❝ Ó espada, desperta-te contra o meu pastor, e contra o homem que é o meu companheiro, diz o Senhor dos Exércitos.❞ (Zacarias 13:7)
Se veremos, sentiremos e perceberemos a excessiva pecaminosidade do pecado, não será através dos relâmpagos e trovões do topo ardente do Sinai, mas por ver a agonia e o suor sangrento, e ouvir os gemidos e gritos do sofrido Filho de Deus, feito pecado por nós no jardim e na cruz. Olhar para Aquele a quem nós traspassamos encherá o coração e os olhos de piedosa tristeza pelo pecado e um santo lamento por um Senhor ferido e martirizado. Veja, pelo olho da fé, como revelado à alma pelo poder de Deus, o Filho amado de Deus amarrado, açoitado, fustigado, cuspido, zombado, e então, como o clímax do desprezo cruel e maldade infernal, crucificado entre dois ladrões – essa visão de fé dos sofrimentos de Cristo derreterá o coração mais duro em contrição e tristeza.
Mas quando vemos, pelos olhos da fé, que essa foi a menor parte dos Seus sofrimentos, que havia profundezas de aflições de alma, angústia e agonia intoleráveis provenientes da mão de Deus como um fogo consumidor, cuja justiça inflexível e perfeita se indigna contra o pecado em qualquer lugar ou pessoa que o encontre, e que nosso bendito Senhor teve que suportar a ira de Deus até que Ele fosse derramado como água, e seu coração derretesse nas chamas da indignação se tornando como cera (Salmos 22:14), então podemos de alguma forma conceber o que Ele empreendeu ao Se tornar uma oferta pelo pecado.
Porque, assim como todos os pecados do Seu povo foram colocados sobre Ele, a ira de Deus devido a eles caiu sobre Jesus. A separação de Deus, sob o senso de Seu terrível desprazer, e isso por causa do pecado, aquela coisa abominável que a Sua alma sagrada odeia – não é isso o inferno? Esse, então, foi o inferno experimentado pelo Redentor sofredor, pois o SENHOR fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos (Isaías 53:6).