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Uma Teologia Para Plantação de Igrejas, por Gordon Taylor, Hank Rast, David Campbell, Jim Dundas, John Miller e Brad Swygard

[Carta Circular da ARBCA • 2012]

 

O Comitê de Plantação de Igrejas, de acordo com a sua responsabilidade de incentivar o plantio de igrejas nos Estados Unidos, tem buscado apresentar esta carta às igrejas para explorar diferentes aspectos da plantação de igrejas. Nós queremos considerar quatro aspectos do plantio de igreja local: 1) uma breve teologia da plantação de igrejas; 2) perguntas a fazer antes de plantar uma igreja; 3) um olhar para tipos culturais de igrejas que tendem a plantar igrejas; e 4) uma exortação a “olhar para os campos” que já cercam as nossas igrejas. A carta é um esforço conjunto do comitê, com diferentes homens contribuindo para o esforço. O Comitê de Plantação de Igrejas é composto por Gordon Taylor (coordenador da ARBCA), Hank Rast (presidente), David Campbell, Jim Dundas, John Miller e Brad Swygard.

 

Uma Teologia de Plantação de Igrejas

 

O que é uma boa teologia de plantação de igrejas? Para conhecer a correta teologia, devemos começar com uma boa definição. Dr. James Renihan deu esta definição em cada uma das Escolas de Plantio de Igreja. “Plantação de igrejas é sobre dar à luz, pela obra do Espírito de Deus, a congregações adoradoras”1. Embora essa definição não diga explicitamente que meios Deus usa para realizar o plantio de uma igreja, no entanto, isso está claramente implícito. Esta definição pressupõe ou implica que existem dois pilares essenciais da teologia sobre os quais a plantação de igrejas se apoia: a glória de Deus e a responsabilidade humana.

 

1) A plantação de igrejas deve ter como base e objetivo a glória de Deus. Este é o princípio fundamental para toda plantação de igrejas. Por que plantar igrejas? É assim que a sabedoria, o poder e a graça de Deus serão mais bem conhecidos no mundo e nos lugares celestiais, como diz Paulo em Efésios:

 

“Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor, no qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele” (Efésios 3:10-12).

 

No livro de Atos, igrejas cresciam com o propósito da glória de Deus. Se um milagre era realizado ou multidões criam, o resultado era o louvor a Deus. Então, hoje, a glória de Deus deve ser a base que constitui a plantação de igrejas. A glória de Deus é melhor vista em congregações adoradoras. Enquanto a igreja se reúne para adorar, ouvir a Palavra pregada e observar as Ordenanças, Deus é glorificado. Este princípio teológico fundamental, a glória de Deus, deve ser a verdade fundamental para toda a plantação de igrejas.

 

2) Um segundo princípio teológico de plantação de igrejas é a verdade da responsabilidade humana. Deus é completamente soberano quanto ao local onde o Evangelho vai e onde as igrejas são plantadas (Atos 16:6-10). O Deus soberano Quem determina onde o Evangelho é pregado, também envia homens para pregar. Estes homens pregam sob o comando de Cristo. Uma vez que existe um comando, a igreja é responsável por enviar homens para pregar e plantar igrejas.

 

A verdade da responsabilidade do homem pode ser explorada a partir de duas perspectivas.

 

Em primeiro lugar, a Teologia Reformada considera seriamente o mandamento de Jesus para pregar o Evangelho a toda a criatura (Mateus 28:18-20; Marcos 16:15; Lucas 24: 44-49; João 20:21; Atos 1:8). A principal forma pela qual isso deve ser feito é por meio de homens vocacionados para o ministério evangélico. “Nós cremos e afirmamos o ofício especial do ministro da Palavra e dos sacramentos; que há uma proclamação oficial de que é conduzida por um ministro que é autorizado a falar em nome de Jesus Cristo, enquanto ele explica e aplica o seu texto conforme a Palavra de Deus”2. Jesus era um evangelista; os apóstolos eram evangelistas que plantaram igrejas. Em Atos 1:8 Jesus prescreveu os lugares onde o Evangelho devia ser pregado. Era para começar em Jerusalém e depois ser estendido para a Judéia e, finalmente, para o mundo. Este foi o padrão que Jesus seguiu. Jesus pregou o Evangelho localmente e depois foi para as cidades próximas (Marcos 1:38). Os ministros são responsáveis ​​hoje a pregar o Evangelho localmente e também nas cidades próximas, como nosso Senhor fez.

 
 

Em segundo lugar, a Teologia Reformada leva a sério a necessidade de que os membros da nova igreja plantada sejam ativamente envolvidos na promoção do Evangelho entre si e também com outros em sua comunidade. Efésios 4:15 ensina que o resultado do ministério pastoral é que os santos estarão falando a verdade em amor, de modo que o crescimento em Cristo ocorra3. Romanos 15:14 afirma que Paulo está confiante que os crentes são capazes de instruir uns aos outros. A Bíblia também ensina que todos os crentes, embora não pregadores que são enviados e ordenados pela igreja, devem ter Cristo e o Evangelho em seus lábios, enquanto no mercado (1 Tessalonicenses 1:8).4

 

Os membros da igreja são capazes de falar sobre Jesus Cristo. Este assunto deveria ser familiar para as pessoas Reformadas a partir de sua instrução catequética. Na sua exposição do Credo dos Apóstolos, o Catecismo de Heidelberg explica por que nós chamamos Jesus “Cristo”: Ele foi ordenado por Deus, o Pai, e ungido com o Espírito Santo, para ser o nosso principal Profeta e Mestre… o nosso único Sumo Sacerdote… e nosso eterno Rei” (CH, Pergunta e Resposta 31). Em seguida, pergunta como isso se aplica a nós: “Mas por que tu és chamado de Cristão?”. A resposta é: “Porque pela fé eu sou um membro de Cristo, e nisso um participante da Sua unção”. Uma parte desta unção é que nós também somos não somos somente sacerdotes e reis, mas também profetas, “a fim de que [nós] também possamos confessar o Seu nome” (CH, Pergunta e Resposta 32). Todos os membros de Cristo por definição, inata e inerentemente têm uma responsabilidade profética para falar de Cristo ao mundo.5

 

Assim, a teologia da plantação de igrejas repousa sobre dois pilares: a glória de Deus e a responsabilidade do homem. Ambos são essenciais para uma compreensão adequada da plantação de igrejas. A teologia devidamente compreendida produzirá prática correta. A plantação de igrejas deve começar com a convicção de que a glória de Deus é o objetivo final da plantação de igrejas e prosseguir com a convicção de que o ministro Cristão e os santos devem obedecer aos mandamentos de Deus para espalhar o Evangelho e plantar igrejas. A frase que caracterizou William Carey também deve caracterizar a plantação de igrejas: “Tente grandes coisas para Deus. Espere grandes coisas de Deus”.

 

Devemos plantar uma nova igreja?

 

Imagine um grupo de anciãos, ou uma congregação inteira, ou um grupo de Cristãos de diferentes igrejas, ou os representantes de uma denominação em particular discutindo a plantação de uma nova igreja. A pergunta é: “Será que devemos plantar uma nova igreja?”. Nossa pergunta é: “quando a resposta deve ser ‘Sim’”?

 

1) Quando nenhuma igreja existe em absoluto.

 

Em Romanos 15:20 Paulo afirma que sua estratégia de missão era pregar o Evangelho onde Cristo ainda não havia sido pregado. Em sua mente, eram lugares onde Cristo não era adorado em absoluto, um território virgem para o Evangelho. Se a fundação tivesse sido colocada por alguém (ou seja, se alguém tivesse plantado uma igreja antes dele) Paulo estava empenhado em seguir em frente e evangelizar em outro lugar. O desejo do seu coração era alcançar os não alcançados e vê-los confiar em Cristo e formar igrejas Cristãs.

 

Comunidades e povos não alcançados existem hoje em grande número. Não há falta de lugares sem um testemunho do Evangelho. Deveríamos estar tentando plantar igrejas lá? Tendo em consideração os termos da Grande Comissão e a vastidão da necessidade espiritual, perguntar é o mesmo que responder.

 

2) Quando uma igreja adicional é necessária.

 

A suposição aqui é que, em uma determinada cidade ou comunidade já existe uma igreja Cristã. Por várias razões, no entanto, é necessária uma igreja adicional.

 

Talvez porque os números a serem alcançados com o Evangelho são muito grandes. As presentes igrejas não podem tratar adequadamente as necessidades espirituais de toda a população. A ajuda de outras igrejas é urgentemente necessária.

 

Talvez porque as igrejas existentes não estão fazendo a obra do Evangelho. Elas têm se afastado tanto da verdade que elas têm apenas um falso evangelho a proclamar. As necessidades de uma comunidade onde este for o caso são quase tão grandes quanto as de uma não alcançada.

 

Talvez porque a obra do Evangelho não esteja sendo feita tão bem quanto deveria ser. A igreja pode ser tão introspectiva como tendo pouco coração para o evangelismo. Ou os seus esforços podem ser limitados por causa de uma visão hiper-Calvinista do Evangelho. Ou pode ser professamente evangélica e muito ativa em seu alcance e ainda assim, a sua mensagem ter uma diluição grave do Evangelho bíblico. Se assim for, então há necessidade evidente de uma igreja que ativamente faça a verdade ser conhecida.

 

O que devemos pensar, no entanto, sobre os Batistas Reformados que desejam plantar uma igreja, porque eles desejam pertencer a esse tipo particular de igreja? (Uma pergunta semelhante poderia ser feita sobre os Cristãos de outras convicções). Há perguntas sérias que devem ser primeiramente abordadas. O plantio de uma igreja Batista distintamente Reformada é suficientemente importante para justificar os crentes em deixar sua igreja atual, se essa igreja é solidamente bíblica e engajada em missões? Será que a sua saída potencialmente contribui para a fraqueza dela? O plantio de mais uma igreja poderia prejudicar a obra geral do Evangelho em um lugar particular (porque as pessoas ficam duvidosas, confusas ou desiludidas por causa do que eles veem sobre a fragmentação da igreja)? Estes crentes estão comprometidos com o plantio da nova igreja em uma área de necessidade genuína? A visão do Novo Testamento sobre pecadores sendo salvos e se tornando parte da igreja de Cristo honestamente os emociona e os conduz? A adequação de ir adiante com a desejada igreja a ser plantada precisa ser determinada em função das respostas a essas perguntas.

 

Igrejas que Plantam Igrejas

 

Existe um tipo de cultura de igreja que tende a plantar igrejas? Nossa limitada pesquisa a partir da história de igrejas de espírito missionário e algumas igrejas dentro da esfera da ARBCA mostra pelo menos três características diferentes podem descrever igrejas que plantam igrejas.

 

Primeiro, parece existir uma correlação entre igrejas que têm ênfases missionárias em suas igrejas e igrejas que plantam outras igrejas. A igreja voltada para o exterior tende a ser solidária e interessada ​​em todos os tipos de atividade missionária, seja a plantação de igreja local ou plantação de igreja em missão estrangeira. Portanto, as culturas de igrejas que plantam igrejas são engajadas em missões. Elas tendem a ter ênfase na oração por missões, conferências sobre missões, oração e grupos de apoio de jovens e mulheres com particular ênfase missionária. Elas podem envolver os seus jovens em missões de curto prazo. Elas reservam um tempo em reuniões de oração e cultos de oração pelo avanço do Reino de Deus. Algumas podem ter épocas especiais de oração ou pensar em maneiras criativas para incentivar e apoiar os missionários que já estão em campo. Algumas poderiam incentivar um zelo por missões e plantação de igrejas por fazer com que o seu povo conheça homens que já estão no campo, lhes visitando e pregando após receber autorização, ouvindo seus testemunhos sobre o chamado do Senhor em suas vidas, os chamados para o sacrifício, e as alegrias e decepções que eles enfrentam. Elas organizam visitas ao missionário no campo para obter uma perspectiva prática. Outras igrejas podem ter estudos ou comentários regulares de biografias missionárias na Escola Dominical ou interação em pequenos grupos.

 

Segundo, as igrejas que plantam igrejas tentam plantar igrejas. Algo mais do que oração geral pela plantação de igrejas deve ocorrer. Buscas tangíveis, que incluem a pesquisa de áreas particulares com falta de testemunho evangélico, e busca por portas abertas com tentativas (até mesmo aquelas do tipo mal-sucedidas), parecem caracterizar igrejas que plantam. Como observou Brad Swygard, escrevendo em uma das Updates [Atualizações], o Novo Testamento mostra uma atitude proativa na plantação de igrejas. Observando a atividade de Paulo em Atos 16: “quando o Espírito Santo proíbe o apóstolo de ir para a Ásia, Paulo e seus companheiros não se sentam e tornam-se cautelosos, esperando a persuasão do Espírito. Lucas observa que ‘eles intentavam’ ir para Bitínia, mas a porta estava fechada. Mesmo assim, eles não esmoreceram, mas passaram a Trôade. Enquanto estavam lá, em meio ao 'intentar', eles receberam o chamado para ir à Macedônia”6. Um pastor da ARBCA exorta: “nós devemos ter um compromisso e vontade de plantar igrejas, uma crença de que devemos fazê-lo”.

 

Essa mentalidade leva à terceira característica das igrejas que plantam igrejas, uma espiritualidade profunda que move as pessoas para fora de suas zonas de conforto. O recente livro de Robert Davey, The Power to Save [O Poder para Salvar], narra a história do Evangelho na China, começando com o ministério de Robert Morrison em 1807. Mais tarde, no mesmo século, Hudson Taylor começou a notavelmente bem-sucedida China Inland Mission, cujos os frutos permanecem até hoje. Davey revela a prescrição bíblica de Hudson Taylor para levantar missionários e plantadores de igrejas nas igrejas no seu tempo, para se esforçarem pela salvação dos chineses.

 

No estudo sobre o Verbo Divino, eu aprendi que para se obter trabalhadores bem-sucedidos não era necessário elaborar apelos por ajuda, mas em primeiro lugar, fervorosa oração a Deus para que enviasse trabalhadores, e em segundo lugar, o aprofundamento da vida espiritual da igreja, de modo que os homens fossem incapazes de ficar em casa.7

 

O mais impressionante é a insistência de Taylor sobre o aprofundamento da vida espiritual da igreja e, particularmente, os resultados no coração dos homens que os conduzem do conforto de suas casas ao campo de trabalho. Essa característica está no próprio coração do empreendimento missionário e da plantação de igreja. Taylor continua a falar sobre a responsabilidade do Cristão no seu tempo, quanto aos chineses, para que se preocupassem com a salvação dos perdidos. Comentando frequentemente em Provérbios 24:11-12, onde se lê:

 

Se tu deixares de livrar os que estão sendo levados para a morte, e aos que estão sendo levados para a matança; se disseres: Eis que não o sabemos; porventura não o considerará aquele que pondera os corações? Não o saberá aquele que atenta para a tua alma? Não dará ele ao homem conforme a sua obra?

 

Taylor exorta: “A culpa vem sobre todo crente que conhece a salvação de Deus e não faz nada, ou muito pouco, para auxiliar na realização do comando da Grande Comissão. É o comando de Cristo. É um dever. Em nome da China, Ele chama, no mínimo, para eficaz oração fervorosa e abnegado esforço extenuante pela salvação do chinês ignorante. A apatia e indiferença relativa ao bem-estar eterno dos chineses são uma negação da lei do amor”.8

 

David Vaughn, missionário da ARBCA na França, pregando em Lucas 24:44-47 no final da Assembleia Geral em 2010, falou sobre memória de ouvir sermões evangelísticos de cortar o coração em sua juventude e como eles fizeram o seu coração arder dentro dele e o impressionar, mais tarde, o desejo e impulso para pregar o Evangelho aos perdidos. Ele era um daqueles “incapazes de ficar em casa”. Igrejas que plantam igrejas parecem ter algo do ardente desejo de coração para ver os homens salvos que flui de suas reuniões que por sua vez empurram os homens para fora de suas igrejas para que façam esta grande obra. Que o Senhor possa promover essa profunda espiritualidade em nossas igrejas para que possamos ver mais igrejas plantadas, mais missionários enviados, pela honra do Seu grande nome e a salvação daqueles que “estão sendo levados para a matança”.

 

Olhe para os Campos

 

A Grande Comissão (Mateus 28:18-20) não limita esforços missionários de uma igreja, seja a campos missionários estrangeiros ou locais. Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores (1 Timóteo 1:15). Os pecadores estão por toda parte, perto e longe, em nosso redor e no exterior. O pecado, idolatria e adoração falsa são questões do coração, não de geografia. Onde você encontra pessoas, você encontra uma grande necessidade de Cristo, da pregação do Evangelho e do plantio de igrejas.

 

Podemos ver facilmente a partir da Escritura que Jesus foi aonde as pessoas estavam. Paulo também foi onde as pessoas estavam. Este tem sido o padrão da Igreja ao longo da História. Deve ser conosco também.

 

Os Estados Unidos têm a terceira maior população do mundo, China e Índia, estando em primeiro e segundo lugar. De acordo com o último censo norte-americano, atualmente, mais de 313.232.044 pessoas vivem em território americano. Em 2020 as projeções são de que a população aumentará para mais de 346 milhões. Em 2030, esse número aumentará para 370 milhões. Algumas estimativas são de que, até 2040, a população dos EUA será de mais de 400 milhões de pessoas!

 

As duas maiores áreas metropolitanas do mundo são Nova York e Los Angeles. Nova York tem 19 milhões de pessoas e Los Angeles, 13 milhões. Além disso, o censo de 2010 calcula que existem 51 áreas metropolitanas dos Estados Unidos, com mais de um milhão de pessoas. As cinco maiores áreas, em ordem, são Nova York, Los Angeles, Chicago, Dallas-Fort Worth e Filadélfia, variando de 19 a 6 milhões de almas. Mais de 80 milhões de pessoas vivem nas dez áreas metropolitanas mais populosas do país.

 

Cristo veio para salvar os pecadores perdidos. Ele também veio para edificar a Sua Igreja e estabelecer e promover o Seu reino. Ele deu à Igreja a Sua Palavra e Evangelho, a Grande Comissão e o Espírito Santo para prosseguir a Sua obra de evangelização e plantação de igrejas até que Ele volte. Se esta é a Sua missão no mundo, deve ser também a nossa.

 

Em Mateus 9, somos informados de que Jesus percorria as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino. Ao ver as multidões, teve compaixão por elas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor. Com esta realidade triste e preocupante diante dEle, o Senhor disse aos discípulos: “A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara”.

 

Há 72 igrejas-membro em nossa Associação. Há pelo menos uma igreja ARBCA localizada em 31 estados em todo o país. Isto significa que existem 19 estados sem uma igreja da ARBCA dentro de suas fronteiras.

 

Cerca de cinco anos atrás, uma pesquisa indicou que temos 25 áreas metropolitanas dentro de uma distância de 100-125 metros de uma igreja ARBCA. Algumas dessas cidades têm um conjunto de três, quatro ou mesmo cinco igrejas ARBCA dentro deste raio. Não é razoável pensar que é possível, até mesmo desejável, que algumas destas igrejas se reúnam para planta e apoiar uma igreja em uma ou mais dessas cidades que não tem igreja ARBCA. A hora de começar a atingir os 400 milhões de pessoas em nossa terra é agora, não em 2040! William Carey sabia o que ele estava falando quando disse que devemos orar, planejar, labutar e pagar por evangelização, plantio de igrejas e pregação do Evangelho do Reino. A Grande Comissão não é toda sobre isso?

 

A descoberta mais interessante daquela missão relacionada às 25 cidades mencionadas acima é a seguinte: cerca de 105 milhões de almas vivem dentro de um raio de distância de igrejas da ARBCA. Esta representação é de vários anos atrás e é seguro admitir que o número seja significativamente maior hoje. As igrejas da ARBCA estão estabelecidas no meio de um campo missionário muito grande. Muitos de nós estão a 100-125 km de algumas das áreas metropolitanas mais populosas do mundo! A força dos números de pessoas por si só deve mover-nos a orar e estudar as enormes oportunidades que o Senhor colocou diante de nós como igrejas individuais e como uma associação de igrejas, cuja missão inclui a cooperação na propagação do Evangelho em nossos bairros, cidades, país e no mundo. Tal estudo para nos familiarizar com a condição espiritual e oportunidades de missões de nossos grandes centros populacionais poderia muito bem ser o primeiro passo em um esforço frutífero pelo Seu reino, honra e glória.

 

Temos Seu Evangelho, Palavra e Espírito. Temos a Sua Grande Comissão. Já estamos no meio de um campo missionário enorme. A seara é realmente grande! A única questão que permanece é simplesmente esta: De que forma nós, como uma igreja, responderemos a esse chamado e oportunidade?

 

Em consideração a tal necessidade de enviar missionários para pronta seara na Índia, William Carey escreveu quanto ao lar, a John Sutcliffe e disse: “Ficar em casa é agora tornar-se pecador, em muitos casos, e se tornará mais e mais assim”. As mesmas palavras poderiam ser aplicadas às nossas circunstâncias? À luz do exemplo do Senhor e do Seu mandato missionário para as igrejas, quem tentaria verdadeiramente questioná-lo? Mais cedo ou mais tarde devemos começar a fazer esta pergunta a nós mesmos: o ponto de Carey é relevante para nós hoje, quando nós, como uma associação de igrejas, ficamos a uma curta distância confortável de mais de 105 milhões de almas?

 

“Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara”.

 

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Notas:

 

[1] Renihan, Dr. James, “The Theology of Church Planting” [A Teologia de Plantação de Igrejas], palestra em Heritage Baptist Church, Mansfield, Texas, 10 de fevereiro de 2011.

 

[2] Planting, Watering, Growing: Planting Confessionally Reformed Churches in the 21st Century [Plantar, Regar, Crescer: Plantando Igrejas Confessionalmente Reformadas no Século 21], ed. Daniel R. Hyde and Shane Lewis (Grand Rapids: Reformation Heritage Books) 72.

 

[3] A diferença de opinião existe quanto a se uma vírgula deveria ocorrer após a palavra “santos” no verso 9. Mas, não importa a interpretação do verso 9, o verso 15 refere-se claramente a todos os santos em uma igreja falando a verdade em amor. O verbo está no presente, particípio ativo, masculino, plural, nominativo.

 

[4] Alguns sugerem que este é nada mais do que a notícia espalhada, mas é melhor ver esta atividade como evangelística pelos santos nesta cidade estrategicamente localizados. Como Hendriksen diz em seu Comentário: “Agora, o ponto não é certamente que apenas o rumor com referência à grande mudança em Tessalônica foi se espalhando, mas sim que os crentes de lá, no entusiasmo de uma grande descoberta, propagavam ativamente a sua ‘fé em Deus’” (CNT, 1 Tessalonicenses, p. 53).

 

[5] Plantar, Regar, Crescer. 73.

 

[6] Swygard, Brad, “Evangelism Shows the Mind of Christ” [O Evangelismo Demonstra a Mente de Cristo], ARBCA, Update.

 

[7] Davey, Robert, Power to Save [O Poder para Salvar], 110-11.

 

[8] Ibid. 112.