Como Pode um Deus Justo Perdoar o Ímpio?

De todos os esforços que um homem pode impor a si mesmo, não há nenhum maior do que buscar compreender o Evangelho de Jesus Cristo e buscar a Sua infinita glória — Deus em Cristo reconciliando o mundo conSigo mesmo. É uma glória muito profunda para o nosso intelecto, demasiado grande para os nossos corações, e além do poder de qualquer linguagem para descrevê-la, e ainda assim, dentro de tão grande mistério nós encontramos a nossa salvação.


O Dilema Divino

O dicionário Webster define a palavra dilema como “uma situação que implica uma escolha entre alternativas igualmente insatisfatórias” ou “um problema aparentemente incapaz de uma solução satisfatória”. Nas Escrituras, o maior de todos os dilemas está diante de nós em quase todas as páginas: Como pode um Deus justo perdoar o ímpio?

Se Deus simplesmente perdoa os ímpios, Ele não é mais justo. As Escrituras declaram: “O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um como o outro são abomináveis ao Senhor” (Provérbios 17:15). Se Deus não perdoa os ímpios, todos perecerão. As Escrituras declaram: “Porque todos pecaram” (Romanos 3:23); e “o salário do pecado é a morte…” (Romanos 6:23); e ainda: “A alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18:4).

Alguém poderia perguntar por que Deus não pode simplesmente perdoar o pecado do homem e acabar com isso? As Escrituras nos ordenam a perdoar livremente, então, por que seria errado para Deus fazer o mesmo? A resposta a esta pergunta é tripla. Primeiro, Deus é um Ser de valor infinito. Mesmo a menor forma de rebelião é um crime grotesco à Sua Pessoa, um crime de maior traição, uma rebeldia contra a própria ordem da criação. É digno de mais severa censura. Em segundo lugar, Deus é justo, e o Seu amor é um amor justo. Deus não pode amar injustamente mais do que Ele pode amar a injustiça. Não há contradição no caráter de Deus. Ele deve ser tanto justo quanto amoroso, e um não pode ocorrer em detrimento do outro. Em terceiro lugar, Deus é o Juiz de toda a Terra. Este é o Seu lugar para que veja esta justiça feita, que o mal seja punido, e esse direito seja vindicado. Não seria apropriado para o Juiz celeste perdoar os ímpios, não mais do que seria para um juiz terreno perdoar o criminoso que está diante dele em um tribunal de direito. Não é a nossa queixa frequente que o nosso sistema de justiça é corrupto? Será que não trememos quando criminosos condenados são perdoados? Será que devemos esperar menos justiça de Deus do que nós de nossos próprios juízes? Esse é o grande dilema: Como podem os homens serem perdoados e Deus ainda ser justo? A resposta é encontrada no Evangelho de Jesus Cristo.

A Resposta Divina: O Evangelho

A palavra “Evangelho” vem da palavra grega euangelion que é corretamente traduzida como “boa nova”. Na história antiga, a palavra era dada a toda a mensagem de grande alegria. Nas Escrituras, o Evangelho é a “boa nova” que através da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, a penalidade do pecado foi paga e homens pecadores podem ser salvos!

De acordo com o beneplácito do Pai, o Filho eterno, que é igual ao Pai e a expressão exata de Sua natureza, voluntariamente deixou a glória do Céu, foi concebido pelo Espírito Santo no seio de uma virgem, e nasceu o Deus-Homem — Jesus de Nazaré. Como homem, Ele andou nesta terra em perfeita obediência à Lei de Deus. Na plenitude do tempo, Ele foi rejeitado por homens e crucificado.

Na cruz, Ele levou o pecado do homem, sofreu a ira de Deus, e morreu no lugar do homem. No terceiro dia, Ele ressuscitou dentre os mortos. Esta ressurreição é a declaração Divina que o Pai aceitou a morte de Seu filho como um sacrifício pelo pecado, que a penalidade pela desobediência do homem foi paga, as exigências da justiça satisfeita, e a ira de Deus apaziguada. Quarenta dias após a ressurreição, o Filho de Deus subiu aos Céus, está assentado à direita do Pai, e a Ele foi dada a glória, a honra e o domínio sobre tudo. Ali na presença de Deus, Ele representa o Seu povo e intercede a Deus em nome deles.

Todos os que reconhecem o seu pecado, estado desesperado, e laçam-se sobre Cristo são totalmente perdoados, declarados justos e reconciliados com Deus. Este é o Evangelho de Deus e de Jesus Cristo, Seu Filho.

 

Trecho da obra “Uma Jornada no Evangelho“. 

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