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O Pacto, por C. H. Spurgeon

O Pacto, Sermão Nº 3261. Sermão publicado na quinta-feira, 3 de agosto de 1911. Proferido por C. H. Spurgeon. No Tabernáculo Metropolitano, Newington.

 

“Lembrar-se-á sempre da sua aliança.” (Salmos 111:5)

 

É algo maravilhoso que Deus condescenda em entrar num Pacto gracioso com os homens. Que Ele houvesse feito o homem e sido gracioso para com o homem é fácil de ser concebido, mas que Ele desse as mãos à criatura com sua natureza e colocasse a Sua augusta majestade sob vínculo com ele por meio de Sua própria promessa é maravilhoso! Deixe-me saber que Deus fez um Pacto e eu não acho que seja surpreendente que Ele atente para isso, pois Ele é o “Deus que não pode mentir”. “Porventura diria ele, e não o faria?” [Números 23:19]. Será que Ele uma vez fez uma promessa? É inconcebível que Ele alguma vez deixe de cumpri-la. A doutrina do texto recomenda-se a cada homem sensato e racional, se Deus fez um Pacto, Ele sempre será fiel a ela. É a esse ponto que eu agora chamo a sua atenção com o desejo de usá-lo na prática.

Pois o fato de Deus fazer um Pacto gracioso conosco é um dom tão grandioso que eu espero que todos aqui presentes estejam dizendo em seu coração: “Oh! que o Senhor tivesse pactuado comigo!”.

Analisaremos praticamente essa questão, em primeiro lugar, respondendo à pergunta: O que é esse Pacto? Em segundo lugar, levantaremos a pergunta: eu tenho parte nele? E, em terceiro lugar, convidando cada um a dizer: “Se, de fato, estou em Pacto com Deus, então cada parte desse Pacto será realizada, pois Deus lembrar-se-á sempre do Seu Pacto”.

I. Primeiro, então, O QUE É ESSE PACTO?

Se você for a um advogado e perguntar como está o seu processo, ele pode responder: “Eu posso dar-lhe um resumo, mas é melhor eu ler para você”. Ele pode dizer-lhe a soma e a substância do mesmo, mas se você quiser informações específicas, pois é um negócio muito importante, você dirá: “Sim, por favor, leia para mim”. Vamos agora ler certas partes da Escritura que contêm o Pacto da Graça, ou um resumo do mesmo. Vamos a Jeremias 31:31-34: “Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados”.

Grave cada uma destas palavras em diamantes, pois o sentido é inconcebivelmente precioso! Deus no Pacto promete ao Seu povo que, em vez de escrever Sua Lei em tábuas de pedra, que Ele vai escrevê-la nas tábuas de seus corações. Em vez de a Lei de Deus ser mandamentos penosos e esmagadores, ela será colocada dentro deles como objeto de amor e prazer, pois será escrita na natureza transformada dos amados objetos da escolha de Deus! “Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração”, quão grande é este privilégio do Pacto! “E eu serei o seu Deus”. Portanto, tudo o que há em Deus pertence a eles. “E eles serão o Meu povo”. Eles Me pertencem. Eu vou amá-los como meus. Vou guardá-los, abençoá-los, honrá-los e sustentá-los como o Meu povo. Eu serei a sua porção e eles serão o Meu quinhão.

Observe o seguinte privilégio. Todos eles receberão instrução celestial sobre o ponto mais vital: “Todos me conhecerão”. Pode haver algumas coisas que eles não saberão, mas “todos me conhecerão”. Eles Me conhecerão como seu Pai. Eles conhecerão a Jesus Cristo como seu irmão. Eles conhecerão o Espírito Santo como seu Consolador. Eles terão comunhão e relacionamento com Deus! Quão grande privilégio pactual é este! Daí vem o perdão, “porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados”. Que purificação do pecado! Deus perdoará e esquecerá, os dois vão juntos: “Eu perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados”. Tudo se foi, todas as suas transgressões foram perdoadas, para nunca mais serem mencionadas contra você novamente, para sempre! Oh! que favor indizível! Este é o Pacto da Graça! Chamo a atenção para o fato de que não há “se” e nem “mas”, no mesmo; não há nele exigências feitas ao homem. É tudo, “Eu vou”, e, “eles serão”. “Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”. É uma carta escrita em um tom real e o majestoso esforço não é marcado por um “talvez” ou um “porventura”, mas permanece sempre seguro, “farei”, e, “serão”. Estas são duas palavras prerrogativas da Majestade Divina e neste ato maravilhoso da graça, em que o Senhor concede o Céu gratuitamente aos pecadores culpados, Ele concede este dom segundo a soberania de Sua própria vontade, sem que este dom corra o menor risco, nem haja qualquer incerteza em relação à esta promessa!

Assim, eu li o Pacto para você de uma forma.

Vire algumas páginas e você chegará a uma passagem de Ezequiel. Ali teremos o profeta de olhos brilhantes — aquele que poderia viver entre as rodas e os serafins — dizendo-nos o que é o Pacto da Graça. Em Ezequiel 11:19-20, lemos: “E lhes darei um só coração, e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne; para que andem nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e os cumpram; e eles me serão por povo, e eu lhes serei por Deus”. Você encontrará o Pacto descrito de uma outra forma mais adiante, no capitulo 36, começando no versículo 25: Quão atentamente você deveria ouvir isso! Ouvir as próprias palavras do Pacto de Deus é algo melhor do que ouvir qualquer pregação de homens mortais. Este é um Pacto que salva todos os que estão incluídos nele! A menos que você tenha uma participação nele, você é, verdadeiramente, infeliz. Vamos lê-lo: “Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis… e vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus”. Essa promessa vem sempre no encerramento: “eu serei o vosso Deus”. Nestes termos do Pacto, eu lhe chamo novamente para testemunhar que Deus não exige nada, não pede nenhum preço, não exige nenhum pagamento em relação às pessoas com quem Ele entra em Pacto, Ele faz promessas e mais promessas, tudo por e de graça, tudo de forma incondicional, tudo feito segundo a generosidade de Seu coração real!

Vamos ressaltar um pequeno detalhe sobre o Pacto. Deus fez um pacto com certas pessoas para as quais Ele tudo fará e, em cada caso, é de pura graça. Ele tirará os seus próprios corações, pois é evidente a partir da promessa de que quando Deus iniciou Sua obra neles, eles possuíam corações de pedra. Ele perdoará as iniquidades deles, pois quando Deus iniciou Sua obra neles, eles tinham muitas iniquidades. Ele lhes dará um coração de carne, pois quando Deus iniciou Sua obra neles, eles não possuíam um coração de carne. Ele irá transformá-los para que guardem os Seus estatutos, pois quando Deus iniciou Sua obra neles, eles não guardavam os Seus estatutos. Eles eram pessoas degeneradas, pecaminosas, dolosas, malignas, e Deus havia lhes chamado muitas vezes para vir a Ele e se arrependerem, mas eles não quiseram. Aqui Ele fala como um rei e já não solicita, Ele decreta! Ele diz, Eu farei isso e aquilo por vocês e vocês serão isso e aquilo em retribuição. Oh, bendito Pacto! Oh, poderosa, graça soberana!

Como este ocorre? Conheça a Doutrina dos dois Pactos.

O primeiro pacto do qual passamos a falar é o pacto de Obras, o pacto feito com o nosso primeiro pai, Adão. Este não é primeiro em propósito, mas foi o que primeiramente foi revelado no tempo. Este pacto funcionou assim: Você, Adão, e sua posteridade devem viver e serem felizes se vocês guardarem a Minha Lei. Para testar a sua obediência a Mim, há uma certa árvore, se somente você não tocar nela, você viverá. Se você tocá-la, então, você morrerá, e até os que você representa morrerão.

Nossa primeira cabeça pactual comeu avidamente o fruto proibido e caiu, e que Queda foi aquela, meus irmãos e irmãs! Nela você e eu, e todos nós, caímos enquanto ele provou de uma vez por todas que pelas obras da lei nenhum homem será justificado! Pois se o perfeito Adão quebrou a lei tão prontamente, então, se dependesse disso, você e eu quebraríamos qualquer lei que Deus houvesse feito! Não havia esperança de felicidade para qualquer um de nós, por um pacto que continha um “se”, em seus termos. Este Antigo Pacto foi abolido, pois fracassou totalmente. Ele não trouxe nada para nós, senão maldição, e nós estamos contentes que tenha envelhecido e, na medida em que os crentes são intencionados, desapareceu!

Em seguida, veio o segundo Adão. Você sabe o seu nome, Ele é o sempre bendito Filho do Altíssimo. Este segundo Adão entrou no Pacto com Deus algo como dessa forma: disse o Pai: Eu Lhe dou um povo; Eles serão o Seu povo e Tu deves morrer para resgatá-los e quando Tu tiveres feito isso; quando, por causa deles Tu guardares a Minha Lei e a fizeres honrosa; quando, por causa deles suportares a Minha ira contra as transgressões deles, então eu os abençoarei. Eles serão o meu povo. Eu perdoarei as suas iniquidades. Eu mudarei suas naturezas. Eu os santificarei e os aperfeiçoarei. Houve um aparente, “se”, neste Pacto como no primeiro. Esse “se” dependia da questão de saber se o Senhor Jesus obedeceria a Lei e pagaria o resgate, a questão de Sua fidelidade ficou além de dúvidas! Não existe “se” nele, agora. Quando Jesus inclinou a cabeça e disse: “Está consumado!”, não restou “se” no Pacto! Ele permanece, portanto, agora como um Pacto totalmente unilateral, um Pacto de promessas — de promessas que devem ser mantidas porque a outra porção do Pacto foi completamente cumprida — a porção do Pai no Pacto deve permanecer! Ele não pode e Ele não vai voltar atrás e deixar de cumprir o que Ele pactuou com Cristo! O Senhor Jesus receberá a alegria que Lhe estava proposta: “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito” [Isaías 53:11] […]. Como pode acontecer qualquer outra coisa senão a aceitação daqueles por quem Cristo foi o Fiador? Você vê por que é que o Pacto, como eu o li, fica tão absolutamente sem, “ses”, “mas” e “talvezes”, e é executado somente com base em, “farei” e “serão”? É por causa de um lado dele que parecia incerto, mas que foi entregue nas mãos de Cristo, que não pode falhar ou desanimar! Ele completou a Sua parte no Pacto e agora Ele permanece firme e assim permanecerá para todo o sempre! Este é agora um Pacto de pura graça e nada mais, somente a graça! Que nenhum homem tente misturar obras com ele, ou qualquer coisa semelhante a mérito humano! Deus salva agora, porque Ele escolhe salvar, e sobre a cabeça de todos nós vem um som como de trombeta marcial e ainda com uma música calma e profunda nele: “Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia” [Romanos 9:15]. Deus nos vê como perdidos e arruinados e, em Sua infinita misericórdia, vem com promessas absolutas de graça Divina para aqueles por quem Ele deu o Seu Filho Jesus.

Tudo isso, então, é o que diz respeito ao Pacto.

II. Agora vem a pergunta importante: “EU TENHO PARTE NELE?”. Que o Espírito Santo nos ajude a apurar a verdade de Deus sobre este ponto! Vocês que estão realmente ansiosos em seus corações para saberem, eu sinceramente lhes recomendo ler a Epístola aos Gálatas. Leia essa Epístola buscando saber se você tem qualquer parte ou porção no Pacto da Graça. Será que Cristo cumpriu a Lei por mim? As promessas de Deus, que são absolutas e incondicionais, foram feitas a mim? Você pode saber, respondendo a três perguntas.

Em primeiro lugar: Você está em Cristo? Será que você não percebe que eu disse que todos nós estávamos em Adão e em Adão todos nós caímos? Agora, “como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos” [Romanos 5:19]. Você está no segundo Adão? Você certamente estava no primeiro Adão, pois foi assim que você caiu! Você está no Segundo? Porque se você está nEle, você está salvo nEle! Ele cumpriu a Lei por você. O Pacto da graça O levou a fazer isso por você, se você está nEle, pois, tão certo como Levi estava nos lombos de Abraão quando Melquisedeque saiu ao seu encontro, assim também todos os crentes estavam nos lombos de Cristo quando Ele morreu na cruz! Se você está em Cristo, você faz parte de Sua descendência a quem a promessa havia sido feita, mas há apenas uma descendência, e nos diz o Apóstolo: “Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo” [Gálatas 3:16]. Se, então, você está em Cristo, você está na descendência, e o Pacto da graça foi feito com você!

Devo fazer outra pergunta. Você tem fé? Com esta questão, você será ajudado a responder a anterior, pois os crentes estão em Cristo. Na Epístola aos Gálatas, você vai encontrar que a marca daqueles que estão em Cristo é que eles têm fé em Cristo. A marca de todos os que são salvos não é a confiança nas obras, mas a fé em Cristo. Na Epístola aos Gálatas, Paulo insiste sobre este ponto: “O justo viverá pela fé”, e a Lei não é por fé. Uma e outra vez ele enfatiza isto.

E, então, você crê em Jesus Cristo com todo o seu coração? Ele é a sua única esperança para o Céu? Você inclina todo o seu peso, e todas as preocupações da sua salvação sobre Jesus? Então você está nEle e no Seu Pacto, e não é uma bênção que Deus decretou te dar, antes Ele dará a Sim mesmo a você! Não há dom da grandeza do Seu coração que Ele determinou conceder a Seus eleitos, senão o que Ele concederá a você! Você tem a marca, o selo, o emblema de Seus escolhidos, caso, você, verdadeiramente creia em Cristo Jesus!

Outra pergunta irá te ajudar, trata-se desta: Você já nasceu de novo? Refiro-me novamente à Epístola aos Gálatas, que eu gostaria que cada pessoa ansiosa lesse com muito cuidado. Lá você verá que Abraão teve dois filhos. Um deles nasceu segundo a carne. Este foi Ismael, o filho da escrava. Embora ele fosse o filho primogênito, ele não era o herdeiro, pois Sara disse a Abraão: “Ponha fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não herdará com Isaque, meu filho” [Gênesis 21:10; cf. Gálatas 4:30]. Ismael que nasceu segundo a carne não herdou a promessa do Pacto! A sua esperança do Céu está fixada no fato de que você teve uma boa mãe e um bom pai? Então, sua esperança é gerada segundo a carne e você não está no Pacto! Estou constantemente ouço dizer que os filhos de pais piedosos não precisam se converterem. Permitam-me denunciar essa mentira perversa! “O que é nascido da carne é carne” [João 3:6], e nada melhor do que isso! Os que nascem segundo a carne não são filhos de Deus! Não confie em transferência de graça por geração natural, ou em ancestrais sagrados! Vocês têm que nascer de novo, cada um de vocês, ou vocês perecerão para sempre, não importando quem seus pais sejam ou deixem de ser! Abraão teve outro filho, Isaque, este não nasceu da força de seu pai, e nem segundo a carne, pois nos é dito que tanto Abraão e como Sara envelheceram. Isaque nasceu pelo poder de Deus de acordo com a promessa. Ele era o filho dado por graça.

Agora, você já nasceu assim, não pela força humana, mas pelo poder de Deus? A vida que está em você é uma vida dada por Deus? A verdadeira vida não provém da vontade do homem, nem do sangue, nem da excelência natural; vem pela ação do Espírito Santo e é de Deus. Se você tem essa vida, você está no Pacto, pois está escrito: “Em Isaque será chamada a tua descendência” [Romanos 9:7; Hebreus 11:18; cf. Gênesis 17:19]. Os filhos da promessa, estes é que são contados como descendência. Deus disse a Abraão: “E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra” [Gênesis 22:18], e nisto Deus mencionou que justificaria, pela fé, os gentios, para que a bênção dada ao crente Abraão chegasse a todos os crentes! Abraão é o pai dos fiéis, ou o pai de todos os que creem em Deus, e com estes é que o Pacto foi estabelecido.

Aqui, então, estão as perguntas do teste: Eu estou em Cristo? Estou crendo em Jesus? Sou nascido pelo poder do Espírito de Deus, segundo a promessa, e não somente pelo nascimento carnal, ou de acordo com as obras? Então eu estou no Pacto! Meu nome está no registro eterno! Antes das estrelas começarem a brilhar, o Senhor tinha feito um Pacto para me abençoar. Ou antes da noite e da manhã comporem o primeiro dia, o meu nome estava em Seu Livro da Vida. Cristo, antes de fundação do mundo, deu as mãos com o Pai na câmara do conselho da eternidade, e comprometeu-Se a me redimir e trazer a mim e a uma multidão de outros para Sua glória eterna! E Ele vai fazê-lo também, pois Ele nunca quebra Seus compromissos de Fiador. E nem o Pai quebra Seus compromissos Pactuais! Eu quero que você tenha certeza sobre esses pontos, pois oh! que paz isso produzirá em sua alma, que sossego de coração você obterá quando compreender o Pacto e saber que seu nome está nele!

III. Este é o nosso último ponto. Se, de fato, podemos acreditar na boa evidência da Palavra de Deus, a saber, que somos da descendência com quem o Pacto foi feito em Cristo Jesus, então todas as bênçãos do Pacto virão até nós. Colocarei isto de forma mais pessoal: todas as bênçãos do Pacto virão até você!

O Diabo diz: “Não, não, não”. Por que não, Satanás? “Por que”, diz ele, “você não é capaz de fazer isto ou aquilo”. Encaminhe o Diabo ao texto! Diga a ele que leia as passagens que eu li para você e pergunte se ele pode ver algum, “se”, ou um, “mas”, pois eu não posso. “Oh”, ele diz, “mas, mas, mas, mas, mas você não pode fazer o suficiente, você não pode sentir o suficiente”. Diz alguma coisa sobre sentimento lá? Diz apenas: “Eu lhes darei um coração de carne”. Eles sentirão o suficiente, então! “Oh, mas”, o Diabo diz, “você não pode amolecer seu coração duro”. Será que a promessa diz que você pode fazer isto? Será que ela não diz: “tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne”? O teor da promessa é: EU FAREI ISSO. Eu farei. O Diabo não se atreve a dizer que Deus não pode fazer isso, ele sabe que Deus pode nos capacitar a esmagá-lo debaixo dos nossos pés. “Oh, mas”, ele diz, “você nunca vai se manter no caminho, caso você comece a ser um Cristão”. O Pacto não diz sobre isso: “andarão nos meus estatutos”? E se não tivermos poder em para andar nos estatutos de Deus? Contudo, Ele tem poder para nos fazer andar e perseverar neles! Ele pode operar em nós obediência e perseverança final em santidade. Seu Pacto praticamente promete essas bênçãos para nós. Para voltar ao que disse antes, Deus não exige de nós, antes Ele nos dá! Ele nos vê mortos e Ele nos ama, mesmo quando estamos mortos em nossos delitos e pecados! Ele nos vê fracos e incapazes de ajudarmos a nós mesmos, e Ele entra e opera em nós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade e, em seguida, nós operamos nossa própria salvação com temor e tremor. O cerne e o próprio fundamento do Pacto são o próprio Deus! E Ele não encontra nada em nós para ajudá-lO. Não há fogo nem madeira em nós, muito menos o cordeiro para o holocausto, tudo que há em nós é vazio e condenação! Ele vem com: “Eu farei” e “vocês serão”, como um ajudante real proporcionando auxílio gratuito para pecadores miseráveis e desamparados, segundo as riquezas da Sua graça! Agora esteja certo que, após ter feito tal Pacto como este, Deus lembrar-se-á sempre do Seu Pacto!

Ele fará isso, em primeiro lugar, porque Ele não pode mentir. Se ele diz que fará, ele fará. Seu próprio nome é o “Deus que não pode mentir”. Se estou em Cristo, eu serei salvo, ninguém pode impedir que isso aconteça. Se eu sou um crente em Cristo, serei salvo, todos os demônios do inferno não podem impedir isso, porque Deus disse: “Quem crer e for batizado será salvo”, “quem nele crê não é condenado” [Marcos 16:16; João 3:18]. A palavra de Deus não é sim, e depois não. Ele sabia o que dizia quando falou do Pacto e Ele nunca mudou, nem se contradisse. Se, então, eu sou um crente, eu devo ser salvo, porque eu estou em Cristo a quem a promessa é feita! Se eu tiver a nova vida em mim, eu necessariamente serei salvo, pois esta não é a vida espiritual e incorruptível da Descendência que vive e permanece para sempre? Jesus não disse: “a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna” [João 4:14]? Bebi a água que Cristo me deu e ela saltará para a vida eterna! Não é possível que a morte mate a vida que Deus me deu, nem é possível para qualquer um dos espíritos caídos apague a chama Divina que o próprio Espírito de Cristo acendeu em meu peito! Devo ser salvo, porque Deus não pode negar a Si mesmo!

Outrossim, Deus fez o Pacto livremente. Se Ele não tivesse a intenção de mantê-lo, Ele não o teria feito. Quando um homem é impulsionado para um canto por alguém que diz: “Agora você me pagará”, então ele está apto a prometer mais do que ele pode fazer. Ele declara solenemente: “Eu vou te pagar ao fim desta quinzena”. Coitado, ele não tem dinheiro, agora, e não terá em qualquer época, mesmo assim ele faz uma promessa, porque ele não pode ajudar a si mesmo. Essa necessidade não pode ser imaginada em relação ao nosso Deus! O Senhor não estava sob compulsão, Ele poderia ter deixado os homens perecerem por causa do pecado, não havia ninguém que o impelisse a fazer o Pacto da Graça, nem mesmo para sugerir a ideia! “Com quem tomou ele conselho, que lhe desse entendimento, e lhe ensinasse o caminho do juízo, e lhe ensinasse conhecimento, e lhe mostrasse o caminho do entendimento?” [Isaías 40:14?]. Ele fez o Pacto por Sua vontade real e, depois de ter feito isso, você pode descansar na certeza de que Deus nunca esquecerá Seu Pacto! Um Pacto tão livremente feito deve ser plenamente cumprido.

Além disso, no documento do Pacto existe um selo. Você viu o selo? A coisa mais importante em uma Escritura de doação é a assinatura ou selo. O que é isto, estes respingos vermelhos na parte inferior do mesmo? É sangue! Sim, é sangue. Sangue de quem? É o sangue do Filho de Deus! Este ratificou e selou a Pacto. Jesus morreu. A morte de Jesus assegurou o Pacto! Deus pode esquecer o sangue do Seu Filho amado, apesar de Seu Sacrifício? Impossível! Todos aqueles por quem Ele morreu como um Substituto pactual Ele salvará! Seus remidos não devem ser deixados em cativeiro, como se o preço do resgate não houvesse sido pago. Será que Ele não disse: “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” [João 6:37]? Esse Pacto está seguro, embora as velhas colunas da terra arqueiem, pois o Pai jamais desprezará este sangue.

Deus também se deleita no Pacto e assim temos a certeza de que Ele não retrocederá a partir dele. Esta é a própria alegria de Seu santo coração! Ele tem prazer em fazer o bem ao Seu povo. Passar pela transgressão, iniquidade e pecado é a recreação de Jeová! Você já ouviu falar de Deus cantando? É singular que o Ser Divino conforte a Si mesmo com música, mas ainda um profeta revelou que o Senhor: “se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por seu amor, regozijar-se-á em ti com cânticos” [Sofonias 3:17, tradução livre]. O Pacto é o coração de Deus escrito com o sangue de Jesus, e uma vez que toda a natureza de Deus corre em paralelo com o teor do Pacto Eterno, você pode estar certo de que até mesmo seus “jotas” e seus “tis” estão seguros!

E então, por fim, ó vocês que estão no Pacto, não tenho dúvida de que Deus irá salvá-los, guardá-los, abençoá-los vendo que vocês estão crendo em Jesus, estão em Jesus e são ressuscitados para viver em novidade de vida! Você não ousa duvidar se eu te disser mais uma coisa: se o seu pai, se o seu irmão, se o seu melhor amigo houvesse solenemente declarado um fato, você suportaria que alguém dissesse que ele mentiu? Eu sei que você ficaria indignado com tal acusação! Mas suponha que o seu pai, da maneira muito solene, houvesse feito um juramento; você por um só minuto pensaria que ele houvesse cometido perjúrio e jurado uma mentira? Agora volte-se para a Palavra de Deus e você descobrirá que Deus, sabendo que um juramento entre os homens é o fim de toda a contenda, foi do agrado dEle selar o pacto com um juramento. “Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta” [Hebreus 6:18]. Deus levantou a mão para o céu e jurou que Cristo terá a recompensa de Sua paixão, que os Seus adquiridos, serão atraídos por Sua influência, que depois de ter assumido o pecado e tê-lo tirado, jamais o pecado recairá uma segunda vez sobre os redimidos!

Em suma. Você crê em Cristo? Então, Deus trabalhará em você para querer e fazer a Sua boa vontade! Deus derrotará o seu pecado! Deus lhe santificará! Deus lhe salvará! Deus irá guardá-lo! Deus conduzirá você a Si mesmo, finalmente! Descanse neste Seu Pacto, em seguida, movido por uma intensa gratidão, vá e sirva ao seu Senhor de todo o teu coração, alma e força! Ao ser salvo, viva para louvá-lO! Trabalhe não para que você possa ser salvo, mas porque você está salvo, o Pacto garante e sua segurança! Liberte-se do temor servil que Ismael pode ter conhecido, viva a vida feliz de um Isaque! E movido pelo amor do Pai, gaste e seja gasto pela causa dEle! Se a esperança egoísta de ganhar o Céu pelas obras moveu alguns homens para um grande sacrifício, muito mais motivo piedoso da gratidão para com Aquele que fez tudo isso por nós deverá nos mover para o serviço mais nobre e nos fazer sentir que ele não é nenhum sacrifício! “Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” [2 Coríntios 5:14-15]. “Não sois de vós mesmos… fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” [1 Coríntios 6:19-20]. Se você é salvo sob o Pacto da Graça, a marca dos pactuados está sobre você e o caráter sagrado dos pactuados deve ser exibido em você! Bendiga e magnifique o Pacto de Deus! Tome o cálice do Pacto e invoque o Seu nome! Pleiteie as promessas da Pacto e tenha tudo o que você precisa! Amém.

***

Uma Exposição de Jeremias 31:1-22a, por C. H. Spurgeon:

Verso 1. NAQUELE tempo, diz o SENHOR, serei o Deus de todas as famílias de Israel, e elas serão o meu povo. Durante o banimento dos israelitas para a Babilônia, a Pacto de Deus com eles havia sido, por assim dizer, suspenso. Mas nesta promessa de sua restauração, Ele o traz à lembrança, mais uma vez, e Ele graciosamente faz uma volta graciosa peculiar a ele: “serei o Deus de todas as famílias de Israel”. Que misericórdia é uma família de Deus e ter toda a nossa família em Cristo! Irmãos e Irmãs, vocês têm uma Bíblia da família e vocês, têm, espero, um altar familiar — que toda a sua família venha a pertencer a Deus!

 

2. Assim diz o SENHOR: O povo dos que escaparam da espada achou graça no deserto. Israel mesmo, quando eu o fizer descansar. Faraó tentou matar Israel. Quando ele puxou a sua espada, parecia que toda a nação seria morta. Mas Deus os levou para longe de Faraó, para o deserto, e ali lhes deu descanso. Deus ainda tem um povo que Ele certamente salvará e o adversário não será capaz de destruí-los. Agora vem este versículo glorioso:

 

3-4. Há muito que o SENHOR me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí. Ainda te edificarei, e serás edificada. Jerusalém estava toda devastada. Suas casas estavam vazias e seus palácios estavam em ruínas, mas a promessa de Deus para ela foi: “Ainda te edificarei, e serás edificada”. Se o pregador tenta reconstruir aqueles que estão quebrados espiritualmente, o seu trabalho pode ser falho. Mas quando Deus o faz, então, isso é efetivamente realizado.

 

4. Ó virgem de Israel! Ainda serás adornada com os teus tamboris, e sairás nas danças dos que se alegram. Deus pode tirar a dor de Seu povo, e enchê-los de alegria exultante. Seus pés ligeiros devem seguir a música, e eles serão extremamente felizes. Que o Senhor faça o Seu povo alegre, agora, em Sua Casa de Oração!

 

5. Ainda plantarás vinhas nos montes de Samaria; os plantadores as plantarão e comerão como coisas comuns. O povo de Deus tornará a trabalhar, mais uma vez, e eles verão o fruto do seu trabalho e se alegrarão diante de Deus, porque eles não trabalharam em vão nem se esforçaram inutilmente.

 

6. Porque haverá um dia em que gritarão os vigias sobre o monte de Efraim: Levantai-vos, e subamos a Sião, ao SENHOR nosso Deus. Os homens de Efraim não subiam a Sião para adoração, abandonaram o altar em Jerusalém. Mas o dia virá em que eles se converterão novamente para o Senhor! Vigias devem estar à procura de inimigos, mas o dia virá em que, mesmo eles serão capazes de deixar as suas torres de vigia e dizer: “Levantai-vos, e subamos a Sião, ao SENHOR nosso Deus”. Estão alguns de vocês vigiando exatamente agora com olhos ansiosos? Vocês têm vigiado durante a noite toda? Bem, vocês ainda não viram o bastante, e seus olhos doem ao olharem para o mal — então […] digam um para o outro: “Levantai-vos, e subamos a Sião, ao SENHOR nosso Deus”.

 

7-8. Porque assim diz o SENHOR: Cantai sobre Jacó com alegria, e exultai por causa do chefe das nações; proclamai, cantai louvores, e dizei: Salva, SENHOR, ao teu povo, o restante de Israel. Eis que os trarei… Observe a oração e a resposta. A oração é colocada em nossas bocas e antes que mal tenhamos tempo para proferi-la, a resposta vem — “Salva, SENHOR, ao teu povo, o restante de Israel. Eis que os trarei!”.

 

8. Da terra do norte, e os congregarei das extremidades da terra; entre os quais haverá cegos e aleijados. Como eles podem vir? Será que eles ajudarão um ao outro? Deus mesmo será olhos para o cego, e pés para o coxo!

 

8. Grávidas e as de parto juntamente; em grande congregação voltarão para aqui. Elas não estavam aptas para viajar, no entanto, Deus, em Sua grande misericórdia, pode fazer o mais fraco de seu povo forte! E quando Ele os traz para Si mesmo, eles virão mesmo que pareça como se não pudessem vir!

 

9. Virão com choro. Não importa o choro, enquanto eles vierem, o que importa é que venham, e lembre-se que não há verdadeira fé sem lágrimas de arrependimento em seu olho — “Virão com choro”.

9. E com súplicas os levarei. O caminho da oração é o caminho para Deus.

 

9. Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho direito, no qual não tropeçarão. Felizes são as pessoas que têm promessas tão preciosas como essas! O caminho é reto e os pés serão tão firmemente plantados que “não tropeçarão”.

 

9-11. Porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito. Ouvi a palavra do SENHOR, ó nações, e anunciai-a nas ilhas longínquas, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor ao seu rebanho. Porque o SENHOR resgatou a Jacó. O segredo de todas as outras bênçãos é a redenção! Se Deus redimiu, Ele salvará — dependa disso — o precioso sangue de Jesus nunca será derramado em vão!

11-12. E o livrou da mão do que era mais forte do que ele. Assim que virão. Se eles forem resgatados, “eles virão”. Cristo não morreu em vão! A redenção que Ele operou será eficaz: “Assim que virão”.

 

12. E exultarão no alto de Sião, e correrão aos bens do SENHOR, ao trigo, e ao mosto, e ao azeite, e aos cordeiros e bezerros. Estas são todas as misericórdias temporais e é uma grande bênção ver a bondade de Deus nelas. Se Deus abençoa misericórdias comuns, elas são verdadeiramente bênçãos! Mas, sem a Sua bênção elas podem se tornar ídolos, e consequentemente podem tornar-se maldições.

 

12. E a sua alma será como um jardim regado. Oh! que símile agradável! É de pouca utilidade para o corpo ser alimentado a menos que a alma também esteja bem nutrida! “Sua alma será como um jardim regado”.

 

12-14. E nunca mais andarão tristes. Então a virgem se alegrará na dança, como também os jovens e os velhos juntamente; e tornarei o seu pranto em alegria, e os consolarei, e lhes darei alegria em lugar de tristeza. E saciarei a alma dos sacerdotes com gordura. Deus dará aos líderes espirituais de Seu povo o suficiente e mais do que suficiente, mais do que eles podem tomar, Ele vai saciá-los com gordura.

 

14. E o meu povo se fartará dos meus bens, diz o SENHOR. Que deleitosa promessa é esta! Escutem-na e levem-na consigo para casa, todos vocês que são verdadeiramente o povo do Senhor.

 

15. Assim diz o SENHOR: Uma voz se ouviu em Ramá, lamentação, choro amargo; Raquel chora seus filhos; não quer ser consolada quanto a seus filhos, porque já não existem. Há aqui uma alusão profética para o massacre das crianças por Herodes no momento do nascimento de nosso Senhor. Foi, de fato, um momento de tristeza.

 

16-17. Assim diz o SENHOR: Reprime a tua voz de choro, e as lágrimas de teus olhos; porque há galardão para o teu trabalho, diz o SENHOR, pois eles voltarão da terra do inimigo. E há esperança quanto ao teu futuro, diz o SENHOR, porque teus filhos voltarão para os seus termos. Raquel é representada como chorando por seus filhos, ou como que enlutada pelas tribos que foram levados para o cativeiro. No entanto, ela é consolada pela graciosa garantia do Senhor: “eles voltarão da terra do inimigo”. E assim aconteceu, e haverá um futuro ainda mais glorioso para o povo de Deus da antiga raça de Abraão!

 

18. Bem ouvi eu que Efraim se queixava, dizendo: Nunca haverá um penitente neste mundo que se queixe de que Deus não o ouviu! Não pense que um único grito penitencial de um coração contrito ficou sem ser ouvido! Isso não pode acontecer, os ouvidos de Deus são prestos para ouvir os clamores dos penitentes.

18. Castigaste-me e fui castigado, como novilho ainda não domado. “Eu suportei o castigo, mas não derivei qualquer benefício do mesmo. Não me arrependi do meu pecado, eu não me converti a Ti”.

 

18. Converte-me, e converter-me-ei, porque tu és o SENHOR meu Deus. Se o Senhor nos converter, nós seremos convertidos, seremos verdadeiramente convertidos, ou seja, transformados.

 

19. Na verdade que, depois que me converti, tive arrependimento; e depois que fui instruído, bati na minha coxa; fiquei confuso, e também me envergonhei; porque suportei o opróbrio da minha mocidade. Há alguém aqui relembrando o passado com terror, e lamentando diante de Deus por causa de seus pecados? Então, ouça o que Deus diz! Ele parece ecoar a voz de Efraim. Assim como Efraim lamenta-se, Deus lamenta-Se dele!

 

20. Não é Efraim para mim um filho precioso, criança das minhas delícias? Você pode esperar que a resposta seja: “Não, ele perdeu os direitos da infância. Ele tem sido desagradável e tem provocado a Deus”. No entanto, Deus não dá uma resposta assim como esta para as Suas próprias perguntas, antes Ele diz:

 

20. Porque depois que falo contra ele, ainda me lembro dele solicitamente. Não obstante o Senhor tê-lo ameaçado, e enviado profetas para prever o mal para Ele por causa de seu pecado, contudo Ele diz: “ainda me lembro dele solicitamente”.

 

20. Por isso se comovem por ele as minhas entranhas; deveras me compadecerei dele, diz o SENHOR. Oh! que discurso maravilhoso Deus faz aqui! Até mesmo o Deus infinitamente bendito representa a Si mesmo como passando por problemas a respeito de pecadores penitentes, lembrando deles em piedade e desejando ter compaixão deles.

 

21. Levanta para ti sinais, faze para ti altos marcos, aplica o teu coração à vereda, ao caminho por onde andaste; volta, pois, ó virgem de Israel, regressa a estas tuas cidades. Na travessia do deserto, os viajantes levantam montículos de pedra para lhes servir de direção em uma ocasião futura através daquele mar de areia sem veredas. E assim Deus os convida a levantarem sinais e fazerem altos marcos para que eles possam saber como voltar para Ele.

 

22. Até quando andarás errante, ó filha rebelde? Deus ainda pergunta misericordiosamente: “Por quanto tempo vocês procurarão consolo aqui e ali?”. Vocês nunca vão encontrá-lo até que vocês voltem para o seu Deus! O vazio está escrito sobre tudo até que o coração encontre o seu Salvador e Senhor!