❝Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade; Para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.❞ (2 Tessalonicenses 2:13-14)
A primeira obra da graça é matar, em vez vivificar; ferir, em vez de curar; derrubar, em vez de edificar; revelar a lei, em vez do Evangelho. Pois “o remédio é inútil para os saudáveis”. A salvação mesmo com toda a sua graça superabundante é apenas um som vazio para aqueles que nunca se sentiram privados de toda a ajuda ou de toda a esperança. Assim, em certo sentido, existe um chamado sob e através, se não pela lei, durante as primeiras revelações e operações do Espírito de Deus, quando Ele leva a alma a ver sua condenação, tornando-se para ela como uma ministração da morte. Mas quando a lei cumpriu seu ofício, e o pecador é morto por seu poder, então, para o seu auxílio e libertação, vem o que o apóstolo menciona aqui, o chamado pelo Evangelho.
Quando o Evangelho profere sua voz melodiosa; quando o perdão é proclamado pelo sacrifício de Jesus; quando a paz atinge o coração através do sangue expiatório revelado à consciência; quando as boas novas da salvação pela graça não são mais um simples som na letra, mas são feitas o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê; quando a luz celestial brilha na mente; quando o poder divino vem com a palavra à alma; quando a fé é levantada, a esperança lança sua âncora no interior do véu e o amor de Deus é derramado no exterior, então é quando acontece o chamado a que o apóstolo se refere aqui — um chamado pelo Evangelho.
O som da trombeta do Evangelho, como a trombeta de prata no grande dia do jubileu, alcança o ouvido e o coração do exilado cativo e ele imediatamente alcança liberdade (Isaías 51:14). A cena agora muda; as tempestades da ira de Deus passam; a estrela da manhã aparece no amanhecer do dia do Evangelho, “uma manhã sem nuvens” (2 Samuel 23:4), até que o Sol da justiça no devido tempo se ergue trazendo cura sob suas asas. Assim, então, o Evangelho é feito o poder de Deus para a salvação, e a alma é capacitada para ouvir e abraçá-lo como um som alegre. Agora, na mesma proporção em que a fé recebe o Evangelho, a esperança se ancora nele e o amor o abraça, e isso é evidência de que desde o princípio fomos escolhidos para a salvação.