzido e publicado com permissão.