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Uma Biografia de Susannah Spurgeon: Conclusão, por Charles Ray

[Sra. C. H. Spurgeon: Uma Biografia de Susannah Spurgeon • Capítulo 15 • 1905]

 

A Sra. Spurgeon se foi, mas a sua obra permanece. Seus últimos pensamentos foram para o Fundo para Livros, e para os ministros pobres que são beneficiados por sua ajuda; e por sua vontade, ela deixou uma soma de dinheiro para a assistência do trabalho, que deve seu início e seu sucesso contínuo ao seu incansável zelo. Além disso, ela tinha manifestado o desejo de que sua amiga e companheira de 40 anos, a Srta. E. H. Thorne, continuasse o Fundo para Livros com seus vários segmentos; em conjunto com o pastor J. S. Hockey a Srta. Thorne tem voluntariamente concordado em fazer isso, e seu entusiasmo para o trabalho perde somente para o da Sra. Spurgeon. Será uma questão de satisfação para todos os Cristãos que seguiram com interesse os esforços da senhora falecida, que não haja interrupção na condução do Fundo para Livros.

C. H. Spurgeon escreveu certa vez: “Este bom trabalho de fornecer alimento mental para os ministros nunca deveria cessar até que os seus rendimentos sejam dobrados. Que o Fundo para Livros da Sra. Spurgeon se torne uma fonte permanente de bênção para os ministros e igrejas!”. O trabalho não deve murchar por falta de fundos, e como a demanda tem sido sempre muito maior do que a oferta, os recursos para fornecer os livros não podem ser recebidos muito rapidamente. Que a mulher devotada que originou o “Fundo”, e que o conduziu com tal sucesso esplêndido por tanto tempo, e que tão generosamente em sua vida de serviços e firmeza, deixou algum dinheiro para o Fundo, sem dúvida sirva tão somente como um incentivo a outros “mordomos do Senhor” a darem liberalmente, para que este importante esforço pode prover cada vez mais às necessidades que levaram à sua instituição. Como um tributo à memória da Sra. Spurgeon, o que poderia ser melhor do que um presente para o Fundo para Livros, que ainda terá o nome dela? Se grandeza depende da quantidade de bem que se faz no mundo, se é apenas um outro nome para a devoção abnegada no serviço aos outros — e certamente a verdadeira grandeza é tudo isso — então a Sra. C. H. Spurgeon ficará para a posteridade como uma das maiores mulheres do seu tempo.

O Sr. Spurgeon faleceu às 23 horas do domingo, 31 de janeiro de1892. A notícia foi manchete nos jornais de Londres na manhã seguinte, segunda-feira. De acordo com a lei francesa, o corpo foi obrigado a permanecer no hotel durante 24 horas. Um serviço fúnebre foi realizado na Igreja Presbiteriana da Escócia em Mentone. Os fios de telefone foram congestionados com mensagens de condolências de todo o mundo. O corpo foi enviado de volta para Londres e esteve em exibição na Common Room of the College, enquanto cerca de 50.000 pessoas passaram por ali. Cinco serviços fúnebres foram planejados no Tabernáculo, quatro deles na quarta-feira, 10 de fevereiro. O primeiro foi para todos os membros da igreja; o segundo, para os ministros e estudantes; o terceiro, para os “trabalhadores Cristãos”; e o último, para o público em geral. Outro serviço foi realizado na manhã seguinte antes do corpo ser transportado para o Cemitério Norwood. Centenas de milhares de pessoas acompanharam o cortejo fúnebre. No orfanato uma plataforma foi erguida para as crianças ficarem de pé ao cantar, enquanto o corpo passava, no entanto, elas só conseguiram chorar. Barreiras foram colocadas ao redor do túmulo, e ao redor delas mil enlutados, e além destas barreiras havia vários milhares. As últimas palavras foram ditas por Archibald Brown, um graduado do Colégio. Outros que se juntaram aos serviços funerários incluíram Dr. A. T. Pierson, Dr. Alexander MacLann, Dr. F. B. Meyer e D. Sankey em nome de D. L. Moody, que havia ido à realização de reuniões na Escócia, e não pôde comparecer. Após 57 anos de vida, 40 anos de pregação, e 14.692 batismos que levaram à membresia no Tabernáculo, o “sino de prata” foi silenciado, sua “caneta” continua a pregar a milhões em nossa geração. Se ele está fazendo o que ele previu, ele agora está em algum canto de rua na cidade celestial, proclamando aos anjos que passam “a velha, velha história de Jesus e do Seu amor”.