❝ Ó minha alma, espera somente em Deus, porque dele vem a minha esperança.❞ (Salmos 62:5)
Eu creio que o Senhor, antes mesmo de comunicar uma verdadeira bênção às almas de Seus filhos pobres e necessitados, não apenas os convence, pelo Espírito, da profundidade de sua miséria, de seu estado verdadeiramente arruinado e perdido por natureza, da ausência de qualquer bem neles; mas Ele abre os olhos de uma maneira misteriosa para vejam certas bênçãos que estão armazenadas em Cristo.
Por exemplo: justiça para cobrir a sua nudez, sangue para expiar as suas transgressões, graça para superabundar sobre todas as abundâncias do pecado, fé para ser a certeza das coisas que não se veem, esperança para lançar como âncora no interior do véu e amor para ser um antegozo da bem-aventurança eterna.
Essas e outras bênçãos semelhantes são apresentadas pelo Senhor diante de seus olhos e lhes dá uma compreensão espiritual de que essas misericórdias estão entesouradas em Cristo; e enquanto Ele lhes dá essa percepção do que é a bênção, e mostra-lhes que essas bênçãos não estão na criatura, mas em Cristo, Deus atrai os desejos, suspiros e afeições ardentes de suas almas por essas bênçãos, de modo que nada além dessas misericórdias especiais podem realmente satisfazê-los, aliviar suas mentes, responder aos seus problemas, curar as suas feridas e derramar óleo e vinho sobre a sua consciência.
E assim, Deus os leva a ser suplicantes, Ele os coloca aos Seus pés como mendigos. E embora eles se vejam como vis e sombrios, há aquela misteriosa atração do Espírito, assim como a misteriosa revelação da adequação da justiça de Cristo à sua miséria, da veste de justiça de Cristo à sua nudez, de Sua força todo-poderosa à sua fraqueza; os quais nunca podem ser satisfeitos, a menos que uma união experiencial e deleitosa dos dois ocorra na consciência deles.