Abraçando o Sofrimento, por John Piper

Deus Todo Poderoso, Pai Celestial, nós agora descansamos nossos corações em Ti. E na quietude desse momento, eu peço por Tua ajuda. Não apenas para mim, mas para todos nós. Para que as glórias sobre as quais acabamos de cantar, se tornem o sabor de nossas vidas. E que eu fale fielmente da Tua palavra. E que Tu fales através de mim, e faça o trabalho que resta ser feito esta noite, que só pode ser feito através da Tua Palavra, e que começou com essas canções. Não nos abandone a nós mesmos. Trabalhe agora, eu oro. Em nome de Jesus, Amém.

O apóstolo João ergueu seus olhos ao céu e Deus deu a ele um vislumbre do motivo da existência do universo. E ele escreveu para que nós pudéssemos saber; para que você pudesse saber. Ele escreveu:

1 E vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos. 2 E vi um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos? 3 E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele. 4 E eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele. 5 E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos. 6 E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra. 7 E veio, e tomou o livro da destra do que estava assentado no trono. 8 E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. 9 E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue nos compraste para Deus de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; 10 e para o nosso Deus nos fizeste reis e sacerdotes; e reinaremos sobre a terra. 11 E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares, 12 que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças. 13 E ouvi a toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que estão no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre. 14 E os quatro animais diziam: Amém. E os vinte e quatro anciãos prostraram-se, e adoraram ao que vive para todo o sempre.

E há diversas coisas que são claras como água em Apocalipse 5. Aqui estão algumas delas:

Número um: Jesus é a chave que abre o mistério da História. E quando a chave abre o mistério da História, e ela é contada, Ele passa a ser a realidade principal da História. Então, Ele abre o mistério da História, e Ele é o centro da História. Essa é a primeira coisa que está clara.

Agora, a segunda coisa: João nos conta que a razão pela qual Jesus é digno de abrir o mistério da História, é que Ele era um Cordeiro imolado, e um Leão que venceu. Era o propósito de Deus que o centro da História do universo fosse um Cordeiro semelhante a um Leão e um Leão semelhante a um Cordeiro. Isso está claro.

Número três: A conquista de Jesus quando Ele triunfou sendo imolado como Cordeiro, comprou pessoas para Deus de toda tribo, língua, povo e nação, e as constituiu reis e rainhas para Deus, e os tornou sacerdotes para passar a eternidade louvando o Senhor Jesus. Isso está claro.

Agora a quarta coisa que está clara: O desfecho dessa conquista é que Jesus é infinitamente digno de eterna admiração. De toda criatura. No céu, na terra, debaixo da terra e no mar. Por causa de Sua infinita glória. “Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber poder, e sabedoria, e louvor, e força, e honra, e glória”. Ele é digno de eterna honra, louvor e admiração. Eis outra maneira de dizer isso: O universo existe para mostra o infinito valor de Jesus na ardente adoração de milhões de anjos, e todas as criaturas, e milhões dos que foram comprados de cada grupo étnico da terra. Em outras palavras: Nossa adoração é o eco subjetivo do valor objetivo de Deus. A imensidade do valor de Deus é refletida na intensidade da sua adoração. Fomos feitos para a admiração da excelência de Jesus. E quanto maior a sua admiração, maior a revelação da glorificação de Cristo. Você vê a conexão entre a intensidade da sua admiração, e a clareza da excelência e glorificação de Cristo no mundo? Uma das maiores descobertas que eu já fiz, e é uma grande ironia para mim que a filósofa ateísta romancista Ayn Rand tenha dito tão clara e francamente, quando disse: “Admiração é o mais raro e maior dos prazeres”. E ela não sabia o porquê. Ela não sabia a razão última pela qual Deus a criou daquela maneira, ou porque Ele criou você dessa maneira. A razão é esta: A razão pela qual a admiração seja de fato o maior dos prazeres da alma humana, é que Deus criou o mundo à maneira da alma humana, para que Jesus fosse glorificado e nós fôssemos satisfeitos no mesmíssimo ato da alma, a saber, admiração de alegre coração da excelência de Jesus. Nós satisfeitos na intensidade de nosso prazer nEle. E, Ele magnificado e glorificado em nosso estar satisfeitos nEle. Foi assim que Deus fez o universo e é por isso que a admiração é tão rara, e é por isso que ela é o maior prazer que a alma foi feita para experimentar. O que significa que dentro deste universo, a intensidade de nossa alegria na grandiosidade de Jesus é uma demonstração da imensidade de Sua beleza e valor. Ou como amamos dizer: Jesus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos nEle. Ele existe para mostrar o infinito valor do Cordeiro na ardente adoração de Seu povo.

E por último, para que não fique muito irreal e etéreo para você, vamos falar um pouco mais do livro do Apocalipse sobre tal futuro. Nas infinitas eras da eternidade, não haverá obstáculo para a grandeza de nossa alegria na grandeza de Deus. Há muitos obstáculos agora. Neste momento a maioria de vocês está encontrando enormes obstáculos aqui para o tipo de alegria que Jesus merece de você. Diariamente encontramos enormes obstáculos emocionais, circunstanciais e satânicos. Na era porvir, não haverá nenhum. Nenhuma morte, nenhuma doença, nenhuma dor, nenhum choro, nenhuma calamidade, e o melhor de tudo, nenhum pecado aqui dentro, e nenhum pecado lá fora. E não apenas não haverá obstáculos à plenitude e à intensidade de sua alegria em Jesus, mas haverá uma perfeita abundância de novas e criativas gratificações para a expressão de nossa alegria. Novo nome, nova coroa, nova comida da árvore da vida, nova canção, novos céus como a glória de Deus substituindo o sol e a lua, nova terra, onde o leão e o cordeiro descansam juntos e onde o lobo e o cordeiro pastam juntos. Nova cidade, onde todo bem cultural que faz as pessoas amarem cidades estará lá, e toda a miséria e pecado que fazem as pessoas odiarem cidades não estarão lá. Nenhum obstáculo para sua alegria e uma perfeita abundância de novas e criativas gratificações para a experiência de sua alegria em Deus. Se você está em Cristo — este é um grande “se” — Se você está em Cristo, se você confia em Cristo, esse é seu futuro. É para lá que você está indo. Essa é a sua recompensa. Uma vida eterna de alegria, expressando em dez mil maneiras diferentes a sua admiração do valor infinito de Jesus. Sem nenhum impedimento vindo de dentro de você, e nenhum impedimento vindo de fora de você. Apenas máxima alegria na beleza de Cristo. E uma cidadania eterna na Nova Cidade. Um novo paraíso sem nenhum obstáculo e apenas gratificações infinitas, para sua alegria na grandeza de Jesus.

Agora… O que eu estive fazendo pelos últimos dez ou quinze minutos, foi assentar a fundação para sua habilidade de abraçar o sofrimento no caminho do amor, na causa da libertação. É isso que acabo de fazer. Quando eu digo “libertação”, eu quero dizer libertação de todo o alcance do reino perverso de Satanás e da escravidão que mantém tantas pessoas em tantos diferentes tipos de cativeiro. Se você seguir o caminho do amor, na causa da libertação das trevas do Diabo, seja qual for a forma, você irá sofrer. E o objetivo desta mensagem é assentar essa fundação sob seus pés e mostrar a você, a partir da Bíblia, como essa fundação lhe capacita a não apenas suportar, mas a abraçar o sofrimento no caminho do amor, até a sua morte. É aí que chegaremos. Então, estou me referindo a toda forma de libertação da escravidão de Satanás. Libertação para os escravos da multibilionária indústria sexual. Ou do trabalho forçado da avareza. Ou dos exércitos de crueldade onde meninos soldados são forçados a praticar o assassinato em seu país. Ou a libertação de 125 mil crianças, todos os dias cortadas em pedaços nos ventres de suas mães, em todo país do mundo, incluindo a nossa chamada “civilizada” América. Incluindo esta barulhenta e limpa cidade de Atlanta, onde ontem provavelmente uma de cada quatro gravidezes terminaram em aborto. Eu me importo com esse tipo de escravidão! A escravidão dos abortistas, e a escravidão daquelas que têm ouvido mentiras a respeito do que há dentro delas! Ou libertação da cega classe média, milhares de escravos do pecado que povoam o seu campus, que encaram um destino eterno dez mil vezes pior do que qualquer coisa que qualquer escravo jamais experimentará em qualquer escravidão nesse planeta! Vocês caminham entre essas pessoas todos os dias! Estou falando de todo nível de escravidão enviando vocês para abraçar o sofrimento. No caminho do amor, na causa da libertação. Se você seguir esse caminho, você irá sofrer. E eu não digo isso porque sou um profeta, eu digo, a Bíblia diz isso repetidamente. “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” [2 Timóteo 3:12]; “Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos?” [Mateus 10:25]; “Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós” [João 15:20]; “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse” [1 Pedro 4:12]; “Que ninguém se comova por estas tribulações; porque vós mesmos sabeis que para isto fomos ordenados” [1 Tessalonicenses 3:3]; “Muitas são as aflições do justo” [Salmos 34:19]. E assim por diante! A Bíblia deixou claro como água. Se você anda no caminho da justiça, da compaixão e do amor, na causa da libertação, você irá sofrer.

E meu propósito nesta mensagem é assentar tal fundação sob seus pés, para que você não apenas suporte o sofrimento, mas caminhe em direção a ele! E o abrace! Se você segue a Jesus no caminho do amor, você irá sofrer. Então, aqui está o que faremos no tempo que nos resta: Vamos ao livro de Hebreus. Se você puder abrir sua Bíblia, será ótimo. Se você não puder, tudo bem. Ouça. Vamos observar alguns versículos do capítulo 10, alguns versículos do capítulo 11 e alguns versículos do capítulo 12. E eu espero que pelo resto de sua vida, você seja capaz de dizer, se você não viu ainda: Eu vi um modelo de poder para sofrer em Hebreus 10, 11 e 12 que eu nunca tinha visto, e ele me serviu bem em minha vida de sacrifício desde o Passion de 2013. Então esse é o meu objetivo. Deixe-me lhe dar o modelo. Vou descrevê-lo, e depois o veremos na Bíblia. Porque penso que o que este Livro diz importa infinitamente. Mas, deixe-me descrever onde chegaremos em três passos, e depois iremos àquelas três passagens e veremos esses três passos em cada uma delas.

Número um: Este modelo de poder para abraçar o sofrimento no caminho do amor pela causa da libertação. É disso que se trata. Seu coração alegremente entesourando a recompensa prometida que eu acabei de passar 15 minutos descrevendo. Um novo paraíso, uma nova cidade, uma nova coroa, uma nova liberdade do pecado, e o melhor de tudo, ver Cristo face a face e expressar de 10 mil novas maneiras, sua admiração por Ele. Uma profunda e presente satisfação naquela futura e gloriosa esperança. Esse é o número um. Primeira camada.

Número dois: Essa satisfação da alma em seu futuro saturado por Cristo lhe liberta de um medo autoprojetor.

Terceiro: Essa liberdade de um medo autoprojetor, auto engrandecedor e auto gratificante, lhe lança para abraçar o sofrimento na causa do amor pelos outros. Esses são os três passos. Vou repetir. Uma penetrante e inabalável satisfação na alma na promessa do futuro cheio de Cristo. Número 2: O efeito que isso tem em lhe libertar de um medo autoprojetor. E terceiro: O fruto de um amor destemido transbordando de sua vida independente do custo. É isso que quero que você veja na Bíblia. E isso é incrível. Estas passagens de Hebreus simplesmente me deixaram perplexo por anos! E eu quero tanto que aos 66 anos, eu não sei porque eu ainda estou aqui, eu quero tanto que aos 66 anos eu ainda aprenda isso e seja isso. Então, vamos a Hebreus 10:32. Hebreus 10:32 diz isso: “Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições”. Ou seja, trazidos à luz de Cristo. Salvos. Nascidos de novo. “Em parte fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações, e em parte fostes participantes com os que assim foram tratados. Porque também vos compadecestes das minhas prisões”, ou podemos dizer, escravizados, “e com alegria permitistes o roubo dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tendes nos céus uma possessão melhor e permanente” [vv. 33-34]. Certo, agora observe isto: O versículo 34 descreve alguns Cristãos. Alguns estão na prisão por sua fé, outros não estão na prisão por sua fé. E aqueles que não estão na prisão encaram a escolha: “Nós iremos para a prisão e nos igualaremos com aqueles que lá estão, arriscando, assim, nossas vidas, nossos lares, nossos bens, nossos filhos, nós arriscaremos tudo, ou ficaremos seguros sem nos importamos com aqueles que estão agora aprisionados?”. Essa é a escolha que eles tinham de fazer. E algo nada incrível aconteceu quando eles foram para prisão, e algo totalmente incrível aconteceu quando eles foram para a prisão. O que aconteceu que não foi incrível é que eles foram perseguidos, e seus bens foram espoliados. E o que aconteceu que foi incrível, foi que eles se alegraram no espólio de seus bens. Então, lerei para vocês o versículo 34: “Porque também vos compadecestes das minhas prisões, e com alegria permitistes o roubo dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tendes nos céus uma possessão melhor e permanente”. Estes são os 60 mil que eu quero que saiam daqui. Quando sua sala for destruída, e fizerem pichações nas suas paredes sobre Cristãos, e olharem com desdém, e prenderem vocês, ou exilarem vocês, eu quero que vocês estejam tão enraizados nos primeiros 15 minutos desta mensagem, que vocês possam se alegrar nisso tudo! Isso seria certamente um milagre! Seria um milagre! E é esse milagre que Louie (Giglio) procura. Esse é milagre que eu procuro. É disso que se trata o Passion. A glorificação do infinito valor de Jesus, para que Ele continue sendo nossa alegria, quando tudo ao redor de nossa alma se abalar.

A pergunta é: “Como eles fizeram isso?”. E a resposta está clara como água. Eis o que diz: “com alegria permitistes o roubo dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tendes nos céus uma possessão melhor e permanente”. Eles tinham uma cidade! Eles tinham um paraíso! Eles tinham um futuro livre de pecado chegando! Eles tinham uma abundância de gratificações por uma alegria infinita chegando! E isso invadiu suas vidas com tal incrível convicção que eles não precisavam se queixar, ou se preocupar, ou temer, ou ficar irados, ressentidos ou amargurados a respeito de sua perseguição. Eles se alegravam e cantavam a caminho da prisão. Este é o capítulo 10, e é totalmente incrível. A fundação deles foi assentada, e nela eles tinham uma recompensa que era infinitamente melhor. “Na tua presença há fartura de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente” (Salmos 16:11). Nada que o mundo possa oferecer ou tirar pode se comparar com isso, e portanto, estou livre do meu medo autoprotetor, estou a caminho da prisão, para o campo de escravos, e eu vou amar a partir desta esperança!

Agora, vamos ao capítulo 11. Hebreus 11:24-26. Observe novamente, é o mesmo modelo. Procure por ele. “Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo…”. Que palavra incrível! “…escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado; tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa”! Exatamente o mesmo incrível argumento e modelo! Você pode estar se perguntando… Provavelmente não, mas vou tratá-los como se estivessem se perguntando. “Por que você usou o termo ‘abraçar o sofrimento’ com tanta frequência, e não apenas ‘suportar o sofrimento’?”, “Por que você continua falando que precisamos abraçar o sofrimento?”. E minha resposta é o versículo 25. Moisés preferiu ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado. O sofrimento não se esgueirou até ele, de maneira que ele tivesse que suportá-lo inesperadamente. Ele olhou para o sofrimento bem na cara enquanto ele chegava, e ele caminhou em direção ao sofrimento, e o abraçou pelos próximos 40 anos de sua vida. Ele escolheu amar esse povo a um enorme custo. Ele poderia ter permanecido no Egito com todo possível prazer terreno enquanto vivesse. E ele disse: “Estou indo embora! E vou caminhar com esse povo que me afligirá constantemente, porque contemplo o galardão. Estes são transitórios, mas esse não”. Então, aí está o modelo. Moisés. Satisfação da alma no futuro cheio do Messias. Liberto do medo autoprotetor para entregar-se aos opróbrios de um povo em nome do Messias. E assim, ele libertou esses escravos do Egito nessa esperança, e nessa satisfação, e abandonou os prazeres terrenos.

Capítulo 12. Esse é talvez o mais incrível e mais controverso, e o mais importante. Hebreus 12:1-2. “Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual…”, aqui vai: “… Pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus”. Esse foi o maior ato de libertação que já aconteceu na História do mundo. O Filho de Deus sofrendo a agonia e a infâmia da cruz para carregar nossos pecados e nos livrar da escravidão da morte, do Inferno e do pecado. Apocalipse 1:5: “Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados”. Então, o maior ato de libertação, de liberação, aconteceu quando Jesus morreu em nosso lugar, e carregou nossos pecados, e pagou nossa dívida. E a pergunta é: “Como o Deus-Homem possui os meios para abraçar a cruz e suportar a cruz?” De onde isso veio? Aqui diz, no versículo 2: “Pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz”. Esse é exatamente o mesmo modelo de Moisés e dos Cristãos primitivos. Seu coração infinitamente santo e sem pecado foi acalmado e satisfeito pela alegria de saber o que Ele estava para alcançar. “Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la”. [João 10:18]. Ele está caminhando para dentro desse sofrimento com Seus olhos bem abertos, e Ele diz: “O que Me acalma, o que Me fortalece, o que Me sustenta, é a alegria que me está proposta de Meu triunfo sobre o pecado, sobre Satanás, sobre o Inferno e a morte. E Meu ajuntamento de um número indizível de comprados que passarão a eternidade coMigo desfrutando de Mim e Me adorando. Essa expectativa Me fortalece e Me faz consumar o caminho”. O mesmo princípio lhe conduz se você entende isso e vive nisso.

Então, deixe-me resumir. Os Cristãos primitivos alegremente abraçaram o sofrimento. O sofrimento da libertação, pois eles tinham patrimônio superior e durável. Moisés, abraçou o sofrimento da libertação, porque ele viu os prazeres do Egito como transitórios, e ele contemplava o galardão. Jesus abraçou o sofrimento de libertação, porque Ele era sustentado pela alegria que Lhe estava proposta.

Quarenta anos atrás, eu estava estudando na Alemanha, e meu tópico era: Jesus ordena que amemos nossos inimigos, e a motivação que sustentaria o amar inimigos. E eu estava lendo muita literatura ética. E parecia que onde quer que eu olhasse, o ensino padrão era: “Se você faz uma boa ação por recompensa, você destruiu o que havia de bom na ação”. E o argumento era que: “Se você faz um bem a alguém por causa de uma recompensa para si, você não está amando. Você é egoísta!”. Foi um momento divisor de águas para mim. Um tipo de teste. E minha conclusão foi: Vocês, professores de ética, estão me dizendo, estão me provocando, estão me tentando, a ser motivado em meus atos de amor por uma motivação maior do que a do meu Salvador? Isso é blasfêmia! Eu vou segui-los ou vou seguir o que vejo nesses textos? Ele contemplou a recompensa! Eu tenho patrimônio superior e durável! Pela alegria que me está proposta é que sou guiado! Para onde devo ir? Seguir a sua sabedoria terrena que parece tão certa, e está tão moralmente errada, ou sigo a Bíblia? Vocês terão esses momentos divisores de águas em suas vidas. Talvez este seja um deles. Toda satisfação que os Cristãos primitivos tiveram, e que Moisés teve, e que Jesus teve enquanto eles contemplavam o galardão, era o poder não de ser egoísta, mas de ser livre do egoísmo. Isso os libertou! Os libertou da autoproteção do medo e os enviou! Esse foco em nosso futuro glorioso, cheio de Cristo e todo-satisfatório, os libertou para o amor! Ele não os tornou egoístas, ele quebrou o poder do egoísmo em suas vidas, para que eles entregassem suas vidas pelas pessoas constantemente! E se você perguntar, e você deveria, “Então, por que não é egoísta amar uma pessoa por sua própria recompensa?”. Você deveria perguntar isso. É uma boa pergunta. E aqui está a resposta: Não é egoísta amar outra pessoa por sua recompensa em Jesus, porque aquela recompensa e sua satisfação nela é justamente o poder que está lhe movendo para entregar sua vida por ela, e seu objetivo ao entregar sua vida por ela é inclui-la exatamente na recompensa que está lhe motivando! Ninguém pode chamar isso de egoísmo!

Deixe-me resumir e concluir. Esta mensagem começou com a exaltação de Jesus, e não apenas Jesus digno como o Cordeiro que foi morto, o Leão de Judá, mas o Jesus que nos prometeu um futuro de uma nova cidade, um novo paraíso, uma nova coroa, novo céu e nova terra, onde não haverá quaisquer obstáculos à nossa alegria, e abundância de gratificações por cada osso criado em seu corpo para manifestar o valor dEle por todo o bem que Ele fez. E então, nos movemos para dizer: Você irá sofrer se você andar no caminho do amor pela causa da libertação. A Bíblia diz isso, não eu. E então dissemos: Há um modelo de como fazer isso. E o modelo tem três passos: A fundação da satisfação da alma que vem de caminhar na presença desse glorioso futuro com Jesus, lhe libertando de um medo autoprotetor em direção ao poder. E terceiro, os atos sacrificiais de amor que libertam os cativos.

Deixe-me encerrar dessa maneira: Não é acidente que o mais incrível capitulo da Bíblia seja o esforço de Paulo para nos ajudar a suportar e abraçar o sofrimento, por causa da segurança de nossa alegria futura. É dessa maneira que o capítulo termina. É o mais incrível capítulo da Bíblia, Romanos 8. E ele termina com esse tipo de esforço de assentar a verdade do apóstolo Paulo. Para ajudar 60 mil pessoas a abraçarem o sofrimento por causa do amor, em vista de uma indestrutível esperança que é o relacionamento de Deus conosco em Jesus. E diz assim: “Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós”, e aqui vai: “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro”. Não! “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” [Romanos 8:31-39].

 

Então, Pai, enquanto passamos agora da pregação de adoração, para o canto de adoração, eu oro para que haja um avivamento. Um tipo de afeição que chegue às almas humanas que foram feitas à Tua imagem, que aprecie a Jesus e O magnifique e O admire. E eu oro para que haja uma grande comunhão desses amigos: a alegria e a Tua glória. E que quando eles ouvirem as palavras: “Jesus pagou tudo”, eles digam do fundo do coração: “Este é o meu tesouro”. Este é o meu tesouro todo-satisfatório. Eu estarei agora tão satisfeito em Ti, que estarei livre. Ó Deus, me liberte! De todos os medos autoprotetores de minha vida. E me coloque na trajetória do amor pela causa da libertação. Em nome de Jesus, Amém.

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