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Uma Casa é Edificada pela Sabedoria: Conselhos para Pais a Partir de Provérbios 24:1-7

Deixe-me compartilhar um dos provérbios favoritos de meu pai. Ele cita regularmente, “assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te” (Deuteronômio 6:7).

Felizmente eu sou o filho de um pai que repetiu e seguiu essas instruções. Essa é uma das razões pelas quais amo Provérbios 24 — um capítulo que é valiosíssimo para os pais. Ele lista e explica algumas das prioridades e técnicas mais importantes de um pai sábio, e o adverte acerca das armadilhas a serem evitadas. Para o bem ou para o mal, todos os pais são construtores. A cada momento investido, um pai constrói algo. Portanto, a construção é o tema de Provérbios 24.

Não tenhas inveja dos homens malignos, nem desejes estar com eles. Porque o seu coração medita a rapina, e os seus lábios falam a malícia. Com a sabedoria se edifica a casa, e com o entendimento ela se estabelece; e pelo conhecimento se encherão as câmaras com todos os bens preciosos e agradáveis. O homem sábio é forte, e o homem de conhecimento consolida a força. Com conselhos prudentes tu farás a guerra; e há vitória na multidão dos conselheiros. A sabedoria é demasiadamente alta para o tolo, na porta não abrirá a sua boca (versículos 1-7).

Provérbios 24 é o último capítulo de Provérbios que Salomão escreveu (os capítulos restantes foram escritos pelos homens de Ezequias). Nesse capítulo, Salomão confronta duas questões. Primeiro, ele lida com os problemas da inveja e o desejo de um homem de ser aceito pelos outros homens. E segundo, ele desafia os homens a construírem suas famílias com sabedoria e conhecimento.

Salomão nos mostra seis técnicas do pai sábio:

    1. O pai sábio rejeita exemplos maus (vv. 1-2)
    2. Ele constrói com os materiais da sabedoria (v. 3)
    3. Ele estabelece sua casa com entendimento, (v. 3)
    4. Ele enche as câmaras da sua casa com riquezas preciosas e agradáveis ​​(v. 4)
    5. Ele procura o melhor conselho e é forte (vv. 5-6)
    6. Ele evita a tragédia de uma vida tola e irrelevante (v. 7)

Vamos levar algum tempo para considerar cada um desses princípios.

A Primeira Técnica

“Não tenhas inveja dos homens maus, nem desejes estar com eles; porque o coração deles inventa a violência, e os seus lábios falam de encrenca” (Provérbios 24:1-2).

Aqui encontramos a primeira técnica de um pai sábio.

Esses dois comandos objetivam diretamente o coração de um homem. O primeiro mandamento de Salomão (“não tenhas inveja dos homens maus”) confronta o pecado do descontentamento. A inveja é o oposto do contentamento. Ela é como um ácido de bateria em casa; descolore e corrói tudo com que entra em contato. Mas observe que Salomão aborda especificamente o problema da inveja que os homens maus têm. Ser muito conhecedor dos homens maus e o que eles têm é o primeiro passo para invejá-los. Essa é uma das razões pelas quais Paulo declara: “Eu quero que você seja sábio no que é bom e inocente no que é mal” (Romanos 16:19).

Podemos nos tornar muito conhecedores dos homens maus quando assistimos e lemos sobre eles. De certa forma, nós os estudamos. Nós vemos homens maus exibindo-se em revistas, sites e filmes. Às vezes, colocamos cartazes deles em nossas paredes. Outras vezes, sou pego de surpresa quando vejo cartazes de personalidades da mídia pendurados nas paredes dos quartos de crianças. Quando os vemos e contemplamos suas vidas, nos familiarizamos com eles. Então ficamos confortáveis e simpatizamos com eles, e inventamos desculpas para eles. Então eles se tornam nossos amigos. Nesse ponto, é natural que nos comparemos a eles e acabemos querendo ser como os homens maus. E se vamos ser como eles, então devemos ter o que eles têm.

Talvez este problema de inveja revele um aspecto do aviso de Paulo à igreja filipense: “…para que se provem irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus acima de qualquer censura, no meio de uma geração perversa e pervertida, entre os quais aparecem como luzes no mundo” (Filipenses 2:15).

Nossa contemplação de personagens inconvenientes pode facilmente nos levar à cobiça. Portanto, atentemos para a exortação do Senhor Jesus: “Eis que vos envio como ovelhas no meio dos lobos; assim sejam astutos como as serpentes e inocentes como as pombas” (Mateus 10:16).

A contemplação de pessoas que são “lobos” muitas vezes incita o monstro verde da inveja; nossa inveja fica ainda mais inflamada quando continuamos a focar nossa atenção neles. Nós sempre nos interessamos pelas coisas para as quais damos nossa atenção. Se quisermos obedecer ao mandamento de Jesus, devemos evitar contemplar, ler e pesquisar muitas coisas. Se não o fizermos, nosso conhecimento deles pode incitar em nós o desejo de ser como eles.

Tudo isso faz parte de viver uma vida de “inocência” bíblica.

O segundo comando (“Não desejem estar com eles”) também aborda o coração. Ele enfatiza nossos desejos mais íntimos. Salomão começa com o coração, onde toda a santidade começa, e muitas vezes termina. Se desejamos estar com os homens maus, iremos nos voltar para canais de mídia onde podemos encontrá-los.

Vivemos em um mundo onde podemos estar com pessoas más ao dar um clique ou apertar um botão. Quando nos conectamos com essas pessoas dessa maneira, nós as colocamos em nossas mentes, corações e talvez até em nossos lares. Nosso desejo de “estar com eles” através dos meios da tecnologia moderna os traz primeiro para nossas vidas e depois para as vidas de nossos filhos.

Está claro nesta passagem da Escritura que os cristãos não devem “estar com” celebridades más. Eles não são dignos do nosso olhar ou contemplação. A mensagem? Não faça heróis dos homens e mulheres maus, espiritualmente fracos, moralmente decadentes, infernais e não heroicos desta época. Não deseje estar com eles. Não procure a companhia deles através da tela da televisão ou do computador. Não deseje se divertir com eles. Não mostre apreço por eles. O homem piedoso quer estar com os ímpios ou como os ímpios. Ele tem modelos diferentes. Ele não os assiste, não bate palmas nem ri com eles. O homem piedoso não quer nada da maldade.

Então, há esperança para nós se falharmos? E se estivéssemos com os ímpios deste mundo? E se nós cantamos suas músicas? E se nós memorizássemos suas estatísticas, soubéssemos suas imagens, apreciássemos seus estilos e estudássemos suas atividades? O que fazemos se estivermos com homens e mulheres maus?

Primeiro, devemos confessar a nós mesmos e a Deus a realidade da situação. A palavra “confessar” significa “dizer a mesma coisa”. Assim, a confissão cristã significa que dizemos a mesma coisa que Deus diz sobre uma ação ou uma situação. Se dissermos que algo não é pecado quando realmente é pecado, contradizemos Deus. Em vez disso, devemos abraçar o que Deus diz sobre as coisas; devemos “confessar” sua perspectiva.

Em segundo lugar, devemos renunciar ao nosso pecado e fugir de sua influência.

Terceiro, devemos transformar nossas mentes e santificar nossos desejos. São os nossos desejos que precisam mudar. No centro de nosso ser está a força motriz de nossas afeições. Essas afeições são a raiz de nossos desejos, e é o poder dominante desses desejos que nos colocam em problemas.

Por esta razão, a luta será ganha ou perdida no campo de batalha de nossas afeições. Se desejamos estar com os ímpios, perderemos a batalha. Nossa batalha com os desejos dominantes é onde vamos ganhar ou perder nossa sabedoria.

Em vez de desejar estar com personalidades perversas, o pai piedoso deve nutrir um desejo diferente — um desejo por Deus. Quando ele cultiva esse desejo, sua alma e corpo buscarão a satisfação de relacionamentos divinos. Ele desejará relacionamentos com homens puros.

Todos os desejos são alimentados ou morrem de fome. Quando um homem faz com que sue desejo de estar com homens maus morra de fome, seu desejo por santidade abundará.

A Segunda Técnica

Agora passamos para a segunda técnica de um pai sábio: ele constrói com os materiais da Sabedoria.

“Através da sabedoria uma casa é construída…”. Deus projetou homens para serem construtores. Isto é evidenciado pelo fato de que, onde quer que o homem reside, ele constrói. Nós homens estamos sempre construindo alguma coisa. Obviamente, importa como construímos e que materiais e ferramentas usamos. Sempre construímos melhor quando usamos as ferramentas e materiais certos. Se o pai cristão for construir bem sua casa, ele deve usar as ferramentas que Deus lhe deu para essa tarefa. Destas ferramentas, a sabedoria é a ferramenta suprema para a construção de todos os aspectos de nossos lares. Provérbios 9:1 diz: “A terra construiu a casa dela, ela cortou os sete pilares dela.”

À medida que construímos nossas casas, podemos ser gratos que nós mesmos o Deus como modelo. Ele é o mestre construtor.

A sabedoria divina tem conteúdo moral e não é simplesmente conhecimento da cabeça. A sabedoria é a aplicação de princípios santos à vida. O Senhor é o Mestre Construtor. Ele fez o universo, e Sua sabedoria é a base para todas as Suas obras criativas — os céus, a terra e todas as coisas na terra.

“Pela sabedoria o Senhor estabeleceu os fundamentos da Terra, Compreendendo, Ele colocou os céus no lugar, Pelo Seu conhecimento, as profundezas foram divididas e as nuvens deixaram cair o orvalho” (Provérbios 3:19-20). Provérbios 8 expande isto com uma extensa exposição do papel da sabedoria na criação:

O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos, desde então, e antes de suas obras. Desde a eternidade fui ungida, desde o princípio, antes do começo da terra. Quando ainda não havia abismos, fui gerada, quando ainda não havia fontes carregadas de águas. Antes que os montes se houvessem assentado, antes dos outeiros, eu fui gerada. Ainda ele não tinha feito a terra, nem os campos, nem o princípio do pó do mundo. Quando ele preparava os céus, aí estava eu, quando traçava o horizonte sobre a face do abismo; quando firmava as nuvens acima, quando fortificava as fontes do abismo, quando fixava ao mar o seu termo, para que as águas não traspassassem o seu mando, quando compunha os fundamentos da terra. Então eu estava com ele, e era seu arquiteto; era cada dia as suas delícias, alegrando-me perante ele em todo o tempo; regozijando-me no seu mundo habitável e enchendo-me de prazer com os filhos dos homens.

Agora, pois, filhos, ouvi-me, porque bem-aventurados serão os que guardarem os meus caminhos. Ouvi a instrução, e sede sábios, não a rejeiteis. Bem-aventurado o homem que me dá ouvidos, velando às minhas portas cada dia, esperando às ombreiras da minha entrada. Porque o que me achar, achará a vida, e alcançará o favor do Senhor. Mas o que pecar contra mim violentará a sua própria alma; todos os que me odeiam amam a morte (Provérbios 8:22-36).

A sabedoria é a ferramenta mais importante para a edificação de casas. Mas a sabedoria não consiste apenas em conhecimento intelectual. Ela tem pés e serve para fazer coisas práticas.

Onde encontraremos a sabedoria que precisamos para edificar nossas casas? Existem milhares de livros sobre a vida familiar. Devemos procurar sabedoria lá? Existem muitas pessoas na rua. Deveríamos entrevistar aleatoriamente as pessoas nas ruas, esperando que elas nos transmitam alguma sabedoria? Devemos ir ao NEA, à AMA ou à APA[1] para recebermos conselhos? Devemos ir aos nossos pais por ouvirmos palavras de sabedoria? Onde podemos ir para encontrar a verdadeira sabedoria que não ir simplesmente passar como o próximo movimento popular?

A resposta? Nós devemos ir à Sagrada Escritura e confiar nela completamente. Embora isso possa contradizer o pensamento ou as práticas daqueles que nos rodeiam, acreditamos que as Escrituras são infalíveis em todas as coisas e suficientes para todas as coisas. Essa ideia deriva da doutrina da Reforma: “Sola Scriptura” — somente a Escritura.

Isso significa que as Escrituras devem cativar a mente e direcionar os passos de uma família. Devemos constantemente meditar, memorizar e nutrir a nós mesmos e a toda nossa família com as Escrituras.

Os puritanos eram famosos por exortar os pais a dedicarem-se ao estudo da Palavra de Deus no “culto familiar”. Muitos ministros puritanos pediram aos pais que lessem as Escrituras, orassem e cantassem com suas famílias, uma vez pela manhã e outra à noite. Alguns pastores, como Richard Baxter, até exercitavam a disciplina na igreja sobre homens que não estavam catequizando seus filhos.

Precisamos da verdade das Escrituras para fortalecer nossos corações. Se escondermos a Palavra da Verdade profundamente em nossa consciência, seremos mantidos a salvo das oscilações emocionais e dos enganos mundanos dos quais muitos são suscetíveis.

Quando tivermos esse tipo de fortificação interna, estaremos melhor equipados para conduzir nossos filhos no caminho estreito. Como ajudaremos nossos filhos a lidarem com seus desapontamentos, a menos que usemos a Palavra para guiá-los? Como os ajudaremos a aprender a amar as pessoas ao seu redor, a menos que ensinemos a eles os princípios bíblicos do amor? Como mostraremos a eles como pensar biblicamente a menos que preencham suas mentes com a Palavra de Deus? Sem a sabedoria da pura e perfeita Palavra de Deus, como prepararemos nossos filhos para cumprir seus deveres como maridos, esposas, trabalhadores?

Quando tivermos a sabedoria de Deus habitando ricamente em nossos corações, teremos os recursos necessários para sermos os bons pastores que somos chamados a ser. As Escrituras nos dão tudo o que precisamos para discipular nossas famílias. 2 Timóteo 3:16 explica isso claramente: “Toda escritura é inspirada por Deus e é proveitosa para a repreensão, correção e instrução da doutrina na justiça”.

A Terceira Técnica

Um pai sábio estabelece sua casa com entendimento: “E com o entendimento ela se estabelece” (Provérbios 24:3).

Entendimento é diferente de sabedoria. Entendimento significa “conduta cuidadosa e ponderada”. A aplicação hábil da sabedoria é o que produz um homem de entendimento.

O homem de entendimento faz julgamentos e distinções; ele não aceita simplesmente tudo como “sábio” ou “bom”. A sabedoria guia seu caminho, porque ele sabe que o entendimento é a sabedoria aplicada.

A Quarta Técnica

Em seguida, um pai sábio enche os aposentos de sua casa com riquezas preciosas e agradáveis: “E pelo conhecimento se encherão as câmaras com todos os bens preciosos e agradáveis” (Provérbios 24:4).

Aqui, Salomão poderia estar se referindo às coisas que o conhecimento competente traz. Assim, um conhecimento acerca do funcionamento de negócios (ou vida em geral) pode estar em vista. É mais provável, no entanto, que Salomão esteja falando dos tesouros espirituais que os pais de mentalidade bíblica trazem para suas casas. Uma casa pode estar cheia de tesouros mundanos e ainda assim estar fria e vazia. Mas se um lar estiver cheio das preciosas e agradáveis ​​riquezas do céu, será caloroso e cheio de vida verdadeira.

Em seu comentário sobre Provérbios, John Gill afirma a interpretação de que essas riquezas podem ser entendidas como riquezas espirituais:

Isso pode ser entendido espiritualmente, essas riquezas provêm da plenitude que a igreja tem de Cristo, daquelas riquezas insondáveis ​​que ela recebe dEle e daqueles tesouros de sabedoria e conhecimento, com as quais as câmaras da alma de um crente estão cheias com ele e através dele, e de todas as riquezas ali depositadas, elas são tanto preciosas como agradáveis, tais como: promessas preciosas, doutrinas agradáveis, verdades valiosas do Evangelho e bênçãos da graça.

Faz parte do chamado do pai trazer raros e belos tesouros espirituais para a casa dele, de modo a torná-la um tesouro da bondade de Deus.

Salomão está reivindicando aqui que os tesouros da sabedoria divina são raros. Em outras palavras, as coisas preciosas do reino de Deus geralmente não são as coisas mais comuns. Não é comum vermos essas “riquezas” em outras pessoas ou famílias. Se você tem essas riquezas espirituais, então você pode ser visto como um excêntrico. Você pode não ter “uma casa normal”. Mas não tenha medo disso, se você estiver firmemente fundamentado na sabedoria de Deus. Se a sua casa é “excêntrica” ou “comum” isso deve ser julgado pela Sagrada Escritura, não pela opinião popular.

Quando uma casa é edificada, inicialmente ela está vazia. E então elahe deve ser preenchida com alguma coisa. Nós o preenchemos com o que valorizamos e permitimos que entre nela. É de responsabilidade do pai garantir que o que preenche sua casa seja o verdadeiro tesouro de Provérbios 24. Sem muito esforço, você pode encher sua casa com a comida comum e superficial que a cultura nos serve. Mas com a oração e o trabalho, sua casa pode ser um lugar de tesouros raros e belos que não são rasos e nem efêmeros.

O que está enchendo sua casa? Aqui estão algumas perguntas para se fazer:

    • Quais sons enchem minha casa?
    • Que tons de voz podem ser ouvidos em minha casa?
    • Quais imagens preenchem minha casa?
    • Que tipo de imagens de internet, TV e filme são trazidos para minha casa?
    • Que tipos de revistas e livros estão disponíveis em minha casa?

Salomão descreve um lar piedoso, que é como uma “casa construída sobre a rocha”. Essa casa é marcada por beleza e verdade. Em todos os aspectos, essa casa é moldada pela sabedoria. É um lugar cheio de riquezas preciosas e agradáveis.

Quais são, especificamente, esses tesouros raros e agradáveis ​​dos quais Salomão fala? Eu acredito que eles são os produtos da sabedoria divina como resumidos pelos frutos do Espírito: “Amor, alegria, paz, paciência, bondade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gálatas 5:22).

Tiago nos diz como detectar a verdadeira sabedoria: “Mas a sabedoria que vem do alto é primeiro pura, depois pacífica, gentil, disposta a ceder, cheia de misericórdia e bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia. Ora, o fruto da justiça é semeado em paz pelos que fazem a paz” ( Tiago 3:17).

A Quinta Técnica

Um pai sábio procura o melhor conselho e é forte: “O homem sábio é forte, e o homem de conhecimento consolida a força. Com conselhos prudentes tu farás a guerra; e há vitória na multidão dos conselheiros” (Provérbios 24:5-6).

É desejo de Deus construir homens fortes — homens que são forjados pela boa instrução de muitos conselheiros. Deus dá conselhos aos homens através de pelo menos três meios principais.

Em primeiro lugar, encontramos uma multidão de conselheiros nas próprias Escrituras. Deus nos oferece conselhos através de centenas de personalidades, em muitos períodos históricos diferentes e por vários gêneros de escrita (como poesia, parábola, narrativa, canções e textos didáticos). Em 1 Coríntios 10:11, nos é dito que os eventos e personagens registrados no Antigo Testamento são escritos para nossa sabedoria. As Escrituras nos fornecem exemplos: “Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos”.

Deus nos concede modelos que podem nos instruir. O que devemos seguir? O que devemos evitar? A Escritura apresenta estudos de caso e princípios que são fáceis de entender. Tudo nas Escrituras é escrito para nossa instrução. Deus nos fornece Sua sabedoria e conselho de maneiras multifacetadas através de todo o testemunho das Escrituras.

Em segundo lugar, Deus nos dá o Espírito Santo para nos guiar em toda a verdade. Em Mateus 10:19-20, Jesus nos diz: “Mas, quando vos entregarem, não vos dê cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós”.

Como Conselheiro (Isaías 40:13), o Espírito Santo está plenamente qualificado para nos instruir. E Ele nunca nos instruirá em contrário à Sua Palavra revelada. Ele carrega as qualidades do amor (2 Timóteo 1:7) e da vida (Romanos 8:2). Ele é onisciente (1 Coríntios 2:10-11), onipresente (Salmo 139:7) e onipotente (Zacarias 4:6). Ele está pronto para nos conceder ajuda e direção nas situações mais difíceis.

Em terceiro lugar, Deus coloca homens e mulheres sábios em nossas vidas, ao longo de nossas vidas. Quão abençoados somos pelo fato de que o Deus Todo-Poderoso nos dá conselheiros para nosso benefício! Quando nos tornamos parte do corpo de Cristo, Ele multiplica a sabedoria para nós através das pessoas na igreja. Nós não estamos sozinhos. Não só temos o rico testemunho da Escritura e do Espírito Santo, mas também temos uma abundância de conselheiros cheios das Escrituras que nos conhecem pessoalmente e conhecem nossas situações. Deus não nos submete a psicólogos que desconhecem nossas verdadeiras circunstâncias. Considere o conforto e encorajamento que Deus nos traz através do Seu povo.

Em 2 Coríntios 7:6 e 13, Paulo registra um exemplo desse tipo de conselho: “Mas Deus, que consola os abatidos, nos consolou com a vinda de Tito… Por isso fomos consolados pela vossa consolação, e muito mais nos alegramos pela alegria de Tito, porque o seu espírito foi recreado por vós todos”.

Observe a força que a sabedoria fornece. Um homem que deseja viver em seu próprio caminho (sem a sabedoria de Deus) sentirá as consequências de tal loucura. No entanto, ao adquirir sabedoria através de conselheiros piedosos, ele será fortalecido. Ele será poderoso na terra.

 A Sexta Técnica

“A sabedoria é demasiadamente alta para o tolo, na porta não abrirá a sua boca”. Essa declaração nos leva a reconhecer algo frustrante: a vida da sabedoria é muito alta para muitos homens — eles prefeririam ficar do jeito que estão. Quando os homens escolherem edificar com materiais e ferramentas imprudentes, eles estarão sujeitos ao destino dos tolos. Quando estiverem em um ambiente público, eles não terão nada importante a dizer. Eles não abrem a boca porque não têm sabedoria comunicar. Tudo o que eles têm para dar é o silêncio. Se eles dissessem alguma coisa, isso seria ignorado e reputado como palavras tolas. Eles não sabem as respostas para as perguntas que as pessoas estão fazendo. Que tragédia! Não apenas para aqueles que agora estão nos ambientes públicos, mas também para as crianças que vão caminhar até lá nas próximas gerações!

Conclusão

Em suma, Provérbios 24 nos revela as técnicas e materiais de construção de pais sábios que fazem a diferença.

Vamos rever rapidamente as técnicas que abordamos:

    1. O pai sábio rejeita exemplos maus (vv. 1-2)
    2. Ele constrói com os materiais da sabedoria (v. 3)
    3. Ele estabelece sua casa com entendimento, (v. 3)
    4. Ele enche as câmaras da sua casa com riquezas preciosas e agradáveis ​​(v. 4)
    5. Ele procura o melhor conselho e é forte (vv. 5-6)
    6. Ele evita a tragédia de uma vida tola e irrelevante (v. 7)

E aqui estão as quatro melhores ferramentas para os pais:

    1. Contentamento com os padrões divinos (e uma rejeição dos pobres)
    2. O uso da sabedoria celestial
    3. A implementação das aplicações práticas do entendimento
    4. A aquisição de conhecimento útil

Quando praticados, todos esses princípios produzem um belo resultado: uma casa é cheia de riquezas preciosas e agradáveis. Um homem deve procurar os melhores conselhos e fugir do caminho dos tolos. Essas são responsabilidades cruciais do pai.

Os pais devem usar de discernimento a fim de edificarem com sabedoria. O mundo não tem muitas técnicas ou materiais de construção sábios. Se o seu legado for construído por técnicas mundanas, ele queimará como “madeira, feno e restolho”. Os incrédulos o conduzirão a edificar sua casa sobre a areia. Porém, através da sabedoria do céu e pela bondade de Deus, somos preservados desse tipo de edificação desastrosa.

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[1] NEA (National Education Association – Associação Nacional de Educação); AMA (American Medical Association – Associação Americana de Medicina); APA (American Psychological Association – Associação Americana de Medicina).

 

Título original: By Wisdom a House is Built: Taking a Look at Proverbs 24:1-6 — Via: NCFIC.org • Traduzido e publicado com permissão • Tradução: Camila Rebeca • Revisão: William Teixeira.