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A Criação e o Decreto: Uma Exposição do Capítulo 4:1 da CFB1689 | Por Patrick Stewart

No princípio aprouve a Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo,1 para a manifestação da glória do Seu eterno poder,2 sabedoria e bondade, criar ou fazer o mundo, e todas as coisas nele, sejam visíveis ou invisíveis, no espaço de seis dias, e tudo muito bom.3 (Segunda Confissão de Londres, Capítulo 4, parágrafo 1).

1 1João 1:2-3; Hebreus 1:2; Jó 26:13
2 Romanos 1:20
3 Colossenses 1:16; Gênesis 1:31

 

A Criação como Envolvida no Decreto de Deus

 

O decreto de Deus, de acordo com o capítulo 3, inclui “seja o que for que venha a acontecer”, que abrange a criação, providência e redenção. Outros de fé reformada fizeram uma declaração mais direta dessa relação entre o decreto de Deus e a criação. Berkhof declara: “O decreto de Deus é o Seu plano ou propósito eterno, no qual Ele preordenou todas as coisas que venham a ocorrer. É natural que Deus, quem controla todas as coisas, tenha um plano definitivo segundo o qual Ele trabalha, não apenas na criação e na providência, mas também no processo de redenção. Esse plano inclui muitos detalhes e, portanto, falamos frequentemente dos decretos divinos no plural, embora haja apenas um único decreto”.[1] A razão para se referir ao “decreto” como “decretos” é para a compreensão dos eventos sucessivos no tratar de coisas como a criação e a providência. “Os decretos de Deus são os planos eternos de Deus pelo qual, antes da criação do mundo, ele determinou realizar tudo o que acontece. Esta doutrina é semelhante à doutrina da providência, mas aqui estamos pensando sobre as decisões de Deus antes que o mundo fosse criado, ao invés de Suas providências no tempo. Suas ações providenciais são o desenrolar dos decretos eternos que Ele fez há muito tempo atrás”.[2]

 

Berkhof e outros fazem a conexão clara do decreto de Deus primeiro com a criação e depois com a providência. A ordem dos capítulos 3, 4 e 5 na Segunda Confissão de Londres reflete essa compreensão. O Catecismo Batista, um valioso resumo da Segunda Confissão de Londres, dá suas instruções na mesma ordem.

 

Pergunta 11: O que são os decretos de Deus?
Resposta: Os decretos de Deus são o Seu eterno propósito, conforme o conselho da Sua vontade, segundo os quais, para a Sua própria glória, Ele preordenou tudo o que acontece.1

1 Efésios 1:11; Romanos 11:36; Daniel 4:35

Pergunta 12: Como Deus executa os Seus decretos?
Resposta: Deus executa os Seus decretos nas obras da criação e da providência.1

1 Gênesis 1:1; Apocalipse 4:11; Mateus 6:26; Atos 14:17

Pergunta 13: O que é a obra da criação?
Resposta: A obra da criação consiste em todas as coisas que Deus fez a partir do nada, pela palavra do Seu poder, em seis dias consecutivos e normais, e tudo muito bom.1

1 Gênesis 1:1; Hebreus 11:3; Êxodo 20:11; Gênesis 1:31[3]

 

Na declaração bíblica de “o conselho de Sua vontade”, assim, Berkhof argumenta, a partir de Efésios 1:11, referindo-se ao decreto como sendo fundado em uma sabedoria divina imutável. Este catecismo, tal como a Confissão, localiza a execução dos decretos de Deus nas obras da criação e da providência. Ambos enfatizam o decreto ordenado de sucessão, criação e providência.

 

A Criação Envolveu o Deus Pai, Filho e Espírito Santo

 

A participação trinitária na criação é observada em toda a Escritura, começando com Gênesis 1. “No princípio, Deus criou os céus e a terra” (Gênesis 1:1). “Deus” é ELOHIM (Hebraico) e indica a majestade de Deus, mas também nos traz o conceito de “Trindade” como revelam outras partes da Escritura. Este versículo pressupõe a existência de Deus e revela que Ele é a fonte e o poder da criação, como o Criador. A criação, de acordo com o Salmo 8:1, testifica a glória de Deus: “Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, pois puseste a tua glória sobre os céus!” Uma das Escrituras mais referenciadas a respeito da glória de Deus é o Salmo 19:1: “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos”. Descritivamente, Deus é revelado como sendo único ao observar o testemunho de Sua criação: “Levantai ao alto os vossos olhos, e vede quem criou estas coisas; foi aquele que faz sair o exército delas segundo o seu número; ele as chama a todas pelos seus nomes; por causa da grandeza das suas forças, e porquanto é forte em poder, nenhuma delas faltará” (Isaías 40:26). O Senhor, YAHWEH, o único auto-existente, o Deus eterno, ELOHE, o Criador, BOWRE, é identificado e descrito: “Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento” (Isaías 40:28).

 

As Escrituras indicam que o Senhor, YAHWEH, usou a Sua sabedoria, entendimento e conhecimento no ato da criação: “O Senhor, com sabedoria fundou a terra; com entendimento preparou os céus. Pelo seu conhecimento se fenderam os abismos, e as nuvens destilam o orvalho” (Provérbios 3:19-20). Deus tornou-Se evidente em cada parte da criação com uma onipotência tão clara e ordenada que nenhuma raça caída pode alegar ignorância de Deus. Romanos 1:19- 20 reforça esta verdade do apóstolo Paulo: “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis”.

 

Nos sete dias da criação há um ponto a ser observado em Gênesis 1: a afirmação “e Deus disse, haja”, enfatizando que Deus falou e, “a partir do nada”, as coisas vieram à existência, EX NIHILO.  Elas não tinham existência e, por Sua palavra, começaram a existir. Isso está documentado no Novo Testamento: “Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hebreus 11:3).

 

Essa criação é produto da onipotência, inteligência e benevolência divinas e faz parte de uma revelação da ordem natural observada. São a realização de atos inerentemente compartilhados, de um Deus triuno, que fazem parte de uma revelação especial. Deus, o Filho, é identificado em várias ocasiões como sendo um agente ativo na criação. Os seguintes textos são exemplos: João 1:1-3 afirma com firmeza: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. Que a Sua autoridade na e sobre a criação facilita a Sua nomeação como Redentor pode ser visto no argumento de Paulo em Colossenses 1:15-18: “O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por Ele e para Ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência”.

 

O escritor de Hebreus em 1:1-3 também enfatizou a conexão ininterrupta entre Cristo como Criador e Cristo como Redentor: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas”.

 

Na maioria dos escritos sobre a criação e a redenção, encontramos o conteúdo da afirmação de João: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade… Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou” (João 1:14, 18). A palavra para "esse o revelou" em grego é EXEGESATO, ou seja, Ele, Jesus, explicou ou manifestou a Deus. Jesus Cristo é plenamente Deus e plenamente homem.

 

Deus, o Espírito Santo, também é revelado estar envolvido na criação. Sua ação é inicialmente observada no início da declaração da criação em Gênesis: “E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gênesis 1:2). A tradução do Antigo Testamento para a palavra “Espírito” é frequentemente “vento” ou “sopro”. “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da sua boca. Ele ajunta as águas do mar como num montão; põe os abismos em depósitos” (Salmo 33:6-7). O uso da palavra “Espírito” no versículo 6 pode ser, de fato, uma referência ao Espírito Santo. A atividade sobrenatural de Deus, o Espírito Santo, ocorre de maneira maravilhosa também na concepção do nosso Senhor Jesus Cristo, por uma virgem: “E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso, também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lucas 1:34-35). Ele foi concebido por Deus, o Espírito Santo. Deus, o Espírito Santo faz parte da Criação. O Salmo 104:30-31 revela: “Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra. A glória do Senhor durará para sempre; o Senhor se alegrará nas suas obras."

 

As Escrituras revelam que, como afirma o Capítulo 4 Sobre a Criação, “agradou a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo” efetuarem a criação. Além disso, as Escrituras revelam que “a manifestação da glória de seu eterno poder, sabedoria e bondade, para criar ou fazer o mundo, e todas as coisas que nele há, sejam visíveis ou invisíveis” foram incluídas no propósito de Deus na criação.

 

Criação Realizada em Seis Dias Literais

 

Os escritores da Segunda Confissão Batista de Londres de 1689 aceitaram a declaração das Escrituras de que Deus criou tudo em seis dias, e foi tudo muito bom, afirmando que a criação ocorreu no “espaço” de seis dias, indicando que os escritores estavam convencidos de que "dias" indicavam períodos reais de vinte e quatro horas. Quando a confissão foi escrita, as teorias da evolução moderna não existiam. Entretanto, haviam alguns cristãos nos séculos precedentes que questionaram os dias da criação em Gênesis 1. Nos tempos “modernos” há uma infinidade de visões de cristãos e não-cristãos que negam os “dias” de Gênesis 1 como dias literais, sendo “um dia”. Eles preferem períodos extremos de tempo. Há evolucionistas seculares, evolucionistas teístas, criacionistas progressistas, teóricos contemporâneos, apenas citando alguns. O escritor acredita que os cristãos devem rejeitar o modelo da evolução e suas várias formas cristãs. A teoria da evolução nega a Deus como Criador e aqueles que não creem que a Terra foi feita em seis dias contradizem o claro sentido das Escrituras.

 

Quando Deus criou as coisas, Ele lhes deu a aparência da idade como com Adão? Parece que Ele o fez e o universo foi plenamente funcional quando Ele trouxe a existência a partir do nada. Havia brotos, mudas e árvores adultas de vários estágios de desenvolvimento. Havia estrelas velhas e jovens. Haviam a luz das estrelas vista da terra e a luz das estrelas a várias distâncias da Terra. O evolucionista secular não acredita na Bíblia e diz que o conceito de Deus é muito pequeno, anti-sobrenatural ou inexistente.

 

Quais são algumas razões para acreditar no relato de criação do Gênesis? Os cristãos que geralmente acreditam em seis dias literais de criação normalmente acreditam que a Bíblia é inspirada ou divinamente inspirada (2 Timóteo 3:16). Eles também acreditam que a Bíblia é infalível. Eles acreditam que os manuscritos originais são inerrantes. Eles não acreditam que a Bíblia deve ser entendida de acordo com a interpretação particular de cada um. A Bíblia afirma que Deus “criou” os céus e a terra (Gênesis 1:1). A linguagem de Gênesis 1 para cada um dos seis dias afirmam que “Deus disse” e literalmente disse e trouxe a existência aquilo que não tinha existência de maneira nenhuma, exceto em Seu plano. Deus os criou do nada e trouxe para uma realidade de existência no espaço e no tempo. Isto é consistentemente descrito por adeptos literais da criação como Deus criando e trazendo tudo à existência, do nada, EX NIHILO.

 

A estrutura da linguagem usada em Gênesis 1 persuade o leitor a aderir aos seis dias como literais. O relato de Gênesis afirma uma e outra vez que houve “noite” e “manhã”, o dia numérico, como primeiro dia e segundo dia e o uso normal da palavra "dia", YOM. YOM pode ser usado na Bíblia para significar um período prolongado de tempo, como alguém hoje pode dizer “naquele dia” tal pessoa fez essa ou aquela coisa. Um contexto poderia demonstrar que o uso da palavra "dia" não era um período de 24 horas. No entanto, a construção descritiva das palavras primeiro, segundo, etc., e as palavras "à noite" com “manhã” e a palavra “dia”, que normalmente significa um dia, são o contexto persuasivo da linguagem para levar à conclusão que estes dias são dias literais.

 

Vários textos das Escrituras indicam uma criação de seis dias. Êxodo 20:9-11 baseia-se em um uso unívoco da palavra “dia”:

 

“Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou”.

 

Não só se observa que a criação é declarada ter sido feita em seis dias, mas o sétimo dia é um dia separado pelo Senhor. Deus instruiu o Seu povo a descansar em um sétimo dia, literalmente, no contexto modelado após a Sua criação e descanso no sétimo dia. Êxodo 31:17 reafirma que a criação foi em seis dias: “Entre mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, e ao sétimo dia descansou, e restaurou-se”. Jesus afirma que homem e mulher foram feitos no começo da Criação. Adão foi criado no sexto dia. Desse modo, infere-se que não houve longos períodos de tempo, nem uma macro evolução do homem: “Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea” (Marcos 10:6).

 

A evolução inclui a humanidade através do processo evolutivo, no entanto, a Bíblia afirma que a humanidade veio de um homem: “de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação” (Atos 17:26). Visto que todo pecado e morte veio de um homem, então aquele que foi criado no “sexto dia” de Gênesis 1, seria o cabeça da raça humana. Portanto, toda a humanidade descendeu desse homem, Adão. O versículo seguinte é insensato se a evolução é verdadeira. “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Romanos 5:12). Há muitas outras passagens que pressionam o leitor da Escritura a acreditar em uma criação literal de seis dias. Este escritor conhece cristãos que não acreditam em um período de criação de seis dias. É preciso ser gracioso neste assunto, mas também defender o que é claro nas Escrituras. Hermenêutica é fundamental nesta discussão. Se alguém segue a hermenêutica de passagens que são interpretadas sobre milagres, a Trindade e a salvação, etc., na interpretação dos seis dias de Gênesis 1, acredito que você será um criacionista que sustentará os seis dias literais de criação.

 

A Criação como pré-requisito necessário para a implementação do Pacto da Graça

 

Sem o pré-requisito da criação para a implementação do Pacto da Graça, como haveria um Pacto da Graça? No decreto de Deus Seus planos são desde a eternidade. A criação e a providência são as execuções do decreto de Deus na eternidade passada, elas são as únicas em que o conhecimento, planos e conselho de Deus têm prioridade causal. “No princípio aprouve a Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para a manifestação da glória do Seu eterno poder, sabedoria e bondade, criar ou fazer o mundo, e todas as coisas nele, sejam visíveis ou invisíveis…”.[4] Considerar o Pacto de Graça fornece clareza para tratar do Pacto de Redenção. O Pacto da Redenção deve ser considerado no contexto do decreto de Deus. “O pacto da redenção pode ser definido como o acordo entre o Pai, dando o Filho como Cabeça e Redentor dos eleitos e o Filho, voluntariamente tomando o lugar daqueles que o Pai lhe deu”.[5] Isso tem prioridade causal: A execução da criação e da providência exercida sobre a criação, conforme a vontade, o designío, os propósitos e "segundo o conselho da Sua vontade" (Efésios 1:11).

 

A criação do mundo e de todas as coisas, incluindo os seres humanos, é uma exigência quando se considera o plano de Deus relativo à nossa redenção, e à execução dos detalhes para essa redenção, pelo Seu plano para a humanidade pecadora. Se não há nenhum plano ou poder para a criação no decreto de Deus, então como pode haver redenção, os meios disso, ou o Pacto da Graça? “O conselho da redenção é firme e eterno fundamento do pacto da graça. Se não houvesse um eterno conselho de paz entre o Pai e o Filho, não poderia haver acordo entre o Deus trino e os homens pecadores. O conselho da redenção torna possível o pacto da graça”. [6] Efésios 3:7-11 estabelece uma conexão direta entre o Evangelho da redenção, o Pacto da Graça e o ato divino da criação:

 

“Do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder. A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a comunhão do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor”.

 

O apóstolo demonstra o Pacto da Graça no contexto de seu ministério do Evangelho “que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo” (Efésios 3:9). Paulo vincula o Evangelho, o plano de Deus, o eterno propósito de Deus e Jesus Cristo nosso Senhor na declaração “Deus que criou todas as coisas”. O decreto de Deus e o Pacto da Redenção com a criação são um pré-requisito para o Pacto das Obras e Pacto da Graça.

 

 


[1] Louis Berkhof, Manual de Doutrina Cristã (Editora Cultura Cristã).

[2] Wayne Grudem, Teologia Sistemática Uma Introdução à Doutrina Bíblica (Editora Vida Nova).

[3] O Catecismo Batista, Catecismo de Benjamin Keach (Fonte original: ReformedReader.org. Você pode ter acesso a este Catecismo em português: oEstandartedeCristo.com.

[4] A Confissão de Fé Batista, Capítulo 4: Sobre a Criação, 1.

[5] Louis Berkhof, Manual de Doutrina Cristã, 271.

[6] Ibid., 270.