Paz! Paz Perfeita!, Sermão Nº 3175. Destinado para ser publicado na quinta-feira, 16 de dezembro de 1909. Por C. H. Spurgeon, quando enfermo em seu quarto, em Menton, França.
“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.” (Isaías 26:3)
Como nós temos nos reunido neste quarto de enfermidade e todos vós quereis que vos fale, nós cuidadosamente entoaremos o hino que você acabou de cantar. É o Nº 730 no Hinário, Sacred Songs e Solos, ou o de Nº 7 no Christian Choir. Que o Divino Mestre nos leve às minas da verdade de Deus e nos mostre as coisas profundas de Deus!
“Paz! Paz perfeita! Neste tenebroso mundo do pecado?
O sangue de Jesus sussurra paz interior.”
Paz, sim, paz perfeita! Este é o Céu interior! Paz brilhando com uma luz celestial, mesmo na meia-noite deste mundo de preocupações. Não podemos desfrutar a verdadeira paz enquanto o pecado permanece na consciência. Bem pode o oceano ficar quieto enquanto uma tempestade se enfurece, ou descansarem as aves marinhas nas ondas quando a tempestade é uma mistura de terra e do céu? Quanto mais a consciência é iluminada, mais certamente ela proibirá a paz enquanto o pecado permanecer, pois seu veredito honesto é que o pecado merece a ira de Deus e deve ser punido. Toda compreensão vertical assente à justiça daquela dispensação pela qual “e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição” [Hebreus 2:2]. Para mim, quando fui convencido do pecado, parecia que Deus não poderia ser Deus se Ele não me punisse pelos meus pecados. Devido a essa convicção profunda, aquela grande verdade do Evangelho, “o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” [1 João 1:7], tornou-se uma mensagem celestial, mais doce do que a música das harpas dos anjos! Então eu vi, com surpresa feliz, que Deus em Cristo Jesus é justo e justificador daquele que crê. Para mim, a gloriosa doutrina da Substituição era um poço no deserto e ainda é assim. Eu acredito nela com toda a minha alma. Um homem honesto, se ele está em dívida, sempre estará em apuros até que o débito seja removido. Mas quando a dívida for paga, ele salta em liberdade e alegria! Quando eu soube que a minha enorme dívida do pecado havia sido totalmente paga pelo Senhor Jesus Cristo, que fez isso para todos os crentes, então, o meu coração esteve em paz! Como eu desejo que todos vocês possam se juntar a mim e ao Bispo Bickersteth, e cantarmos com ênfase:
“Paz! Paz perfeita! Neste tenebroso mundo do pecado?
O sangue de Jesus sussurra paz interior.”
O segundo verso continua a falar de:
“Paz! Paz perfeita! Por multidões de deveres pressionados?
Fazer a vontade de Jesus, este é o descanso.”
Esta paz é uma possessão presente e pode ser apreciada nas condições ordinárias da vida. Todos os que se mantêm em casa, cada dona de casa ocupada, todo homem que está muito ocupado com seu negócio, precisa desse versículo:
“Paz, paz perfeita, junto a multidões de deveres pressionados.”
Pois ser pressionado de perto por uma multidão de deveres não tende a trazer paz de espírito. Vocês não sabem como agir em meio a tudo o que vocês têm que fazer e parece haver muito a ser feito repentinamente. Se os deveres do mundo vêm de forma regular e vocês podem suportá-los como eles vêm, vocês podem estar em paz, apesar de incessantemente ocupados. Mas quando eles vêm correndo, desordenamente, não apenas uma coisa, mas 20 outras coisas, todas reivindicando serem feitas de uma só vez, então, a alma ansiosa tende a estar inquieta!! Ficamos primeiramente cansados e, depois, preocupados. Estar perfeitamente em paz em meio à grande pressa que nos invade com preocupações é uma condição muito abençoada da alma, e a única maneira de alcançá-lo é descrita na próxima linha do hino: “Fazer a vontade de Jesus, este é o descanso”.
Pois, ter certeza de que o que você está fazendo é o que Jesus quer que você faça é a paz! Feliz é a alma que está fazendo o que Jesus teria feito! Eu fiz essa pequena pergunta no Orfanato, para as crianças que liam: “O que Jesus faria?”. Isto, se temos mentes espirituais, será um dos melhores guias para nós quando estivermos em dificuldades, como sendo a próxima coisa para nós fazermos. Gostaríamos de fazer o bem, mas também muitas coisas boas estão presentes conosco; o que deve ser feito primeiro? Pois, saber a vontade de Jesus, e fazê-la, é permanecer na paz de Deus! O que não podemos fazer, vamos deixar com Ele, certos de que o nosso dever não reside na região do absolutamente impossível:
“Quando os obstáculos e provações parecem
Ser como muros da prisão,
Eu faço o pouco que posso fazer,
E deixo o restante para Ti.”
Deus entra com a Sua graça, onde o impossível nos exclui. Há duas coisas que nunca precisam nos preocupar: o que podemos fazer e o que não podemos fazer. O que resta?
O versículo seguinte é muito doce:
“Paz, paz perfeita! Com dores surgindo ao redor?
No seio de Jesus nada senão calma é encontrada.”
Oh, essas tristezas! Dores de doenças em nós mesmos e nos outros. Lutos, perdas e cruzes na vida diária. Incapacidades para socorrer e depressões de espírito. Estes dois últimos são, por vezes, o pior de tudo, pois, então, a tristeza vai direto para o coração e torna-se tristeza de fato! Todas as águas do oceano são como nada para o navio, desde que sejam mantidos fora, mas quando elas entram na cabine de segurança do coração e começam a encher o porão do coração, então estamos em perigo:
“Paz, paz perfeita! Com dores surgindo ao redor.”
Isto é o dedo de Deus. Não está de acordo com a natureza de um homem ser tão feliz quando ele está na adversidade como quando na prosperidade. Mesmo quando “triste” estar “sempre alegre” é um paradoxo realizado somente por alguém que conhece a próxima linha:
“No seio de Jesus nada senão calma é encontrada.”
Posição maravilhosa! Permitam que nos maravilharemos com a calma profunda que vem dela. Tenho por vezes notado muitos pintinhos aninhados sob as asas de sua mãe, empurrando as suas cabecinhas debaixo de suas penas, parecendo tão quente e aconchegante que eles não parecem saber que estava frio no grande mundo lá fora! Perto do seio de sua mãe eles cacarejavam muito felizes e estavam completamente não afetados pelas geadas da noite ou os calafrios do dia. Assim, lemos: “Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e broquel” [Salmos 91:4]. Nós nos achegamos a Jesus e encontramos abrigo e segurança nEle, assim como os pintinhos sob as asas de sua mãe. É assim com cada um de vocês? A salvação presente deve render-lhes consolação presente e ela fará isso, se vocês agirem de acordo com a sua posição e privilégio. Contém o seu sofrimento a Jesus! Deixem o seu sofrimento com Jesus! Levem a sua tristeza para Ele. Levem a sua tristeza para Ele e depois vejam que paz, a paz perfeita, vocês poderão desfrutar, mesmo “com dores surgindo ao redor”. O verso seguinte servirá para nós que estamos, por um tempo, a milhares de quilômetros de casa:
“Paz! Paz perfeita! Com entes queridos distantes?
Guardados em Jesus nós e eles estamos seguros.”
Sim, a querida esposa está em casa. Nós não sabemos como as coisas estão indo lá com as crianças, e os servos, e os trabalhadores. Todos os tipos de coisas são deixados como encargos sobre os entes queridos em casa. Deixamos nossa amada com o nosso Deus e de longe recomendamos a casa a Deus, que está presente em toda parte. Um filho errante, uma filha rebelde: nós os deixamos todos com Jesus. É ordenado pela providência de Deus que esses entes queridos estejam muito longe e, por isso, é certo que deve ser assim. Sim, aquilo que Deus aponta é certo e deve estar certo. A distância ordenada do Céu é melhor do que a proximidade por nossa própria escolha! Como é doce essa linha:
Guardados em Jesus nós e eles estamos seguros.”
Eles estão seguros também! Está tudo bem com eles. Nós não podemos vê-los, mas eles estão sob os olhos de Jesus. Eles estão tão próximos a Ele como estamos e, à Sua guarda eles estão tão seguros como nós. Quando eu era muito criança, eu vivi tanto tempo com o meu avô que ele se tornou tudo para mim. E quando eu o deixei, parecia que ia para o meio de estranhos. E lembro-me que o vovô tentou me consolar dizendo: “Ah, filho! Você está indo para longe de Stambourne; mas a mesma lua brilhará onde você está indo! Será sempre a mesma lua”. Muitas vezes, eu olhava para a lua e lembrava que o vovô estava olhando para ela também, e assim nós não estávamos tão longe um do outro. É um doce conforto pensar que há a mesma providência vela sobre os nossos entes queridos que estão longe, do outro lado do globo, na Austrália, como tem cuidado de nós, que estamos aqui reunidos. A ausência de amigos não deve romper a nossa paz interior.
Alguns são naturalmente ansiosos e inquietos e isso está mais nos pensamentos daqueles que estão fora. Eu estava agora falando com uma amiga que tenta deixar seus problemas com o Salvador, mas logo os toma de novo os leva para suas próprias costas. Ela lança seus fardos sobre o Senhor e, em seguida, inclina seus próprios ombros cansados para o fardo. Isso, ela confessou, havia feito muitas vezes. Eu disse a ela: “Você mantém o seu dinheiro em um banco?”. “Sim”, ela respondeu. “Então”, eu disse: “é bom para nós dois que eu não sou seu banqueiro”. “Por quê?”, Ela perguntou. “Porque”, eu respondi, “se você depositasse £100 comigo, e depois voltasse em cinco minutos e perguntasse se o seu dinheiro estava seguro, eu teria que assegurar-lhe que não poderia estar mais seguro. Então, você provavelmente iria querer vê-lo, e eu diria: ‘Aqui está o seu dinheiro. Você pode sacá-lo de uma só vez’”. Eu não ficaria muito satisfeito se no dia seguinte você viesse de novo e repetisse sua pergunta, e fizesse uma inspeção pessoal. Eu temo que eu diria a você: “É melhor você ficar com o seu dinheiro e cuidar dele você mesma, pois é evidente que você tem pouca ou nenhuma confiança em mim”. De qualquer forma, embora eu pudesse guardá-lo, esta seria uma conduta muito provocadora. Não devemos falar sobre confiança em nosso Senhor Jesus e, em seguida, retira-la ao primeiro sinal de problema ou dificuldade! “Nós e eles estamos seguros”. Uma convicção segura desta verdade não nos banhará nos mares da paz celestial? Ó Senhor, faça assim com todos nós!
Agora, para o verso cinco:
“Paz! Paz perfeita! É o nosso futuro totalmente desconhecido?
Jesus, nós conhecemos, e Ele está no trono.”
Esse é o fim de todas as dúvidas sobre o futuro: “Ele está no trono”. Sua mão está no leme para conduzir o navio. Ele está no lugar de governo soberano, nada pode acontecer, senão o que Ele ordena ou permite. Ah, queridos amigos! Alguns de nós precisamos nos lembrar de tal verso como este! Nós saímos deste lugar e fomos para casa há um ano atrás, nós dois, tão felizes quanto pássaros poderiam estar; e dentro de poucos dias um tinha perdido sua esposa, e o outro um querido amigo, e depois outro. Nós não tentaremos olhar por esse telescópio que desvenda o futuro. Pode ser que as cenas sombrias nos assustem, antes de alcançarmos a luz eterna. Nós não sabemos, e não precisamos querer saber o que está reservado para nós, pois esta grande e confortadora verdade de Deus é encontrada em tudo:
“Nós conhecemos a Jesus, e Ele está no trono.”
Nós podemos muito bem deixar todas as coisas com a nossa Cabeça coroada! Acho que nenhum de nós gostaria de contradizê-lO, nem ter nada planejado de forma diferente daquela que a Sua amorosa mente aponta. Se Ele é por nós, nesta tarde, e dissesse a cada um de nós: “Meu filho, eu arranjei o seu caminho em terno amor e sabedoria”, nenhum de nós desejaria que fosse de outra forma. Se Ele nos dissesse: “Eu tenho designado tal-e-tal”, poderíamos dizer a Ele, como disse José a Jacó: “Não assim, meu pai” [Gênesis 48:18], e desejaríamos que Ele cruzasse as mãos com as quais Ele nos guia tão sabiamente? Não questionaríamos pela bênção de mão cruzada? Deixe o Rei ser um rei, e fazer o que bem Lhe parecer! Que possamos não só dizer isso, mas permanecer nisto na hora da tentação:
“Paz! Paz perfeita! A sombra da morte está sobre nós e os nossos?
Jesus venceu a morte e todos os seus poderes.”
A morte é o último inimigo, porém ela é “o último inimigo a ser aniquilado” [1 Coríntios 15:26]. Ela não pode tocar em um filho de Deus! Apenas a sua sombra pode cair sobre nós. Que coisa pequena é essa! A sombra de uma espada não pode matar, a sombra de um cachorro não pode morder, a sombra de um leão não pode dilacerar e a sombra da morte não pode destruir!
“A sombra da morte está sobre nós e os nossos.”
Bem, bem, nós não somos bebês bobos que podem se assustar com a sombra, pois:
“Jesus venceu a morte e todos os seus poderes.”
Ele fez isso por meio de Sua própria morte e ressurreição! Esta ressurreição transforma a morte em outra coisa bem diferente do que era antes. A morte costumava ser como uma caverna negra nas montanhas. Homens disseram que muitos tinham caminhado para ela, mas que jamais alguém havia saído dela. Era uma caverna terrível, que tudo devora, mas Jesus, ao passar por ela, transformou a caverna em um túnel! Ele entrou no lado sombrio, mas Ele não permaneceu no coração da terra, Ele ressurgiu no outro lado. De modo que, a morte é agora somente o caminho para o céu e a imortalidade!
Tenho ouvido falar de uma anciã Cristã em Plymouth que havia sido por muitos anos incomodada com o medo da morte, mas ela superou isso e ficou muito feliz e contente ao falar sobre sua partida. Ela vivia em seu próprio quarto e uma noite ela disse para os amigos na casa: “Eu acredito que verei o Senhor amanhã”. Foi numa noite de sábado, ela falou assim e, de acordo com o seu desejo, não a perturbaram pela manhã. Mas como eles não ouviram nada dela na medida em que o dia passou, eles foram para o quarto dela próximo ao meio-dia e, com certeza, ela estava com o seu Senhor! Em um pedaço de papel que estava em sua cama, encontraram estas linhas escritas:
“Uma vez que Jesus é meu, eu não temerei despir-me,
Mas alegre lançarei fora estas roupas de barro.
Pois morrer no Senhor é uma bênção do Pacto,
Visto que Jesus para a glória, pela Sua morte, abriu o caminho.”
Essa é a maneira de olhar para isto!
“Paz, paz perfeita, “A sombra da morte está sobre nós e os nossos?
Jesus venceu a morte e todos os seus poderes.”
Em seguida, vem o último verso:
“Isso é suficiente! Lutas da Terra em breve cessarão,
E Jesus nos chama para a perfeita paz do Céu.”
Caros amigos, é muito importante que nós, como povo Cristão, não apenas falemos sobre essa paz e creiamos nela, mas que a apreciemos e a demonstremos! Acredito que para alguns de vocês, a melhor maneira em que você pode honrar a Deus e ganhar outros para Cristo é, exibindo um tranquilo e alegre estado de espírito, especialmente na doença. Nada é tão convincente para homens ímpios como ver Cristãos muito calmos em tempos de perigo, muito resignados na hora da aflição, muito pacientes sob provocação e conduzindo todas as coisas como Cristãos — devemos leva-las para a mão de Deus! Eles são atingidos com isto, pois é tão diferente do que sentem dentro de si! Quando sua terra treme, quando seus fundamentos são removidos, quando a sua saúde se vai, quando os seus confortos terrenos são levados, o que eles deixaram? Mas você e eu temos tanto restante quando todas essas coisas já se foram como tivemos antes! Embora tenhamos confortos terrenos, nós aprendemos a ver Deus em todos eles. E quando eles são retirados, nós vemos todos eles em Deus. Mas os ímpios não têm esse maravilhoso senso de plena posse de todas as coisas, que é a alegria peculiar dos herdeiros da salvação!
Vocês e eu somos como Jacó. O Senhor disse-lhe: “esta terra, em que estás deitado, darei a ti” [Gênesis 28:13]. Vocês têm apenas que se deitar sobre uma promessa e vocês podem reivindicá-la para si mesmos, esta é sua pela Carta Magna da fé! Vão para a Bíblia e toda promessa que vocês encontram lá dirigida a um filho de Deus, deitem-se sobre ela e assim ela se tornará sua, assim será! Lembrem-se de como o Senhor falou a Abraão: “Levanta agora os teus olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o lado do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente; porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti” [Gênesis 13:14-15. Vamos acreditar que Deus nos deu todas as coisas, dando-nos o Seu Filho:
“Este mundo é nosso, e os mundos que estão por vir,
A Terra é a nossa pousada, e o Céu a nossa casa.”
Devemos obter esta paz perfeita de que agora temos cantado e falado. Admiro em alguns dos santos seu autocontrole, sua grande calma e profunda serenidade de espírito. Não é tudo, mas é algo muito grande. É tanto mais necessário agora porque o mundo está com tanta pressa. É necessário para nós quando estamos fracos e em sofrimento, e quando estamos rodeados de preocupações e tristezas. No entanto, é tão valiosa quando somos fortes e jovens, e o conforto nos tentar ao redor. Oh, que o mundo possa ver que temos uma paz que não pode ser tirada de nós pela força ou pela fraude! Eu não gosto muito desta palavra de Addison: “Venha aqui, meu jovem, e veja como um Cristão pode morrer”. Parece muito teatral. Mas eu gostaria que fosse assim conosco para que os homens pudessem vir ao lado, para ver como um Cristão pode viver! Oh Senhor que dá a paz, dai-nos a Sua paz e graça para mantê-la até o fim!
***
Uma Exposição de Oséias 14, Por C. H. Spurgeon
Verso 1a. Converte-te, ó Israel, ao SENHOR teu Deus. “Bendizei o Seu nome, pois Ele ainda é o seu Deus! Por mais que você tenha apostatado, você não perdeu o seu direito de reivindicá-lo como Seu Deus, pois Ele é seu eternamente por uma promessa fixa. E porque Ele ainda é o seu Deus, a Sua benignidade eterna o atrai a voltar a Ele”.
1b. porque pelos teus pecados tens caído. “Você perdeu os seus confortos, você se tornou miserável criatura desprezível. Você caiu por sua iniquidade, esta é a véspera de todo o mal, o pecado é a semente de toda a sua ruína! Livre-se dele e você terá em breve o seu conforto de volta”.
2a. Tomai convosco palavras, e convertei-vos ao Senhor; dizei-lhe: Veja, ele coloca as palavras em sua boca, como se Ele se sentisse persuadido se você dissesse: “Senhor, eu não posso fazer uma oração aceitável”, Ele faz uma para você, que têm se desviado muitíssimo, e tem por longo tempo se extraviado, você não tem nenhuma desculpa: “convertei-vos ao Senhor; dizei-lhe”.
2b. Tira toda a iniquidade, e aceita o que é bom; e ofereceremos como novilhos os sacrifícios dos nossos lábios. “Nossa gratidão Te dará tal sincero louvor que não será como o sacrifício delgado do judeu, quando oferecia as rolas ou os pombinhos, mas lhe daremos do nosso louvor como saudável sacrifício tal como quando o devoto israelita trazia o novilho, o melhor de seus animais para serem oferecidos sobre o altar do seu Deus. Semelhantemente, vamos oferecer-Lhe os bezerros de nossos lábios”.
3a. Não nos salvará a Assíria. Desviado, você foi colocar a sua confiança em qualquer lugar, a não ser em Deus, na esperança de encontrar conforto no mundo e no pecado? Então faça esta confissão: “Não nos salvará a Assíria”.
3b. Não iremos montados em cavalos. Estes eram a confiança dos egípcios, e os israelitas em vão tentaram imitar seus vizinhos poderosos e ricos. Portanto, não vamos colocar a nossa confiança na força da cavalaria.
3c. E à obra das nossas mãos já não diremos mais: Tu és o nosso deus. Feliz é o homem que se desvia de todos os ídolos e confia somente em Deus! É uma marca de retrocesso muita sombria, quando começamos a fazer de nossos negócios, nossas famílias, nossos prazeres e nossa saúde física os objetos de tal consideração que praticamente lhes dizemos: “Vós sois nossos deuses”.
3d, 4. porque por ti o órfão alcança misericórdia. Eu sararei a sua infidelidade, eu voluntariamente os amarei; porque a minha ira se apartou deles. Eternamente se afastou a ira através da completa expiação e propiciação de Jesus Cristo!
5a. Eu serei para Israel como o orvalho. O orvalho é dom de Deus e assim é a graça Divina! O orvalho cai silenciosamente, mas copiosamente, e orvalha tanto a folha quanto a raiz suficientemente. “Eu serei para Israel como o orvalho”, é uma promessa para o homem de fé, o homem de oração, o homem que pode suportar a prova: “Eu serei para Israel como o orvalho”.
5b. Ele florescerá como o lírio. É o “narciso”, no original, o narciso amarelo no Oriente surge depois de um orvalhar, onde você não poderia ter percebido nada antes. No entanto, há a ideia de fragilidade neste, por isso é compensado pelo próximo.
5c. E lançará as suas raízes como o Líbano. Depois de ter crescido para cima, você deve crescer para baixo, e crescer para baixo, embora possa não ser tão agradável, é tão excelente como o crescimento para cima, de modo que a promessa para você é: “Ele florescerá como o lírio, e lançará as suas raízes como o Líbano”.
6a. Estender-se-ão os seus galhos. Isto é crescer lateralmente. Portanto, o crente espalha seus ramos de profissão pública e testemunho, depois de ter-se enraizado profundamente na fé e tendo crescido em amor a Deus! Então ele começa a espalhar sua sombra sobre os filhos dos homens, dizendo:
“Para os pecadores ao redor,
Que querido Salvador ele encontrou.”
6b. E a sua glória será como a da oliveira. Isto consiste basicamente em sua fecundidade. É sempre a mais bela oliveira a que tem mais frutos. Assim, o Cristão frutífero terá a beleza da oliveira. Além disso, o azeite está sempre fresco e a beleza do Cristão é de um tipo que nunca se desvanece. Há um velho ditado: “A beleza logo se desvanece”, mas isso não significa a beleza do Cristão, pois esta nunca se desvanece, nem na vida, nem na morte, nem na eternidade!
6c. E sua fragrância como a do Líbano. Ou seja, a santa influência de sua vida e conversa deve ser tão perfumada para Deus e os homens como são os perfumes exalados pelas doces flores sobre os lados do Monte Líbano.
7a. Voltarão os que habitam debaixo da sua sombra. Seus filhos, seus servos e sua congregação serão abençoados por sua influência graciosa. Como da árvore Upas cai veneno mortal, semelhantemente da árvore da Graça em um Cristão cai gotas de vida sobre as almas mortas!
7b. Serão vivificados como o trigo. Que de repente surge no Oriente após o cair da chuva.
7c. E florescerão como a vide. Os ramos devem, por sua vez tornarem-se frutíferos.
7d. A sua memória será como o vinho do Líbano. Nossos familiares e as famílias devem ser tão bem-ordenados que não somente nós, pessoalmente, mas todos em nossa casa tenham uma influência celestial, um aroma abençoado a todos ao nosso redor.
8a. Efraim dirá: Que mais tenho eu com os ídolos? Deixemos esta questão também circular em nossas fileiras, “que mais tenho eu com os ídolos? Eu, que sou comprado com o precioso sangue de Jesus? Eu, que sou chamado pelo nome de Jesus? Eu, que fui batizado na Santíssima Trindade, o que eu tenho mais com os ídolos?” Você pode fazer um ídolo de seu filho ou filha. Você pode fazer um ídolo daquela sua casa ou jardim. Você pode fazer um ídolo do seu negócio ou profissão. Não faça isso, peço-te, mas diga assim: “Que mais tenho eu com os ídolos?”
8b. Eu o tenho ouvido, e cuidarei dele; eu sou como a faia verde. Aquilo é o que diz Efraim, e isso é o que Deus diz.
8c. De mim é achado o teu fruto. Nós nunca somos tão frutíferos como quando derivamos todo o nosso fruto de Deus! Nós sempre brilhamos na luz emprestada e somos sempre fecundos em uma fecundidade emprestada.
9a. Quem é sábio, para que entenda estas coisas? Quem é prudente, para que as saiba? Porque os caminhos do Senhor são retos. Será que o seu espírito murmura dizendo que estes não estavam certos? Por que você tem tido alguma tribulação dolorosa, o seu espírito murmurante diz que eles não são retos? Eles são seguramente retos e você verá isso é assim, um dia! “Os caminhos do Senhor são retos”.
9b. E os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão. Mesmo nos bons caminhos de Deus, os transgressores não podem permanecer, eles caem, mesmo quando eles tentam louvar a Deus, ou orar a Ele; e isto é uma triste prova da profunda depravação do homem, que, mesmo quando ele está envolvido na adoração a Deus, a coisa que é em si mesma boa, torna-se desagradável a Deus por causa do pecado que certamente é misturado com ela!