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Uma Declaração dos Papéis Complementares da Igreja e da Família

Prefácio

A igreja e a família são as duas instituições que Deus criou para a propagação do Seu Evangelho da graça e o discipulado do Seu povo. Isso implica que essas duas instituições são as mais importantes do mundo.

A Declaração do NCFIC (National Center for Family Integrated Churches) busca extrair conclusões bíblicas sobre a integração e interação dessas duas instituições ordenadas por Deus na esperança de ver uma reforma bíblica em nossos dias. Ela define e discute os vários papéis e responsabilidades das igrejas, famílias e indivíduos para a glória de Deus.

Oramos para que o Senhor use essa declaração para ajudar as Suas igrejas a lembrar e recuperar os papéis complementares da igreja e da família definidos pela Bíblia e a reformá-los de acordo com as Escrituras. Isso inclui expor os erros das famílias que negligenciam ou minimizam o papel crucial da igreja local, bem como os erros das igrejas que negligenciam ou minimizam a sua responsabilidade de ensinar a masculinidade e a feminilidade bíblicas e a vida familiar.

A Bíblia retrata igrejas, indivíduos e famílias integrados, não segregados. Isso contrasta fortemente com as igrejas modernas que fragmentam as famílias, bem como com as famílias que negligenciam ou rejeitam a autoridade das igrejas de Cristo, o que é prevalecente nos dias de hoje. Portanto, essa declaração define e defende a importância da integração geracional como um modelo bíblico para a vida da igreja visando a glória de Cristo, o bem do Seu povo e a reforma das Suas igrejas compradas por Seu sangue.

Nós temos orado para que a igreja do século XXI veja mais famílias integradas na igreja e mais igrejas integradas como família que abracem completamente as doutrinas bíblicas que as definem e adornam.

Scott T. Brown, Presidente do NCFIC

 


Uma Declaração sobre os Papéis Complementares da Igreja e da Família

Uma declaração do século XXI baseada na autoridade e suficiência das Escrituras para a necessidade de harmonia e ordem bíblica entre das instituições separadas, mas complementares, da igreja local e da família.

Introdução

Em nome do Senhor Jesus Cristo, nós cremos que a igreja e a família são instituições ordenadas e estabelecidas pelo soberano Deus triuno que criou os céus e a terra. A infalível revelação de Deus, a Bíblia, revela que tanto a igreja quanto a família são partes integrantes do desdobramento do Seu propósito eterno de glorificar a Si mesmo, comunicar o Evangelho de Jesus Cristo ao mundo e “discipular todas as nações”, ensinando-os a observar tudo o que Ele ordenou (Mateus 28:16-20; 2 Timóteo 3:16). Esse Evangelho da graça de Deus, revelado por meio de Jesus Cristo, é entregue a cada geração pela proclamação fiel da Palavra de Deus por meio da igreja (Salmos 145:4; Lucas 4:18; 1 Coríntios 15:1-3; 1 Timóteo 3:15; 2 Timóteo 4:2-4). Além disso, Deus ordena aos pais cristãos que criem os seus filhos “na doutrina e na admoestação do Senhor” (Efésios 6:4), o que inclui evangelizar os seus filhos no Evangelho da graça e ensinar-lhes os tesouros da sabedoria e do conhecimento que Cristo revelou e ordenou em Sua Palavra (Deuteronômio 6:1-8; Colossenses 2:3; 2 Timóteo 3:14-15). As esferas complementares e os papéis bíblicos da igreja e da família, conforme estabelecidos nas Escrituras, são cruciais para o cumprimento da Grande Comissão. Por causa disso, o mundo, a carne e o Diabo empreendem uma guerra feroz e implacável contra a igreja de Jesus Cristo e a organização bíblica da família. Consequentemente, os cristãos devem se levantar para defender a organização bíblica da igreja e da família sem concessões.

Um Tempo de Guerra Espiritual

Essa declaração surge de tempo de guerra espiritual em que a igreja está adotando padrões culturais e comprometendo elementos críticos da vida da igreja, resultando em um colapso generalizado da vida familiar bíblica. A falta de entendimento e a infidelidade à Palavra de Deus nas igrejas locais e nos lares de famílias cristãs professos tem contribuído para esse declínio do cristianismo bíblico e tem colocado em perigo a condição da vida familiar bíblica em nossas igrejas. O manejo infiel (1 Timóteo 4: 1) ou incompetente (2 Pedro 3:16) da Palavra de Deus na igreja leva a práticas antibíblicas. Essas práticas e tradições humanas antibíblicas contribuem para a destruição da vida da igreja e da família, o que traz mais danos a nossos filhos e, por fim, causa o colapso de uma sociedade piedosa. Essas tradições humanas minimizam e até substituem a revelação autoritativa de Deus (Colossenses 2:8). Isso tem tornado a igreja de Jesus Cristo mais vulnerável a falsos ensinos derivados do feminismo, do humanismo secular, da psicologia secular, do darwinismo, do marxismo e de outras ideologias antibíblicas. Esses enganos vãos são comuns em nossa sociedade e se infiltraram em muitas igrejas que adotaram paradigmas mundanos para a vida da igreja e da família. Em vez de serem definidos pelos elementos unificadores da ordem bíblica para culto e o discipulado, as igrejas locais são frequentemente conformadas a filosofias contemporâneas, seculares e pragmáticas que segregam, dividem e arruínam a ordem bíblica (Filipenses 1:27-28). Em vez de a Palavra de Deus ser nossa sabedoria e entendimento diante das nações (Deuteronômio 4:6), adotamos os caminhos dos não regenerados e nos conformamos com as convenções da cultura contemporânea. Um dos frutos amargos dessa concessão são igrejas e famílias fracas e fragmentadas.

Soluções

Nós cremos que a solução bíblica para esse problema é confessar as nossas práticas erradas, arrepender-nos de nossos erros e nos amoldarmos ao padrão revelado por Deus. Devemos confessar nossos fracassos e rejeitar as tradições humanas e antibíblicas que invalidam a Palavra de Deus (Marcos 7:13). Então, devemos crer de todo coração, seguir e ensinar tudo o que Deus ordenou em Sua Palavra. Desse modo, tanto a igreja como a família terão força para honrar os mandamentos, padrões e preceitos do Senhor Jesus Cristo, o cabeça da igreja, e serão fortalecidas para servi-lO mais fielmente neste mundo, obedecendo-Lhe em amor.

Nossa oração fervorosa é que Deus levante igrejas nas quais as Escrituras sejam honradas, proclamadas e obedecidas como a única regra tanto para a doutrina quanto para a prática; resultando no fortalecimento de igrejas e de famílias através da rejeição de todas as doutrinas e práticas antibíblicas. Como resultado, a igreja e a família estarão capacitadas para fazer discípulos de Jesus Cristo de um modo biblicamente fiel e para edificar a casa de Deus de acordo com a Sua vontade.

A Importância desta Declaração

Embora essa afirmação aborde questões importantes sobre a vida da igreja e da família com consequências significativas para o bem e para o mal, não cremos que a forma como a igreja e a família se cruzam seja a questão mais urgente diante da igreja moderna. Antes, a questão mais urgente na igreja hoje é a comunicação e aceitação do verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo, resultando em total confiança e obediência a Ele, conforme revelado nas Escrituras (Mateus 28:16-20). Portanto, a necessidade de falar sobre essa questão da vida da igreja e da família nesse momento da história surge de um problema significativamente mais profundo do que os papéis complementares da igreja e da família. Esse problema mais profundo é a rejeição moderna das Escrituras como plenamente suficiente para a vida da igreja e da família e a necessidade de retornar à ordem bíblica na igreja e na família. A questão subjacente da autoridade e suficiência das Escrituras está no centro desta declaração.

Nossa Intenção

Nesta declaração, procuramos identificar requisitos bíblicos específicos tanto para a igreja como para a família, para reconhecer vários desvios modernos da Palavra de Deus concernentes à igreja e à família, e apresentar o ensino escriturístico que aborda alguns dos problemas na igreja e nas relações familiares.

Artigo I – A Escritura É Suficiente

Nós afirmamos que o nosso Deus todo-sábio revelou a Si mesmo e a Sua vontade em uma revelação completa — os sessenta e seis livros do Antigo e Novo Testamentos — que são totalmente suficientes em conteúdo e clareza para tudo que diz respeito à vida (salvação) e piedade (santificação), incluindo a ordem da igreja e da família (Deuteronômio 30:11-14; 1 Coríntios 11:1-12, 14:34; Gálatas 1:8-9; Efésios 5:22-6:4; 1 Timóteo 3:15; 2 Timóteo 3:16-17; Hebreus 1:1-2; 2 Pedro 1:3-4).

Nós negamos/rejeitamos que a Palavra de Deus seja inadequada para a vida da igreja e da família e que precisamos adotar as tradições humanas da filosofia, psicologia, pragmatismo, entretenimento, modelos corporativos de negócios ou modernas técnicas de marketing.

Artigo II – Cristo é o Cabeça da Igreja

Nós afirmamos que nosso Senhor Jesus Cristo é o cabeça de Sua igreja, tendo-a comprado com Seu próprio sangue, e que Ele a governa pelo Seu Espírito Santo através da Sua Palavra a fim de dar a conhecer a multiforme sabedoria de Deus e trazer glória a Si mesmo (Deuteronômio 8:3; Mateus 28:18-20; João 17:17; Atos 20:28; Efésios 1:19-23, 3:10, 4:15, 5:23; Colossenses 1:18).

Nós negamos/rejeitamos todas as invenções e regras criadas pelo homem que desconsideram a Palavra de Deus, exaltam o homem e usurpam a liderança do Senhor Jesus Cristo em Sua igreja.

Artigo III – A Única Esperança é Jesus Cristo e o Seu Evangelho

Nós afirmamos que a única esperança para a igreja, a família e o mundo caído é o Evangelho do Senhor Jesus Cristo (Malaquias 4:6; Lucas 1:17; João 14: 6; Atos 2:39, 4:12, 16:30-34; Efésios 2:12-13).

Nós negamos/rejeitamos que haja alguma esperança para a igreja, a família e para o mundo caído, à parte de Jesus Cristo e do Seu Evangelho, ou que os membros da família sejam capazes de desempenhar as suas funções, serem adequadamente reformados ou vivenciar a verdadeira bênção, exceto pelo poder do Evangelho salvando e santificando os seus membros.

Artigo IV – Deus Criou a Igreja e a Família

Nós afirmamos que o Deus Todo-Poderoso é o soberano Criador e Preservador do Seu povo e que todas as instituições que trazem bênçãos para a humanidade, incluindo a igreja e a família, são dignas de nossa honra e humilde obediência à Sua Palavra (Gênesis 1:28; Salmos 46:1, 77:13-15, 95:6-7, 100:3, 119:73; Provérbios 18:10; Mateus 16:18, 19:6; João 14:15; Colossenses 1:16-17; Tiago 1:17; 1 Pedro 4:19).

Negamos/rejeitamos que nós, sendo meras criaturas, tenhamos o direito de remodelar a igreja e a família de acordo com nossas vãs imaginações mudando o governo, culto, discipulado, papéis de gênero, atribuição de responsabilidades prescritos por Deus ou qualquer outro padrão normativo revelado na Escritura.

Artigo V – A Igreja é Eterna Enquanto a Família É Temporal

Nós afirmamos que a igreja é a noiva de Cristo e a família de Deus, e que no céu as pessoas “nem se casam nem são dadas em casamento”, indicando que a família, que é parte da ordem da criação, estabelecida para o cumprimento do mandato de domínio da terra, deixa de existir no céu, mas que na terra e em Cristo, a família se torna um meio para a demonstração da relação entre Cristo e a Sua igreja e para a criação de filhos na “disciplina e admoestação do Senhor” (Gênesis 1:26-28, 18:19; Malaquias 2:15; Mateus 22:29-32; Efésios 5:22-33, 6:1-4).

Nós negamos/rejeitamos a noção de que a família substitui a igreja no tempo, função ou no lugar estratégico e eterno que a igreja ocupa no plano de redenção, no reino de Cristo e no cumprimento da Grande Comissão.

Artigo VI – As Famílias Podem Ser Divididas pelo Evangelho

Nós afirmamos que o Evangelho pode dividir famílias, porque o Evangelho pode “colocar um homem contra o seu pai”, que “aquele que ama o pai ou a mãe mais do que a Mim não é digno de Mim”, e que importa mais obedecer a Deus do que o homem, se houver algum conflito entre os mandamentos de um marido ou de um pai e os mandamentos de Deus (Mateus 10:35-37; Atos 4:19-21, 5:21).

Nós negamos/rejeitamos que a lealdade à família deva alguma vez substituir a obediência a Deus, conforme estabelecido em Sua Palavra, e fazer da família um ídolo.

Artigo VII – A Igreja e a Família são Complementares em Papel e Função

Nós afirmamos que a igreja e a família foram concebidas para serem complementares, compatíveis e harmoniosas, porque a família recebe o mandamento de levantar uma “descendência piedosa” para a geração seguinte e é o campo de prova para os líderes da igreja, enquanto a igreja é responsável por fornecer à família a sua instrução, disciplina, proteção, comunhão e culto (Malaquias 2:15; Atos 2:42; Efésios 6:1-4; 1 Timóteo 3:1-13; Tito 1:6-9).

Nós negamos/rejeitamos que a igreja e a família tenham objetivos conflitantes; e que a igreja ou família possam desconsiderar os mandamentos de Deus para a igreja e a família quanto ao culto, à instrução, à disciplina, à comunhão ou às missões.

Artigo VIII – Os Presbíteros Devem Governar Bem as suas Famílias

Nós afirmamos que um lar ordenado pela Bíblia, incluindo o modo pelo qual um presbítero ama a sua esposa e cria os seus filhos, é de grande importância para a igreja, porque os presbíteros são qualificados e provados em parte pela maneira como administram a os seus lares bem como pela reação da família ao seu governo. “Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?” (1 Timóteo 3: 4-5; Tito 1: 5-9).

Nós negamos/rejeitamos que as qualificações bíblicas para a vida familiar de um presbítero ou de um potencial presbítero devam ser descartadas ou minimizadas ou que as igrejas possam ignorar a capacidades dos pais para liderar as suas próprias casas de acordo com a Palavra de Deus, educando os seus filhos “na doutrina e na admoestação do Senhor”, e tendo seus “filhos em sujeição, com toda a modéstia” (Efésios 6:1-4; 1 Timóteo 3:4).

Artigo IX – A Igreja e a Família Fornecem Jurisdições Sobrepostas

Nós afirmamos que a igreja local e a família são separadas, mas fornecem jurisdições sobrepostas de modo que cada membro da família que é membro de uma igreja local esteja sob a instrução e correção daquele corpo local, onde a autoridade divina delegada é exercida para a capacitação, maturação, admoestação e fortalecimento da família e para conter o mal, enquanto ao mesmo tempo a igreja local deve reconhecer e defender a jurisdição da família (Mateus 16:18, 18:15-17, 28:19; 1 Coríntios 4:15, 5:11-13, 7:3-5; Efésios 4:12, 5:22-33, 6:1-4; 1 Tessalonicenses 5:12-13; 1 Timóteo 3:1, 14-15; 5:17; Tito 1:7, 9; Hebreus 13:7, 17; 1 Pedro 5:3).

Nós negamos/rejeitamos como não bíblico o conceito da família autônoma em isolamento total ou insubordinado à igreja, bem como a igreja tirânica que pisoteia ou menospreza o exercício legítimo da autoridade dentro da família.

Artigo X – A Igreja é Essencial para a Vida Familiar Bíblica

Nós afirmamos que o envolvimento bíblico em igrejas locais, incluindo seus cultos de adoração, reuniões, pregações, ordenanças, relacionamentos, evangelismo, orações e instrução, é necessário para a capacitação de indivíduos e famílias para que cumpram a sua missão ordenada por Deus (Romanos 12:10, 13; 15:5; 1 Coríntios 11:33, 12:25; Efésios 4:11-12, 5:19; 1 Tessalonicenses 4:18, 5:11; Hebreus 10:24-25; Tiago 5:16; 1 Pedro 4:10).

Nós negamos/rejeitamos que a família possa substituir a igreja, que a igreja local desempenhe um papel menor na vida de uma família ou que a família deva negligenciar a igreja do Senhor Jesus Cristo.

Artigo XI – A Igreja é uma Família de Crentes que Inclui Famílias

Nós afirmamos que as igrejas locais são famílias espirituais da fé e que as congregações da igreja visível incluem indivíduos e unidades familiares que devem ser cuidadas e fortalecidas pela igreja para que cumpram os seus papéis ordenados por Deus, não apenas como indivíduos, mas também como famílias (Efésios 4:1-32, 5:22-33, 6:1-4; 1 Timóteo 3:15; 1 Pedro 3:1-7).

Nós negamos/rejeitamos a tendência atual nas igrejas que ignoram a unidade familiar, que está cega quanto à fortalecê-la, a segrega sistematicamente e não capacita adequadamente os seus membros para serem membros fiéis da família.

Artigo XII – A Revelação Bíblica É Suficiente para o Culto e o Discipulado

Nós afirmamos que a doutrina bíblica, os princípios e preceitos que Deus revelou em Sua Palavra para o culto e o discipulado congregacionais, familiares e individuais são suficientes para que saibamos como cultuar a Deus de modo aceitável a Ele e para a efetiva edificação dos santos (1 Coríntios 11:1-12, 14:34; Gálatas 1:8-9; Efésios 5:22-33, 6:1-4; 1 Timóteo 3:15; 2 Timóteo 3:15- 17; 2 Pedro 1:3-4;).

Nós negamos/rejeitamos que a igreja deva inventar e instituir os seus próprios princípios e métodos para o culto congregacional e o discipulado que desconsideram ou substituem o ensino claro das Escrituras.

Artigo XIII – O Padrão Bíblico é a Integração Geracional

Nós afirmamos que existe um padrão bíblico claro e consistente para o culto e o discipulado para o povo de Deus, o qual é de integração entre pessoas de diferentes idades. E nós cremos que esse padrão deve ser adotado e praticado (Êxodo 12: 21-27; Deuteronômio 16:9-14, 32:46; Josué 8:34-35; 2 Crônicas 20:13; Esdras 10:1; Neemias 8:2, 12:43; Joel 2:15-16; Atos 20:7-12; 1 Coríntios 4:16-17, 11:1-2, 16, 12:12-26, 6:1-4; Filipenses 3:17; 1 Timóteo 2:1-14, 3:15; 2 Timóteo 1:13, 3:15-17).

Nós negamos/rejeitamos que exista qualquer padrão claro, positivo e bíblico ou mandamento positivo para criar culturas distintas e segregadas por idade na igreja através de cultos separados por idade e do discipulado sistemático e abrangente separado por idade.

Artigo XIV – A Importância do Discipulado Inter-Geracional

Nós afirmamos que o retorno a uma metodologia inter-geracional e biblicamente ordenada para o culto a Deus e o discipulado em uma igreja local é consistente com a Sagrada Escritura e algo essencial para a restauração do tipo de adoração e cultura de discipulado que vemos demonstrada tanto no Antigo quanto no Novo Testamentos (Deuteronômio 31:12-13; 2 Crônicas 20:13; Esdras 10:1; Salmos 148:12-13; Mateus 19:13-14; Marcos 9:36, 10:13-16; Lucas 18:15-17; Colossenses 3:20; Efésios 6: 1-4).

Nós negamos/rejeitamos que uma metodologia de ministério inter-geracional deva ser a única ou a principal consideração para selecionar ou estabelecer uma igreja local, porque a prioridade da consideração deve ser dada à pregação do Evangelho e ao ensino da sã doutrina, reconhecendo que as igrejas mais puras debaixo do céu estão sujeitas a mistura e erro.

Artigo XV – O Discipulado na Palavra de Deus Ocorre por Meio da Igreja e da Família

Nós afirmamos que os santos de Deus de todas as idades devem ser capacitados para o ministério espiritual e maturidade pela igreja através da pregação da Palavra de Deus por presbíteros qualificados, que o corpo se edifica em amor através de seus membros, e que na família cristã todos os pais e mães têm a responsabilidade de ensinar o Evangelho e as verdades da fé aos seus filhos, para que possam ser salvos e instruídos na “doutrina e admoestação do Senhor” (Deuteronômio 6:4-7; Efésios 4:11-12, 16, 6:4; 1 Timóteo 3:1-7; 2 Timóteo 4:2).

Nós negamos/rejeitamos que a igreja possa usurpar ou minar o papel dos pais ou as responsabilidades da família, ou que a família possa usurpar ou minar o papel dos presbíteros ou do ministério da igreja.

Artigo XVI – A Missão da Igreja e da Família é Geracional

Nós afirmamos que Deus ordena que as igrejas, as famílias e os indivíduos ensinem o Evangelho e façam discípulos em todas as gerações, “para que temas ao Senhor teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho…” (Êxodo 12:26-27, 13:14; Deuteronômio 4:9, 6:1-9; Salmos 78:1-8; 127; 135:13, 145:4-7; Mateus 28:18-20; Marcos 16:15; Lucas 1:50, 24:45-47; Atos 16:10; Romanos 10:14-15; Efésios 6:4).

Nós negamos/rejeitamos aquelas filosofias contemporâneas e individualistas que falham em deixar claro a responsabilidade da igreja e da família de proclamar o Evangelho à próxima geração, ignorando assim a missão da igreja e da família de evangelizar, ensinar e capacitar cada geração a adorar e servir ao Senhor.

Artigo XVII – O Ministério da Igreja Facilita o Ministério da Família

Nós afirmamos que o povo de Deus deve ser edificado pelo exemplo e instrução dos presbíteros e membros da igreja na vida cotidiana, e a importância de pais e mães treinarem as suas famílias para cumprir a Grande Comissão através do ministério aos santos e testemunho aos perdidos (Mateus 28:19-20; Atos 2:46-47, 8:4, 18:24-26; Efésios 5:21-33, 6:1-4; Tito 2:2-6; Hebreus 3:13).

Nós negamos/rejeitamos a ênfase nos métodos ou programas de fragmentação familiar que desconsideram a natureza da igreja como o povo de Deus em comunidade e que substituam ou desencorajam o alcance do ministério da família.

Artigo XVIII – Satanás é um Enganador

Nós afirmamos a advertência da Sagrada Escritura de que desde o Jardim do Éden, Satanás, o pai da mentira e acusador dos irmãos, usou e continua a usar os seus truques sutis para questionar a Palavra de Deus: “É assim que Deus disse…?” (Gênesis 3:1; Mateus 4:6; João 8:44; 2 Coríntios 11:3, 14; Apocalipse 12:9).

Nós negamos/rejeitamos que o povo de Deus, congregacional ou individualmente, deva abraçar e usar filosofias, alvos e métodos antibíblicos deste mundo decaído em nossas igrejas e famílias, sucumbindo assim ao engano de Satanás.

Artigo XIX – Deus Exige Exame

Nós afirmamos que Deus nos ordena: “Examinai tudo. Retende o bem” e “prove cada um a sua própria obra”, particularmente quando o povo de Deus não está crescendo de acordo com as exigências bíblicas (Romanos 12:2; Gálatas 6:4; Efésios 5:10, 17; 1 Tessalonicenses 5:21).

Nós negamos/rejeitamos que os presbíteros que apascentam o rebanho de Cristo não tenham necessidade de examinar cuidadosamente a Palavra infalível de Deus em relação ao seu papel em sua própria igreja, as crenças e práticas de sua própria igreja e os papéis e relações familiares — maridos, esposas, pais, mães, filhos e indivíduos — para a sua própria igreja.

Artigo XX – O Julgamento Começa pela Igreja

Nós afirmamos que Deus declarou que “é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus”, e portanto, nós cristãos devemos nos humilhar debaixo da poderosa mão de Deus, buscando julgar a nós mesmos para não sejamos mais castigados (1 Pedro 4:17, 5:6).

Nós negamos/rejeitamos que a igreja deva continuar desobedecendo a Deus e adie o arrependimento e a reforma, ou que ela escapará da ira de Deus naquilo em que a igreja tem contribuído para a desintegração e destruição da família, ignorando ou assumindo com leviandade os papéis e responsabilidades bíblicos.

Portanto, à Luz Dessa Nossa Fé, Resolvemos:

1. Preservar o verdadeiro Evangelho de uma geração para a próxima, por meio de igrejas e famílias estruturadas biblicamente, que preguem o Evangelho e que exaltem a Cristo.

2. Confiar somente nas Escrituras para “todas as coisas que dizem respeito à vida e piedade” (2 Pedro 1:3), obedecendo à Bíblia como plenamente suficiente para ordenar a igreja e a família e resistir ao engano de Satanás projetado para suplantar os alvos e métodos de Deus com os métodos do mundo.

3. Focar as igrejas e famílias na Palavra de Deus, restaurando a prática de ensinar todo o conselho de Deus através da pregação exegética das Escrituras na igreja por presbíteros biblicamente qualificados e instrução diária nos lares por meio de pais e mães.

4. Estabelecer a importância central da igreja local para a capacitação de indivíduos e famílias.

5. Reavivar o papel e a funcionalidade biblicamente estabelecidos da família, onde os pais ensinam diligentemente os seus filhos enquanto “se assentam em sua casa”, enquanto “andam pelo caminho”, quando “se deitam” e quando “se levantam”, e onde a masculinidade e a feminilidade bíblicas são restauradas (Deuteronômio 6:7; Tito 2:1-8).

6. Recuperar a natureza relacionalmente rica da igreja local como a família de Deus, seguindo os padrões bíblicos de culto, discipulado e hospitalidade.

7. Aconselhar igrejas biblicamente sadias que também plantarão igrejas que perpetuem a fidelidade à Palavra de Deus nas questões eclesiásticas e da vida familiar.

Definições

Culto

Quando usamos essa palavra, nós estamos nos referindo às reuniões que são governadas pelo chamado “princípio regulador do culto”. Esse princípio trata da santa reunião do povo de Deus no Dia do Senhor, onde há a pregação da Palavra ao povo, a leitura da Palavra, louvor, oração, coleta de dízimos[1] e ofertas e a observância da Ceia do Senhor. Nós cremos que o culto congregacional a Deus é mais altamente regulado do que as demais atividades da igreja, incluindo o que a Bíblia chama de “discipulado, comunhão e evangelismo”.

Discipulado

Quando usamos esse termo, estamos nos referindo às reuniões que são distintas do culto congregacional a Deus (embora o discipulado aconteça no culto congregacional), mas que oferecem várias oportunidades para aprender e ensinar no corpo de Cristo, tais como comunhão, instrução, serviço, batismo, disciplina eclesiástica e evangelismo. Estar envolvido no discipulado é ser um discípulo (Mateus 28:19-20; Lucas 6:40). É o papel da igreja “fazer discípulos” ou literalmente, aprendizes. Cremos que as experiências de discipulado não são planejadas por Deus para serem tão rigorosamente reguladas em comparação com o culto congregacional. Exemplos disso são citados em muitos lugares nas Escrituras (Mateus 24:14, 26:32, 28:18-20; Marcos 6:7; Lucas 5:10, 10:1-3; João 14:12, 15:16; Atos 1:8, 15; 2:41; 14:21; 1 Coríntios 9:20, 16:1, 15; 2 Coríntios 5:19; Efésios 4:7-16; 2 Timóteo 2:2, 19). Quando dizemos que não são tão rigorosamente reguladas, não queremos dizer que as Escrituras não apresentam padrões. De fato, cremos que os padrões claros de discipulado nas Escrituras são inter-geracionais, mas é nosso entendimento que nem sempre é necessário assegurar que toda reunião para o discipulado seja inter-geracional.

Padrão

Com isso nos referimos ao método consistente, mas não implicitamente exclusivo, que é discernível nos ensinos e exemplos nas Escrituras. Esses padrões da Escritura comunicam a vontade de Deus para a Sua igreja e devem ser levados muito a sério e seguidos, embora possa haver, de vez em quando, variações legítimas do padrão que não destroem outras doutrinas e práticas (Filipenses 3:16).

Unidade

Quando usamos esse termo estamos nos referindo a uma característica bíblica no corpo de Cristo que é expressa na unidade do corpo. A igreja é um corpo diversificado, porém unificado, que inclui todas as idades, etnias, posições sociais e status econômicos (Atos 1:14; 4:24, 32; 1 Coríntios 12:12-26; Efésios 4:1-6).

Suficiência das Escrituras

Quando usamos esse termo estamos nos referindo à nossa crença de que a Palavra de Deus é tudo o que a igreja necessita para a doutrina, vida e prática. Nós queremos dizer que todas as coisas devem ser governadas pela Escritura, porque ela é o único padrão inspirado e infalível para o discipulado, a vida na igreja, a vida familiar, os papéis de gênero, a vida profissional e tudo mais. Nós afirmamos que as Escrituras devem ser usadas para governar toda a vida, como as confissões históricas expressam:

A Confissão de Fé Francesa, 1559 declara claramente esta doutrina:

“Nós cremos que a doutrina contida nesses livros procede de Deus, e que a autoridade que ela possui vem unicamente de Deus e não dos homens. Essa Palavra é a regra de toda a verdade e contém tudo que é necessário para o culto a Deus e para nossa salvação; portanto, não é lícito aos homens, nem mesmo aos anjos, acrescentar, diminuir ou altera-la. Concluímos que nem a antiguidade, nem os costumes, nem a maioria, nem sabedoria humana, nem julgamentos, nem prisões, nem leis, nem decretos, nem os concílios, nem visões, nem milagres podem se opor a essa Sagrada Escritura, pelo contrário, todas as coisas devem ser examinadas, reguladas e reformadas por ela”.[2]

De modo semelhante, a Confissão Batista de Londres de 1689 afirma:

“A Sagrada Escritura é a única, suficiente, correta e infalível regra de todo conhecimento, fé e obediência…”.[3]

A Confissão de Fé de Westminster explica que:

“ O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura”.[4]

 


[1] Cremos o que o dízimo era uma ordenança da lei cerimonial da Antiga Aliança, e estava intimamente relacionado ao sacerdócio levítico e ao templo, todos os quais são abolidos sob a Nova Aliança, e, portanto, não cremos que o dízimo faça parte do culto cristão neotesmentário. – Editores EC.

[2] “From The French Confession (1559),” in Reformed Confessions of the 16th and 17th Centuries in English Translation, vol. 2, 1552-1566 (Grand Rapids, MI: Reformation Heritage Books, 2010), 142.

[3] The Baptist Confession of Faith and The Baptist Catechism (Birmingham, AL: Solid Ground Christian Books and Carlisle, PA: Reformed Baptist Publications, 2010), 1.

[4] Westminster Confession of Faith (Glasgow City G3 6LE, UK: Free Presbyterian Publications, 1994), 24.